O trote � uma pr�tica comum para receber os alunos novatos na Universidade Federal de Vi�osa (UFV), na Zona da Mata. Mesmo proibido pela institui��o, a pr�tica acontece do lado de fora do c�mpus. "S�o brincadeiras bem tranquilas, nada muito pesado. Um momento para conhecer as pessoas, compartilhar as expectativas, se divertir e tamb�m comemorar a t�o sonhada vaga na federal", conta uma caloura do curso de arquitetura e urbanismo, que n�o � contra as brincadeiras. Nos sete cursos do c�mpus de Vi�osa consultados pela reportagem houve trotes. Em todos eles, os alunos contaram que as brincadeiras feitas pelos veteranos foram saud�veis. "Nada passou do limite", afirmou uma estudante de direito.
Na Universidade Federal do Tri�ngulo Mineiro (UFTM), entre os 24 cursos oferecidos pela institui��o, pelo menos em 14 houve trote neste ano. Em Uberaba, as a��es se dividem em dois dias: na efetiva��o da matr�cula e no primeiro dia de aula. Segundo Larissa Gomes, estudante de nutri��o, calouros e veteranos de quase todos os cursos se re�nem em um mesmo lugar no dia da matr�cula. “Primeiro acontece uma apresenta��o do reitor, e depois come�a o trote. Os rapazes t�m a cabe�a raspada e as mo�as ficam sujas de violeta, al�m de farinha e tinta”, explica ela.
A pr�-reitora de Assuntos Comunit�rios da UFTM, Rosimar Querino, reconhece que em muitos casos o trote ocorre porque os alunos aceitam. Mas destaca as circunst�ncias que existem atr�s desses atos. “H� toda uma press�o dos colegas que tratam o trote � como uma prova para integra��o dos calouros”, diz. Na universidade, a proibi��o � recente. Foi em 13 de maio que a reitoria publicou a resolu��o que veta o trote, sob pena de puni��o pelo descumprimento. A universidade, segundo Rosimar, mant�m um sistema de vigil�ncia para coibir as pr�ticas e tem caixas de descarte nas portarias para barrar a entrada dos “apetrechos”, como placas, boinas ou qualquer objeto que o calouro tenha que usar.
JEQUITINHONHA Na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), a resolu��o que pro�be o trote j� foi respons�vel pela puni��o de seis alunos que desacataram a norma. O pr�-reitor de Assuntos Comunit�rios da institui��o, Herton Pires, explica que mesmo com o consentimento dos calouros as manifesta��es n�o s�o aceitas pela universidade. Ele conta que as atividades ainda feitas nas ruas s�o banidas porque podem se transformar em um problema de grande repercuss�o e envolver negativamente a universidade. Al�m disso, segundo ele, o trote atenta contra a dignidade dos alunos. (Colaborou Guilherme Paranaiba)