
Pelo menos sete pessoas devem ser ouvidas nesta semana no inqu�rito que investiga a causa morte de Mariana Silva Rabelo de Oliveira, de 8 anos, que sofreu acidente no Jaragu� Country Club, em Belo Horizonte, na sexta-feira. Na lista est�o diretores do centro de lazer, salva-vidas, familiares e associados que participaram do resgate da menina. Ontem, duas equipes de policiais estiveram no clube, uma pela manh� e outra � tarde, para apurar as circunst�ncias do acidente e a responsabilidade pelo afogamento. Apesar de integrantes da dire��o do estabelecimentos n�o terem sido encontrados, um fato novo foi revelado � pol�cia por funcion�rios. Segundo o delegado Thiago de Oliveira Souza Pacheco, da 3ª Delegacia de Venda Nova, Mariana ficou submersa na piscina entre 3 e 5 minutos e n�o 18 minutos, como havia sido cogitado.
O policial aguarda o laudo da per�cia t�cnica feita no dia do afogamento para saber se houve falha de engenharia na piscina ou mec�nica na bomba, que possa ter causado o acidente. "O laudo ser� fundamental para entender o que ocorreu e apurar quem s�o os respons�veis pelo acidente", disse. Um dos fatos a serem checados � se havia funcion�rios pr�ximo � piscina para fazer a vigil�ncia. "Ao lado do tobo�gua h� uma placa com os dizeres: %u2018Crian�as devem ser acompanhadas por adultos, por quest�es de seguran�a%u2019. Vamos saber se algu�m fiscalizava. Aparentemente, a menina estava desacompanhada", afirmou Pacheco, que espera concluir o inqu�rito em 10 dias.
Na lista das testemunhas que prestar�o depoimento est� o policial civil Vin�cius Magno Faedda, de 44 anos, cotista do clube h� seis anos. Ele estava no Jaragu� com a mulher, um filho, um filha e uma sobrinha e contou que o acidente ocorreu por volta das 16h, quando a piscina estava cheia de crian�as e adultos. "Um rapaz que aparentava ter entre 14 e 16 anos gritou pelo salva-vidas e minha mulher disse que algu�m estava se afogando. Nadei at� o cano, peguei a crian�a, tentei levant�-la e vi que estava travada pelo cabelo. Consegui puxar, mas os cabelos voltaram para o cano", informou.
Vin�cius disse ainda que ele voltou � superf�cie, pediu uma faca e chamou novamente um salva-vidas. "Na segunda vez que mergulhei, o marido de uma m�dica foi junto. Puxamos a garota, os cabelos longos se soltaram e a levamos at� a borda", lembrou. Segundo ele, os cabelos de Mariana ficaram presos no cano que leva �gua da piscina at� o tobo�gua, na mesma parede onde est� apoiado o escorregador do brinquedo. Uma pe�a de pl�stico, conhecida como joelho, posiciona o orif�cio do cano para baixo. Da� em diante, segundo ele, duas m�dicas que tamb�m s�o s�cias do clube assumiram os primeiros socorros. "Quem estava no clube ficou em estado de choque, estarrecido e sem rea��o. Na hora eu pensei na minha filha, que tem a mesma idade da Mariana. N�o estou conseguindo dormir direito. Espero que Deus aben�oe a fam�lia", desabafou o policial.
Logo depois que as m�dicas tentaram reanimar Mariana por meio de respira��o boca a boca e funcion�rios do clube chegaram, inclusive um salva-vidas e um enfermeiro. Um desfibrilador foi levado, mas testemunhas informaram que a falta de uma extens�o teria impedido o uso do equipamento. A garota foi levada ent�o para o ambulat�rio, onde o aparelho foi usado. Em seguida, ela foi socorrida pelo Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu) para o Hospital Odilon Behrens, onde morreu durante a madrugada. (Com Valquiria Lopes)