
Em reuni�o na noite de ontem, o Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG) decidiu enfrentar o Minist�rio da Sa�de e exigir que o governo federal informe locais de trabalho e nomes dos tutores dos bolsistas do programa Mais M�dicos, como requisito para conceder registros provis�rios que liberem os profissionais para trabalhar. A postura ignora orienta��o do Conselho Federal de Medicina (CFM), que recomendou aos �rg�os estaduais que emitam os registros e deem prazo de 15 dias para entrega dos dados solicitados. O presidente do CRM-MG, Jo�o Batista Gomes, justificou a decis�o afirmando que o minist�rio n�o se comprometeu a respeitar o prazo. A Advocacia-Geral da Uni�o avalia a possibilidade de ir � Justi�a contra o �rg�o.
Dos 13 pedidos de registro protocolados no dia 5 e que deveriam ter sido respondidos na quinta-feira, nove apresentaram a documenta��o exigida pela medida provis�ria que institutiu o programa e quatro tiveram alguma incorre��o, segundo balan�o do CRM-MG. Uma notifica��o sobre os erros foi enviada ontem ao minist�rio, segundo Gomes.
Os 42 profissionais formados no exterior e selecionados para o estado, 27 deles cubanos, deveriam ter se apresentado ontem aos 31 munic�pios onde trabalhar�o, segundo cronograma oficial. Por�m, sem registro, nenhum deles ainda est� autorizado a trabalhar. No pa�s, dos 681 profissionais do Mais M�dicos formados no exterior, 400 deles cubanos, apenas 87 tinham recebido o registro at� ontem, segundo o Minist�rio da Sa�de.
O CFM argumenta que os atrasos se devem � apresenta��o tardia das solicita��es pelo governo federal. Segundo o conselho, 509 dos 628 pedidos sob avalia��o dos CRMs, cerca de 80% do total, est�o no prazo previsto em lei – 15 dias. Em nota, o Minist�rio da Sa�de reconheceu, indiretamente, que boa parte dos requerimentos foi encaminhada com atraso. Segundo a pasta, at� s�bado vence o prazo para que sejam avaliados 299 pedidos.
Lidia se graduou em 1985, tem especializa��o em medicina familiar e mestrado em aten��o prim�ria de sa�de. Antes de vir para o Brasil, trabalhava como professora da Universidade de Ci�ncias M�dicas de Havana. J� havia participado de uma miss�o na Venezuela, entre 2003 e 2009. Ela, que vai trabalhar no Centro de M�rio Campos, espera superar em breve a barreira da l�ngua. Enquanto isso n�o ocorre, mant�m � m�o um dicion�rio portugu�s-espanhol. “Em Cuba, somos formados com a ideologia de prestar aux�lio �s pessoas mais carentes. O Brasil est� precisando de m�dicos e queremos ajudar”, disse.
Em Jaboticatubas, tamb�m na Grande BH, tr�s m�dicos cubanos devem assumir os cargos na segunda-feira, segundo a secret�ria de Sa�de, Maria de F�tima Soares. “Esta semana deve servir para que eles conhe�am a cidade, as unidades b�sicas de sa�de, o hospital, os futuros colegas. Por enquanto, o atraso na emiss�o dos registros n�o vai atrapalhar”, afirma F�tima. Ela espera, no entanto, que o impasse se resolva logo. Temporariamente hospedados em uma pousada, os estrangeiros morar�o em uma casa alugada pela prefeitura no Centro.
No Norte de Minas, as tr�s m�dicas cubanas que trabalhar�o em S�o Jo�o das Miss�es e Gameleiras foram recebidas ontem com festa por militantes partid�rios, no aeroporto de Montes Claros. Designadas para os munic�pios entre aqueles com mais baixas taxas de desenvolvimento humano do Sudeste, Luisa Albina Diegues e Fel�cia Perez (S�o Jo�o das Miss�es) e Larissa Alfonso Torres (Gamaleiras) receberam as boas vindas em clima de festa e com direito a p�o de queijo. Com 21 anos de profiss�o e uma passagem pela Venezuela, Larissa, assim com as colegas, n�o acredita que o CRM v� criar obst�culos ao trabalho dos estrangeiros. (Com ag�ncias)