O aumento no n�mero de camel�s e de moradores de rua foi uma das reclama��es apresentadas ontem pela C�mara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), em reuni�o de seu Conselho Regional Hipercentro, com representantes da prefeitura e das pol�cias Militar e Civil. Os comerciantes tamb�m reclamaram de flanelinhas e pediram provid�ncias para inibir assaltos. Policiais e fiscais s�o “complacentes com pequenas infra��es”, segundo o vice-presidente da entidade, Marcos Innecco Correa. A chefe do Comando de Policiamento da Capital (CPC), coronel Cl�udia Romualdo, negou que haja condescend�ncia, mas admitiu a grande quantidade de criminosos reincidentes.
O C�digo de Posturas de BH determina quais atividades comerciais podem ser exercidas em logradouros p�blicos, incluindo a de engraxate. O EM percorreu o Centro ontem e, ao lado de banquinhas de engraxar sapatos, encontrou pessoas vendendo cadar�os, palmilhas e guarda-chuvas. A pr�tica proibida ocorria, por exemplo, na Avenida Amazonas e em um quarteir�o fechado da Rua Rio de Janeiro.
O dirigente tamb�m se queixa da a��o de flanelinhas, que contribuem para que o sistema de vagas rotativas seja desrespeitado. “Os motoristas deixam a chave do carro com essas pessoas, que p�em o tal�o obrigat�rio apenas na hora que fiscais se aproximam”, disse.
Em entrevista ao EM, flanelinhas reconheceram a pr�tica. “Sou guardador (de carros) licenciado pela prefeitura e n�o fa�o isso, mas h� muitos que fazem”, disse um homem de 50 anos, sem se identificar. Por volta das 16h30, ele segurava um molho de chaves de ve�culos e trabalhava na Rua Tamoios, entre a Curitiba e a Amazonas.
“Sofremos tamb�m com a a��o de microtraficantes de drogas e furtos a pedestres e estabelecimentos. Queremos mais policiais na rua e menos complac�ncia com pequenas infra��es. Existe sensa��o de que est� aumentando o n�mero de ocorr�ncias no Hipercentro”, afirmou o vice-presidente da CDL, embora a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) n�o divulgue n�meros por regi�o da cidade.
“N�o h� complac�ncia por parte da PM, que est� fazendo o seu papel. O que estou percebendo � que estamos prendendo pessoas que j� foram detidas outras vezes pelo mesmo tipo de crime. � preciso verificar por que isso est� acontecendo”, disse a coronel Cl�udia Romualdo. Segundo ela, a pol�cia vem intensificando a atua��o nas �reas mais cr�ticas. “Estamos lan�ando policiamento nos pontos onde h� registro de mais ocorr�ncias e, junto com a Pol�cia Civil, tentando identificar criminosos que t�m atuado no Centro”, afirma.
A Secretaria Regional Centro-Sul, por meio da assessoria, informou que a fiscaliza��o atua diariamente, sobretudo na Regi�o Central, onde h� mais irregularidades. Apesar da liminar que protege artes�os e hippies, a regional garantiu que continua cobindo camel�s que vendem alimentos e produtos industrializados.
IMPASSE NO SANTA TEREZA
O impasse entre moradores do Santa Tereza, na Regi�o Leste de BH, e a Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) sobre o destino do antigo Mercado Distrital pode terminar ainda este ano. Diante da posi��o da entidade de instalar no local uma escola automotiva apenas se houver apoio da comunidade, o Movimento Salve Santa Tereza entregou ontem � diretoria abaixo-assinado de 2.445 pessoas contr�rias � medida. O grupo afirma que, para implanta��o da escola, ser� necess�ria mudan�a na legisla��o para flexibilizar a �rea de diretrizes especiais (ADE). Representantes do movimento foram recebidos pelo chefe de Gabinete da Presid�ncia da Fiemg, Ant�nio Marum, que reiterou: “Se o bairro n�o nos quer, paci�ncia. Seria um refer�ncia em inova��o”, disse. A decis�o definitiva ser� tomada at� dezembro pelos conselhos deliberativos da entidade.