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Estado de Minas

Professores cobram puni��o para trote na UFMG

Docentes da UFMG consideram que sindic�ncia foi branda com alunos acusados de racismo. No total, 198 estudantes responder�o a processo


postado em 17/07/2013 06:00 / atualizado em 17/07/2013 06:40

Fotos publicadas na web: em uma delas, alunos fazem gesto semelhante à saudação nazista; na outra (abaixo), novata aparece pintada e com cartaz em referência a Chica da Silva(foto: FACEBOOK /REPRODUÇÃO/ARQUIVO PESSOAL)
Fotos publicadas na web: em uma delas, alunos fazem gesto semelhante � sauda��o nazista; na outra (abaixo), novata aparece pintada e com cartaz em refer�ncia a Chica da Silva (foto: FACEBOOK /REPRODU��O/ARQUIVO PESSOAL)

 

Quatro professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) entraram com recurso pedindo nulidade da sindic�ncia feita pela Faculdade de Direito que determinou a instaura��o de processo administrativo disciplinar contra 198 alunos por participa��o nos trotes do dia 15 de mar�o deste ano. Uma das autoras do recurso, Regina Helena Alves da Silva, professora da Faculdade de Hist�ria da UFMG, avalia que a Faculdade de Direito n�o teve “pulso forte” e que deveria ter indiciado parte dos alunos por racismo e apologia ao nazismo.

Na �poca do trote, duas fotos postadas em uma rede social revoltaram a comunidade acad�mica e internautas. Numa delas, uma caloura com o corpo tingido de preto aparece com as m�os atadas e carrega uma placa com os dizeres “caloura Chica da Silva”, em refer�ncia � escrava, que viveu em Diamantina no per�odo colonial. Em outra imagem, um novato aparece amarrado a uma pilastra e tr�s colegas – um deles com um bigode parecido com o do ditador Adolf Hitler – erguem o bra�o direito em gesto semelhante � sauda��o nazista.

De acordo com a decis�o da Faculdade de Direito, publicada na Portaria 059/2013, no dia 3 de julho, 68 estudantes do 2º per�odo do curso v�o responder a processo por terem aplicado o trote nos calouros. Trinta e dois membros da Diretoria do Centro Acad�mico Afonso Pena s�o acusados de distribuir gratuitamente e vender bebidas alco�licas na unidade de ensino e outros 98 alunos acabaram indiciados por terem contribu�do financeiramente e participado do trote. O processo administrativo � consequ�ncia de uma sindic�ncia realizada por tr�s professores da faculdade.

(foto: FACEBOOK /REPRODUÇÃO/ARQUIVO PESSOAL)
(foto: FACEBOOK /REPRODU��O/ARQUIVO PESSOAL)
Na avalia��o da professora Regina Helena Alves da Silva, por�m, n�o est� claro se atitudes que ela considera racistas ou nazistas ser�o analisadas no processo administrativo. Segundo ela, muitos professores da UFMG cobram posi��o mais dura. “Ficamos estarrecidos com o resultado da sindic�ncia porque a dire��o excluiu dois crimes que deveriam ser investigados. Para completar, ainda consideram que foi s� uma brincadeira de mau gosto”, afirma. “Se a aluna pintada pensa desse jeito, � um problema dela, mas a imagem que isso passa e tudo o que significa � inadmiss�vel. Se a faculdade assume que s�o pr�ticas incompat�veis, tem que investigar que pr�ticas s�o essas e puni-las”, defende.

De acordo com Regina Helena, mais de 50 professores est�o mobilizados em torno do tema. Eles prometem enviar documentos � Secretaria Nacional de Direitos Humanos e � Secretaria de Pol�ticas de Promo��o da Igualdade Racial e querem debater o assunto com os alunos da UFMG. De acordo com a professora da Faculdade de Hist�ria, outro pedido diz respeito � forma��o da comiss�o. “Queremos que ela seja formada por pessoas de fora da Faculdade de Direito”, diz. O recurso foi assinado tamb�m pela professora do Departamento de Ci�ncia Pol�tica Marlise Matos, pelo professor da Escola de Belas-Artes Leonardo Castriota e pela professora da Faculdade de Psicologia Cl�udia Mayorga.

Comportamento A assessoria de imprensa da UFMG reafirmou que a sindic�ncia concluiu que houve transgress�o �s normas internas e que houve comportamento incompat�vel com a dignidade acad�mica. O evento, batizado de “recep��o de calouros”, foi autorizado pela dire��o da Faculdade de Direito, mas a diretora da unidade, professora Amanda Fl�vio de Oliveira, considerou que os estudantes descumpriram determina��es.

Ainda de acordo com a assessoria da UFMG, o racismo � crime cuja apura��o � de compet�ncia da Pol�cia Civil e do Minist�rio P�blico e n�o consta no regimento interno da institui��o. No entanto, segundo a universidade, posturas racistas n�o ser�o desprezadas no momento em que o comportamento de cada aluno for avaliado nos processos disciplinares. Todos os estudantes processados ainda ser�o ouvidos e a comiss�o tem 60 dias para concluir a apura��o. A puni��o varia entre advert�ncia, suspens�o e puni��o.


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