
Para se proteger, ele adota uma pr�tica particular: “Quando vou me aproximando do sinal, j� vou acelerando, assim afasto qualquer assaltante do carro. N�o posso arriscar a vida, j� fui assaltado, ent�o, n�o brinco. O resultado d�i no bolso, pois fui multado duas vezes”, afirma. O advogado Jos� Roberto Balbi, morador de Nova Lima, na Grande BH, tamb�m prefere passar no trevo sem respeitar o sinal vermelho de madrugada. “N�o podemos dar moleza. Aquele trecho � muito perigoso e prefiro avan�ar o sinal. H� relatos de pessoas que tiveram bolsas arrancadas pela janela.”
Velhos conhecedores da regi�o, motoristas de t�xi de um ponto no Bairro Belvedere t�m opini�es divididas: h� os que n�o param de jeito nenhum nos sinais e os que “manjam a barra, primeiro, antes de avan��-los”. “Aqui � assim, quando n�o � assalto � acidente, ent�o, de madrugada � praticamente imposs�vel parar. Do contr�rio, pode haver problema”, conta Airton Moreira da Silva, de 40, de Contagem.
Outros taxistas falam dos seus temores. “Dificilmente a gente para neste local. Minha vida e do passageiro v�m em primeiro lugar, ent�o, para evitar acidentes, vou chegando devagar at� o sem�faro e, quando vejo que n�o vem carro, pego a outra pista”, diz o taxista. Miguel Veloso tamb�m trafega de forma cautelosa. “Olho bem para os lados e sigo em frente, pois os assaltos s�o comuns por aqui”. De acordo com os motoristas, os assaltos, na maioria, s�o cometidos por moradores do Aglomerado Morro do Papagaio, �s margens da Avenida Nossa Senhora do Carmo.
Cora��o na m�o
Moradora h� 40 anos do Bairro S�o Pedro, a bi�loga aposentada M�riam Ferreira, de 74, tem uma vis�o particular da situa��o. “Dirijo s� durante o dia, mas sempre temo pela vida dos filhos e netos. Tenho mais medo do tr�nsito do que dos assaltos, por isso n�o avan�o o sinal de jeito nenhum. L� da minha casa ou�o o barulho de freadas neste local”, contou. Quem tamb�m n�o corre riscos � o motorista Alves Prata, Contagem, que trabalha no transporte de funcion�rios de um supermercado. “Sempre paro no sinal do Trevo do Belvedere, mas com o cora��o na m�o. Fico tremendo, com medo de que algu�m entre no �nibus, mande uma pedra, enfim nos ataque.”
Segundo o tenente-coronel Luiz Jos� Francisco Filho, comandante do 22º Batalh�o da Pol�cia Militar, h� um posto de observa��o e vigil�ncia perto do trevo, n�o sendo registradas ocorr�ncias de assaltos no local. “Essa situa��o � mais antiga. Hoje, s� h� registro num trecho mais abaixo, perto do Morro do Papagaio. Uma das dicas para evitar problemas � manter bolsas e outros pertences debaixo do banco ou no porta-mas, jamais em local vis�vel. Outra dica � reduzindo a marcha at� o sinal para que, quando chegar l� ele esteja aberto para o motorista”, explica.