
Os 20 m�dicos, incluindo 10 brasileiros, se dividiram em tr�s grupos, enviados para os centros de sa�de dos bairros Vila Cemig, Vale do Jatob� e Bom Jesus. O objetivo era fazer com que entendessem melhor o funcionamento de unidades b�sicas e tivessem contato com equipes de sa�de da fam�lia, pr�via do que poder�o encontrar quando come�arem a trabalhar. “A ideia � que eles associem o que observaram nos centros e ouviram das equipes com o que aprenderam nas aulas sobre o funcionamento do Sistema �nico de S�ude (SUS), sa�de da fam�lia”, explicou o coordenador pedag�gico do curso em BH, Rodrigo Ch�vez Penha.
O boliviano David Paz, de 29, considera a l�ngua o principal desafio: “N�o vou deixar de compreender o que o paciente diz, n�o vai haver confus�o. Se eu n�o souber a palavra, vou me expressar com gestos, fazer m�mica. Se precisar, pergunto a meu colega. Morando aqui, vou me acostumar �s palavras diferentes, � pron�ncia”.
Ele se graduou na Escola Latino-Americana de Medicina (Elam), em Cuba. Trabalhava no pa�s natal at� vir para Minas. Vai atuar em BH, mas ainda n�o sabe em qual unidade de sa�de. “Estou ansioso para conhecer um sistema de sa�de novo. � um processo de adapta��o. No come�o, vamos ter que perguntar muito para n�o errar”, disse. E acrescentou, em “portunhol”: “Tenho ganas de trabalhar”. Segundo o minist�rio, a l�ngua p�tria dos estrangeiros � o espanhol (h� m�dicos da Col�mbia, M�xico, Bol�via, Argentina e Venezuela, e uma profissional de Portugal).
PRECONCEITO Os m�dicos acharam calorosa a recep��o recebida nos centros de sa�de, mas reclamaram de uma colega da unidade da Vila Cemig. “Ela nos recebeu muito mal. L�gico que foi por preconceito”, conta o belo-horizontino Fausto Jos� Solis Carvalho, de 34, que se formou na Bol�via e trabalhou oito anos na Argentina. “Ela foi muito grosseira”, refor�a Fanny, que, no entanto, gostou do que encontrou no centro de sa�de: “A estrutura � muito boa, tem todos os equipamentos necess�rios”.
“� poss�vel que o pessoal sofra resist�ncia de colegas. Se isso ocorrer, o gerente do centro de sa�de ter� de conversar com o m�dico que agir assim. Qualquer ocorr�ncia, a gente tem como agir com di�logo”, afirma a gerente do Distrito Sanit�rio do Barreiro, Renata Mascarenhas, que acompanhou a visita. Ela se preocupa com o fato de alguns bolsistas n�o entenderem bem o portugu�s. “A comunica��o � de suma import�ncia na rela��o entre m�dico e paciente. Os dois t�m de se entender claramente. Caso isso n�o ocorra, vamos informar � coordena��o do programa”, promete. Segundo Renata, centros de sa�de do Barreiro receber�o sete bolsistas diplomados no exterior.