(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Casa pr�xima da Avenida Pedro I trava o BRT

Moradores que insistem em resistir � press�o da prefeitura t�m 15 dias para deixar seus im�veis na Avenida Pedro I, mas irm�os v�o � Justi�a e adiam a desocupa��o da �rea


postado em 22/11/2013 06:00 / atualizado em 22/11/2013 14:53

Os irmãos Márcio Túlio e Marcus Vinicius Vieira Perdigão discordam do valor oferecido na indenização(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)
Os irm�os M�rcio T�lio e Marcus Vinicius Vieira Perdig�o discordam do valor oferecido na indeniza��o (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)

Os �ltimos moradores dos im�veis desapropriados para as obras do sistema de transporte r�pido por �nibus – BRT, na sigla em ingl�s – batizado de Move, na Avenida Pedro I, em Venda Nova, Regi�o Norte de Belo Horizonte, j� est�o com a mudan�a pronta. Eles t�m no m�ximo 15 dias para deixar o local, mas uma briga na Justi�a envolvendo uma propriedade no nº 107 da Rua Padre Pinto Pedro, paralela � avenida, est� longe de ser resolvida. Pelo menos � o que garantem os propriet�rios, que n�o concordam com o valor oferecido pela prefeitura a t�tulo de indeniza��o. Ontem, advogados do empres�rio M�rcio T�lio Vieira Perdig�o, de 45 anos, e do seu irm�o, o professor Marcus Vin�cius Perdig�o, de 49, entraram com uma liminar na 4ª Vara da Fazenda Municipal pedindo a reavalia��o da propriedade, que tem duas resid�ncias e uma loja. Os im�veis ao lado j� foram demolidos e dois inquilinos de M�rcio e Marcus cancelaram o contrato de aluguel por medo de saques. Uma das casas, que tem entrada pela Rua das Pedrinhas, est� alugada.

Os irm�os contam que nasceram e foram criados no im�vel e que o pai a deixou de heran�a para a mulher e os filhos. “A prefeitura avaliou o im�vel em R$ 200 mil, mas contratamos uma per�cia particular e seu valor � R$ 1,4 milh�o, mas o juiz o fixou em R$ 479 mil, com o magistrado definindo a imiss�o de posse para a prefeitura, mas n�o concordamos”, disse M�rcio. Os irm�os alegam que a Lei de Desapropria��o � arcaica e arbitr�ria. “Ela � de 1940 e s� favorece o poder p�blico. Pagamos R$ 5 mil por uma per�cia particular, anexamos o laudo ao processo e o juiz n�o o levou em considera��o, simplesmente o ignorou, considerando apenas a avalia��o judicial”, disse Marcus.

Segundo os dois irm�os, o perito judicial n�o olhou as benfeitorias do im�vel e aplicou um valor 50% abaixo ao de mercado. “A casa est� com telhado novo e tem piscina nos fundos. Vamos resistir at� quando a gente puder”, disse M�rcio. Segundo os herdeiros, o aluguel das duas casas e da loja complementava a renda da m�e deles, que tem 73 anos. Mesmo que haja acordo com a prefeitura, eles disseram que somente v�o ver a cor do dinheiro em mar�o do ano que vem. Marcus e M�rcio est�o preocupados com a seguran�a do im�vel. Uma escada de concreto, que restou de uma demoli��o ao lado, serve de acesso ao interior da casa e ladr�es tentaram arrancar uma janela. “Est�o depredando a nossa casa. Todos os dias, a gente sai do trabalho e passa aqui para dar uma olhada”, disse Marcus.

Saudade antecipada

Dois pr�dios comerciais na esquina das ruas Padre Pedro Pinto e Pedro I tamb�m j� foram desocupados, mas os donos tamb�m esperam uma resposta da Justi�a. O dono de um dos pr�dios, que tem 740 metros quadrados de �rea constru�da em dois andares e um mezanino, disse que a negocia��o com a prefeitura est� quase conclu�da e ele espera chegar a uma solu��o pac�fica. “Eles avaliaram o pr�dio em R$ 1,5 milh�o, mas eu tive que vender tr�s im�veis para juntar R$ 2,4 milh�es e constru�-lo”, disse o propriet�rio, que preferiu o anonimato. Ele pediu uma per�cia judicial para reavaliar o pr�dio e aguarda o resultado. “� uma obra de qualidade, com piso de granito, tem porcelanato e tijolos de vidro na parede”, disse o dono. O pr�dio era alugado por uma empresa de resson�ncia magn�tica.

O pintor de autom�veis Luiz Carlos Soares, de 68, e a sua mulher, Maria da Penha Souza, de 72, j� est�o se despendido da casa constru�da h� 80 anos na Rua Padre Pedro Pinto. “Vamos embora no dia 28”, lamentou a dona de casa. O pomar que havia nos fundos j� foi destru�do. “Arrancaram tudo. Meteram o trator em cima do meu p� de manga, que estava carregado, do p� de abacate e das bananeiras. Fecharam a gente aqui dentro com tapumes”, lamentou Maria da Penha. A horta, que fica na parte da frente da casa, ainda resiste. “At� j� chorei aqui, ontem”, contou a aposentada. O marido dela disse estar sofrendo. “Estou me despedindo da casa. J� estou com saudade, isso aqui � igual a filho. Ainda tem o p� de jabuticaba e o de ameixa, nos quais os meninos brincavam”, disse o pintor.

O comerciante Marcos da Silva Ribeiro, de 50, deve desocupar seu im�vel at� segunda-feira. Parte do pr�dio � alugado para uma borracharia e a dona n�o tem para onde ir. “Ao todo, eram 10 im�veis alugados, al�m da minha moradia. Todo mundo tem 15 dias para sair”, disse Marcos. Ele conta que tinha 12 anos quando uma parte do im�vel foi desapropriada para aumentar a largura da Avenida Pedro I. “O dinheiro da indeniza��o j� est� depositado em ju�zo, mas 80% do valor somente ser�o liberados em cinco meses. Estou ilhado. Sou o �ltimo dos derradeiros. J� tiraram o posto de combust�vel, os vizinhos da esquerda e dos fundos. A floricultura tamb�m foi derrubada”, lamentou o comerciante. A Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) informou que fala somente com os propriet�rios dos im�veis.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)