
Um dos maiores arrependimentos da m�e de A. � ter deixado a cidade de Mina�u, Norte de Goi�s, em 2005, e se mudar para Itabirito, na Regi�o Central de Minas. Depois de cinco anos, a fam�lia da adolescente passou a morar em um apartamento no Bairro Buritis, Oeste da capital, onde se tornou vizinha do delegado. Ao contr�rio do que alega Toledo na carta enviada � Comiss�o dos Direitos Humanos da ALMG, Rubiany diz que ela e o marido nunca tiveram amizade com ele e que o relacionamento dele com A. n�o tinha seu consentimento. “O delegado morava em frente ao meu apartamento e eu via quando ele dava festas regadas a bebida. Cheguei a construir uma parede em minha varanda para evitar que minhas filhas vissem o que ele aprontava l� dentro”, conta.
A descoberta sobre o relacionamento dos dois veio depois de um contato da escola em que A. estudava. “A diretora me ligou e disse que ela estava com v�rias faltas e que um homem a buscava na escola rotineiramente antes de a aula come�ar.” Rubiany seguiu ent�o a filha e descobriu que o homem era o vizinho. A m�e diz que tentou convenc�-la de que o namoro n�o faria bem a ela e que Toledo n�o era confi�vel, mas a adolescente n�o aceitou os argumentos. Em uma �ltima tentativa, ela mandou A. para a casa dos av�s no interior de Goi�s por um tempo, mas quando voltou a BH, a jovem decidiu que queria deixar a casa da m�e para morar com tr�s amigas.
Aos 16 anos, A. ligou para a m�e, que j� morava em Conselheiro Lafaiete, revelando que estava gr�vida e, segundo Rubiany, foi a partir da� que o relacionamento teria come�ado a ficar violento. “Ela morou com ele por seis meses, mas me ligou chorando uma vez dizendo que ele n�o queria o beb�. At� mandei uma mensagem para o celular do Toledo, dizendo que se ele fizesse alguma coisa com meu neto n�o teria medo de denunci�-lo”, revela. Depois de dois meses, a jovem anunciou que havia perdido o filho, o que levantou a suspeita de que o delegado a tenha for�ado a abortar. Outras brigas tivesse terminado em agress�o e a fam�lia procurou a Delegacia de Orienta��o e Prote��o � Crian�a e ao Adolescente (DopCad) para solicitar medida protetiva. “Ela estava com medo, chorou muito e tentou voltar atr�s porque temia que ele tentaria mat�-la. Por isso voltamos para Conselheiro Lafaiete.”
Passeio
Na manh� de 14 de abril, dia do crime, Rubiany viu a filha pela manh� e a chamou para um passeio em um s�tio da fam�lia, mas ela disse que estava com dor de cabe�a. “Minha filha de 13 anos contou que A. j� tinha combinado com ele de sair naquele domingo. Fiquei desesperada, at� que Toledo mandou uma mensagem no Facebook dizendo que ela estava no Hospital de Ouro Preto.” Rubiany nunca cogitou a possibilidade de tentativa de suic�dio, alegada pela defesa do delegado. “Quero que ele prove tudo o que est� dizendo contra minha filha. Esse homem � superinteligente e est� tentando se fazer de bonzinho”, afirma a m�e.
Al�m da acusa��o de tentativa de homic�dio, a fam�lia pretende entrar com a��o judicial contra Toledo por cal�nia e difama��o. Na carta entregue � ALMG, o delegado afirma que Rubiany estaria tendo um caso extraconjugal com um vereador em Betim e que a adolescente teria dito que o padrasto a estaria assediando. “� tudo mentira”, garante a m�e. Na capital desde que A. foi internada, Rubiany n�o perde a esperan�a de ver a filha recuperada. “Converso com ela todos os dias. Sei que o estado � grave, mas tenho f� e creio que ela vai acordar e voltar a ser a menina alegre que era antes de conhecer esse homem”, acredita a m�e.