Caso coloquem em xeque o conforto dos passageiros e a agilidade do servi�o, dois dos preceitos b�sicos do transporte r�pido por �nibus (o BRT, na sigla em ingl�s), os novos �nibus padron de motor dianteiro – um dos tr�s tipos de coletivos do futuro sistema – podem ser barrados pela BHTrans antes de chegar �s ruas. Embora sustente que a posi��o do motor n�o interfere na opera��o daquela que � a principal aposta de mobilidade da capital mineira para os pr�ximos anos, a empresa que gerencia o tr�nsito em BH informa que a aprova��o do modelo de �nibus, ainda em desenvolvimento, depende da fase de homologa��o.
Reportagem publicada pelo Estado de Minas na semana passada revelou que fabricantes est�o projetando, a pedido dos cons�rcios que operam o sistema de transporte da capital, varia��es dos atuais coletivos que circulam em BH equipadas com itens como c�mbio autom�tico e suspens�o a ar, para se adequar �s exig�ncias do BRT. A compra dos �nibus, que custam menos e t�m consumo menor em rela��o aos ve�culos de motor traseiro, al�m de ter maior facilidade de revenda, ser� discutida pela Ordem dos Advogados do Brasil, se��o Minas Gerais (OAB-MG).
“Vamos fazer uma ficha para avaliar em diferentes situa��es se esses ve�culos ser�o mesmo capazes de operar dentro do conceito BRT. A homologa��o � um recurso para avaliar o carro antes de ele entrar no sistema, para que tenhamos certeza de que todas as exig�ncias foram cumpridas”, afirmou o diretor de Planejamento da BHTrans, C�lio Freitas, exemplificando uma situa��o em que o modelo em an�lise ter� de transpor as ladeiras da avenida Ant�nio Carlos, um dos tr�s corredores do sistema, sem apresentar falhas de pot�ncia do motor. Juntamente com o diretor de Desenvolvimento e Implanta��o de Projetos da BHTrans, Daniel Marx, ele demonstra certa preocupa��o com a viabilidade econ�mica do projeto. O tipo de ve�culo usado, ressaltou, tem impacto direto no custo da tarifa.
Cerca de 200 �nibus padron dever�o operar linhas troncais de percurso misto, trafegando entre as pistas exclusivas para coletivos e vias que n�o receber�o o BRT. Outros 200 articulados far�o parte do sistema, que manter� os atuais coletivos como �nibus b�sicos em linhas alimentadoras – existe a possibilidade de que at� micro-�nibus sejam adotados nesse servi�o, conforme a demanda. “O consumo do coletivo de motor traseiro � 10% maior”, alega Marx.
Cara nova
C�lio Freitas sustenta que a agilidade � a maior preocupa��o do usu�rio, seguida da confiabilidade, seguran�a e o conforto. O desperd�cio de tempo gerado pelo embarque e as paradas dos atuais coletivos em sem�foros, acrescentou, ser� eliminado na opera��o do BRT em pistas exclusivas. “Estamos preparando uma s�rie de novidades para a opera��o do novo sistema. Al�m de ter um nome espec�fico, o BRT de BH prev� nova pintura para os �nibus e um sistema de dados integrado que informar� o tempo exato que o passageiro ter� de aguardar para pegar o pr�ximo coletivo.”
Assim que as obras forem conclu�das ser�o iniciados os testes operacionais. A primeira fase compreende o conhecimento do ve�culo pelos motoristas, que ter�o de avaliar o coletivo operando-o sem passageiros. A partir da�, o sistema ser� apresentado a diferentes segmentos da popula��o e entrar� na fase de pr�-opera��o, rodando em linhas e dias espec�ficos. “A implanta��o do BRT no Rio de Janeiro revelou um grande receio dos idosos ao embarcar. Apresentando o conceito � popula��o antes, ela ir� se habituar”, diz o o representante da BHTrans.
A previs�o do diretor de Planejamento � de que o desenvolvimento do projeto do BRT comece a ser aplicado na Avenida Amazonas, outra importante via da capital, ainda no primeiro semestre de 2013. A meta final da empresa � alcan�ar 200 quil�metros de linhas at� 2023, tendo como aliados o metr� e o BRT metropolitano, que compartilhar� as esta��es de transfer�ncia. Objetivo ousado que depende tamb�m da aprova��o do principal envolvido: o passageiro.
PROJETOS PARA AMPLIAR O METR�
A Empresa P�blica de Trem Metropolitano de Belo Horizonte (Metrominas), vinculada � Secretaria de Estado de Transportes e Obras P�blicas, abriu ontem licita��es para elaborar os estudos e projetos de engenharia das linhas 1, 2 e 3 do metr� da capital. Segundo o presidente da Metrominas, Fabr�cio Sampaio, os projetos s�o necess�rios para estabelecer com maior precis�o – com ajuda dos servi�os de sondagem que est�o em andamento – o valor das obras de expans�o do servi�o. O custo do projeto b�sico para as linhas 1 e 2 est� estimado em R$ 18,5 milh�es e, para a Linha 3, em cerca de R$ 14,6 milh�es, sendo o prazo estimado para ambos de 12 meses. Para a Linha 1, atualmente em opera��o, est�o previstas reforma de esta��es, aquisi��o de trens e extens�o de aproximadamente 1,7 quil�metro at� a futura Esta��o Novo Eldorado. A Linha 2 ligar� o Barreiro ao Bairro Calafate, com sete esta��es previstas. Totalmente subterr�nea, a Linha 3 ligar� a regi�o da Savassi � Lagoinha, com cinco esta��es previstas.