O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An�sio Teixeira (Inep) divulgou, nesta sexta-feira, o n�mero de pessoas eliminadas do Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem) de 2013 por fraude. Ao todo, 1.522 candidatos foram flagrados por fiscais no momento da realiza��o das provas em outubro deste ano, com pontos de escuta, porte de equipamentos eletr�nicos, tentativa de consulta a conte�dos externos, entre outros. O �rg�o tenta agora identificar se essas pessoas contrataram os servi�os de uma quadrilha presa em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, respons�vel por fraudes em vestibulares de medicina e do Enem.
O ministro da Educa��o, Aloizio Mercadante, confirmou, na tarde desta sexta-feira, que dentre os eliminados, 396 pessoas foram em Minas. Destas, quatro em Barbacena, onde a quadrilha atuava. “N�o recebemos nenhum nome para confirmar se s�o participantes, de qual escola, para fazermos os cruzamentos poss�veis em rela��o � prova", disse o ministro.
Jos� Cl�udio fotografou o caderno e enviou para os chamados “pilotos”, membros da quadrilha respons�veis pela corre��o da prova. Ele recebeu de volta o gabarito da prova amarela e disparou via SMS e ponto eletr�nico para os candidatos que haviam pagado pelo servi�o. A pol�cia acredita que entre 100 e 150 pessoas pagaram valores de R$ 70 a R$ 100 mil para se beneficiar das respostas do Enem. A princ�pio os envolvidos seriam todos candidatos com pretens�o em estudar medicina, mas ainda ser� apurado se h� outros cursos.
A quadrilha tinha todos os detalhes da fraude muito bem amarrados. Mesmo com a medida de seguran�a de quatro cores de caderno e uma frase em cada uma das provas, os criminosos conseguiram garantir o golpe. Todos os candidatos combinados com a quadrilha marcavam no gabarito que estavam com o caderno amarelo, mesmo estando com exame de outra cor. Seria fun��o do fiscal de prova verificar essa marca��o na folha de respostas, mas nem sempre era feita essa vigil�ncia.
Em caso de candidatos que passavam pela vig�lia dos fiscais, no momento da marca��o da prova, havia um esquema de caneta que apaga a tinta. Assim, o candidato poderia mudar a cor da prova na folha de resposta garantindo um gabarito amarelo. No fim, o que a quadrilha precisava era que todos os candidatos combinados ficassem com o caderno amarelo. A frase escrita na prova e que deve ser transcrita pelo candidato no gabarito, era repassada via SMS ou ponto eletr�nico.
De acordo com o Inep, o �rg�o ainda n�o recebeu nenhum nome de suposto candidato beneficiado ou de fiscal que tenha facilitado o esquema. Sendo assim, o Inep afirma que “as alega��es de fraude no Enem, at� ent�o, baseadas apenas em di�logos entre fraudadores”. Atrav�s de nota, informou , tamb�m, que, como o Inep ainda n�o teve acesso aos poss�veis beneficiados pelo esquema, � imposs�vel verificar se eles est�o entre os 1.522 candidatos j� exclu�dos do exame por fraude.