
Uma comiss�o de sindic�ncia foi criada nesta ter�a-feira para apurar as responsabilidades do trote com conota��es racistas e refer�ncia ao nazismo promovido na semana passada, pelos alunos da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Caso fique comprovado os abusos por parte dos estudantes, eles poder�o at� ser expulsos da institui��o.
O caso ganhou repercuss�o nacional nessa segunda-feira, depois que duas fotos foram divulgadas em um perfil no Facebook e mostram uma estudante com o corpo pintado com tinta preta, acorrentada e puxada por um universit�rio "veterano". A menina ostenta uma placa com os dizeres "caloura Chica da Silva", em refer�ncia � famosa escrava que viveu em Diamantina no s�culo 18, liberta ap�s se envolver com um contratador de diamantes. Em outra foto, um calouro est� amarrado a uma pilastra enquanto outros tr�s estudantes fazem uma sauda��o nazista. Um deles pintou um bigode semelhante ao do ditador alem�o Adolf Hitler.
A comiss�o, formada pelos professores Hermes Vilchez Guerrero, Maria Tereza Fonseca Dias e Yaska Fernanda de Lima Santos, tem um prazo m�ximo de 30 dias para concluir as investiga��es. Neste tempo, os envolvidos na brincadeira ser�o ouvidos. “ Caber� � Universidade aplicar a puni��o, conforme recomendado pela Comiss�o, cuja decis�o tem como base o Regimento Interno da UFMG. Dependendo do encaminhamento da apura��o dos fatos, a Comiss�o pode ter o prazo prorrogado por mais 30 dias”, anunciou a vice-reitora da UFMG, Rocksane Norton.
O Regimento Interno da UFMG, prev� penas severas para as pessoas que cometem condutas agressivas e desrespeitosas com qualquer membro da comunidade acad�mica. Essas atitudes s�o pass�veis de penalidades como advert�ncia, suspens�o e expuls�o da Universidade.

Semin�rio sobre preconceito
Na tarde desta ter�a-feira, representantes do Centro Acad�mico Afonso Pena (CAAP) se reuniram com alunos da Faculdade de Direito para discutir o epis�dio de trote. Ficou decidida a cria��o de um grupo de trabalho para promover um semin�rio sobre preconceito e um ato p�blico em rep�dio a trotes como esses. Ainda n�o h� data para o semin�rio e para a manifesta��o. Cerca de 300 pessoas lotaram o p�tio da faculdade na reuni�o. Havia alunos e professores da UFMG, al�m de estudantes de outras universidades que se mobilizaram com a repercuss�o do trote pelas redes sociais. Os �nimos ficaram exaltados nas discuss�es durante o encontro, com manifesta��es a favor e contr�rias a “brincadeira”.