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Estado de Minas

Pampulha est� � espera de novas t�cnicas de limpeza

Prefeitura de BH finaliza escolha de empresas para fazer despolui��o f�sico-qu�mica da Pampulha, complementar ao desassoreamento. Retirada de esgoto tamb�m � essencial


postado em 17/07/2013 06:00 / atualizado em 17/07/2013 06:39

Contaminação das águas detectada pelo Igam provoca mortandade de peixes e outros organismos aquáticos(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 1/4/13)
Contamina��o das �guas detectada pelo Igam provoca mortandade de peixes e outros organismos aqu�ticos (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 1/4/13)


Enquanto o desassoreamento da Lagoa da Pampulha � preparada para come�ar na semana que vem, o processo de despolui��o qu�mica e f�sica das �guas do reservat�rio teve as propostas de interessados na licita��o abertas ontem. O resultado dever� ser publicado pela Prefeitura de Belo Horizonte no Di�rio Oficial do Munic�pio nos pr�ximos dias. O processo visa a acelerar a despolui��o, segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. O m�todo previsto para isso, que ainda depende da proposta vencedora, ser� a introdu��o de oxig�nio nas �guas por h�lices de m�quinas aeradoras. Em seguida, come�a o processo de biorremedia��o, que consiste em povoar o lago com micro-organismos que consomem e sintetizam a polui��o, sem com isso causar desequil�brio ambiental.

O or�amento inicial para desassoreamento e despolui��o seria de R$ 120 milh�es, mas como R$ 108 milh�es j� foram comprometidos com a primeira a��o, ainda n�o se sabe se a proposta vencedora da segunda etapa pode extrapolar o valor estimado.

A Bacia da Pampulha � composta por oito cursos d’�gua: c�rregos Mergulh�o, Tijuco, Ressaca, Sarandi, �gua Funda, Bra�na, Olhos d’�gua e AABB. O �ltimo relat�rio do Instituto Mineiro de Gest�o das �guas (Igam), divulgado em abril, mostrou que a Pampulha nunca esteve t�o polu�da. As medi��es come�aram h� sete anos e as �ltimas s�o relativas ao terceiro trimestre de 2012. Na ocasi�o, do total de amostras analisadas 84,6% apresentavam �ndice de qualidade ruim ou muito ruim.

O resultado supera em 9,7 pontos percentuais a m�dia dos n�veis ruim e muito ruim dos seis anos de medi��o (74,9%), e em 1,3 ponto a pior marca da hist�ria, de 83,3%, atingida em 2011.O par�metro reflete a contamina��o por esgoto dom�stico nos 26 trechos monitorados pelo Igam. O laudo apresentou ainda o pior n�vel de contamina��o por subst�ncias t�xicas, como am�nia, ars�nio, b�rio e c�dmio, compostos que fazem mal � sa�de humana e envenenam organismos aqu�ticos (veja lista no quadro). O desassoreamento e a despolui��o das �guas s�o a��es do Programa Pampulha Viva, que integra o Programa de Recupera��o e Desenvolvimento Ambiental da Bacia Hidrogr�fica da Pampulha (Propam). Depois das obras, a profundidade m�nima na lagoa ser� de 2 metros e o reservat�rio deve recuperar aos poucos sua colora��o natural.

Metas

A Copasa tem a miss�o de promover interven��es tidas por especialistas como fundamentais nesse processo. At� dezembro, a estatal espera concluir a implanta��o de 75 mil metros de rede coletora e 20 mil metros de interceptores, que impedem que o esgoto chegue aos cursos d’�gua. Or�ada em R$ 102 milh�es, a implanta��o da etapa de Contagem, na regi�o metropolitana, est� 60% conclu�da, segundo a Copasa. Na capital, 70% das obras est�o terminadas. O objetivo � livrar a lagoa dos detritos de quase um quinto da popula��o da cidade vizinha de BH, chegando a 95% de capta��o de esgotos clandestinos at� dezembro deste ano.

“Tudo o que a prefeitura est� fazendo (desassoreamento e despolui��o) s� atinge a �gua que j� est� na lagoa. Por isso o trabalho da Copasa de impedir que mais despejos de esgoto e eros�es cheguem � Pampulha � de suma import�ncia, at� para que o investimento n�o seja perdido em alguns meses”, pondera o mestre em ecologia aqu�tica e consultor de recursos h�dricos Rafael Resck. Os prazos de execu��o das tr�s iniciativas s�o considerados apertados, e isso pode levar as obras a ir al�m da meta de entregar a Pampulha em condi��es de cart�o-postal at� a Copa do Mundo do ano que vem. “O que pode ocorrer � termos uma melhora muito significativa da qualidade da �gua. Mas, se a polui��o continuar a chegar, todo o investimento ter� sido para um resultado tempor�rio. Ainda chega uma grande quantidade de cargas de s�lidos e esgotos principalmente pelos c�rregos Ressaca (BH) e Sarandi (Contagem), e isso precisa ser evitado.”

Outro grande problema da lagoa � o lixo jogado ao seu redor e nos afluentes. Por ano, a Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) retira 1.360 caminh�es de lixo da lagoa, num total de 5,4 mil toneladas de res�duos, usando embarca��es.

Hist�ria de despesas paliativas

De 1997 a 2014, a estimativa � de que os gastos com a��es do poder p�blico para a despolui��o da Lagoa da Pampulha cheguem � marca de R$ 585 milh�es em investimentos, sem corre��o monet�ria. Para se ter uma ideia, a soma � superior aos R$ 500 milh�es que o governador Antonio Anastasia (PSDB) anunciou para infraestrutura das cidades do Vetor Norte da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, inclusive as obras para acessos ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. S� entre 1997 e 2011 foram injetados R$ 333,1 milh�es na lagoa para despolui��o, pela Copasa e prefeituras de Belo Horizonte e de Contagem.

Um dos s�mbolos da capital mineira, o reservat�rio come�ou a ter degrada��o acelerada a partir da d�cada de 1970, quando a ocupa��o urbana � sua volta se consolidou. Com isso, al�m do lixo, assoreamento e mau cheiro, ocorreu prolifera��o de caramujos transmissores da esquistossomose, al�m de mosquitos, plantas aqu�ticas e cianobact�rias. Em 1998 come�aram opera��es de limpeza paliativas. S� naquele ano foram cinco a��es, que removeram 200 toneladas de lixo. Outras 2 mil toneladas de sujeira foram retiradas seis anos depois, em outra a��o de dragagem semelhante � que ocorrer� na pr�xima semana.

A Lagoa da Pampulha foi formada pelo represamento de c�rregos da regi�o, em 1938, na administra��o do prefeito Otac�lio Negr�o de Lima. No governo de Juscelino Kubitschek (1940 a 1945), o entorno do reservat�rio recebeu tratamento urban�stico assinado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Em 1954, a represa se rompeu na altura do aeroporto da Pampulha, inundando v�rias partes do terminal. A reforma foi inaugurada pelo presidente Get�lio Vargas. Entre os anos 1950 e 1960, a regi�o se valorizou e muitas casas foram constru�das no entorno da lagoa, que sempre foi usado para recrea��o.


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