
Com or�amento acima do planejado, atrasos podem comprometer a entrega plena do sistema de transporte r�pido por �nibus (BRT, na sigla em ingl�s) de Belo Horizonte antes da virada do ano. Representantes da prefeitura presentes ontem a audi�ncia p�blica na C�mara Municipal tentaram demonstrar que a instala��o da principal aposta do transporte p�blico para a Copa do Mundo est� sob controle, mas n�o se comprometeram com prazos. O pr�prio secret�rio municipal de Obras e Infraestrutura, Jos� Lauro Nogueira Terror, evitou ser incisivo: “Temos grande propens�o de, ao fim do ano, termos as obras completadas”. H� uma semana, o prefeito Marcio Lacerda havia previsto a conclus�o para o fim de 2013, o que j� representava um atraso, pois inicialmente esperava-se contar com o modelo j� para a Copa das Confedera��es, em junho.
A reuni�o de emerg�ncia na C�mara foi marcada a pedido do vereador Tarc�sio Caixeta (PT) e ocorreu no dia em que o Estado de Minas mostrou que a lentid�o das obras levou empresas de transporte a adiar a negocia��o do primeiro pacote de �nibus para o novo sistema. Na audi�ncia de ontem, na Comiss�o de Or�amento e Finan�as, o presidente da BHTrans, Ramon Victor C�sar, afirmou que a compra dos ve�culos deve ocorrer no segundo semestre.
O descompasso no BRT pode afetar tamb�m o or�amento. O gasto com o sistema foi previsto em R$ 1 bilh�o, mas na audi�ncia o secret�rio de Obras admitiu que pode haver varia��o de 1,5%. A porcentagem representa nada menos que R$ 22,5 milh�es, dinheiro que daria para construir um dos tr�s terminais em Santa Luzia, na Grande BH, com sobra de R$ 500 mil.
O atraso nas obras foi justificado pelos representantes da PBH como resultado de dificuldades para libera��o de verbas para desapropria��es e do desconhecimento de terrenos por onde as vias exclusivas para �nibus dever�o passar. Na �rea central, apesar de o sistema ser de menor extens�o, a obra se mostrou um desafio ainda maior que os longos corredores, como o da Avenida Cristiano Machado. “O subsolo e quase a superf�cie do solo das avenidas Santos Dumont e Paran� eram mais desconhecidos do que imagin�vamos. A cidade n�o disp�e dos cadastros de todas as redes subterr�neas na �rea”, afirmou Jos� Lauro.
Na Avenida Santos Dumont foi necess�rio parar as m�quinas assim que os oper�rios come�aram a encontrar obst�culos, como adutoras de �gua, dutos de drenagem pluvial e cabeamento de luz, entre outros. “Reduzimos a velocidade quase ao ritmo de uma escava��o arqueol�gica”, disse o secret�rio. O aprendizado serviu para que as interven��es na Avenida Paran� n�o fossem t�o demoradas.
Ainda segundo o secret�rio de obras, “nenhuma das empresas parou de trabalhar”, mas os contratempos criaram um efeito cascata que atrasou outras etapas. “N�o pudemos instalar as 41 esta��es do BRT, porque como s�o m�dulos refinados, com vidros e equipamento eletr�nico moderno, n�o poderiam dividir espa�o com as obras pesadas”, argumentou. Os vereadores marcaram uma visita aos canteiros de obras para 2 de abril, a fim de verificar a evolu��o das interven��es.