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Estado de Minas

Missa das 11h � suspensa na Igreja do Carmo

Ap�s confus�o, Arquidiocese de BH e Prov�ncia Carmelita decidem cancelar temporariamente celebra��o tradicional dirigida por frei Cl�udio van Balen na Igreja de Nossa Senhora do Carmo


postado em 28/01/2014 00:12 / atualizado em 28/01/2014 08:16

Gustavo Werneck

Wilson da Mota foi designado para substituir Evaldo Xavier como pároco da Igreja do Carmo, o que seria divulgado na missa de domingo (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Wilson da Mota foi designado para substituir Evaldo Xavier como p�roco da Igreja do Carmo, o que seria divulgado na missa de domingo (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)

A tradicional missa dominical das 11h na Igreja de Nossa Senhora do Carmo, com a presen�a de mais de 1 mil cat�licos, est� suspensa por tempo indeterminado. A decis�o foi divulgada ontem, em nota, pela Arquidiocese de Belo Horizonte e Prov�ncia Carmelita de Santo Elias, respons�vel pela par�quia localizada no Bairro do Carmo, na Regi�o Centro-Sul da capital. O motivo � o incidente ocorrido domingo, quando um grupo de fi�is impediu a realiza��o da celebra��o eucar�stica por n�o concordar com a aus�ncia, no altar, de frei Cl�udio van Balen, h� anos � frente da missa nesse hor�rio. A nota ressalta que “as igrejas devem ser sempre local de paz e fraternidade, de respeito e de f�, ambiente que favorece o encontro com Deus”. A determina��o revolta fi�is e muitos falam em “trucul�ncia” das autoridades religiosas.

Triste e preocupado com o epis�dio que envolveu a Pol�cia Militar e �nimos exaltados dos devotos, o titular da par�quia, frei Evaldo Xavier Gomes, viu v�rias vezes, � tarde, um v�deo postado na internet por um an�nimo com as cenas que misturam gritos, vaias, bate-boca, rostos amedrontados e l�grimas. “No mundo inteiro, a missa das 11h de domingo � a que atrai mais gente, principalmente as fam�lias. Por isso, escolhemos este hor�rio para uma celebra��o especial, na qual comunicar�amos o nome do novo p�roco, o padre Wilson da Mota Fernandes, de 31 anos, que vai me substituir. E tamb�m que fui eleito prior provincial (superior) da Ordem dos Carmelitas no Brasil para as regi�es Sul e Sudeste”, disse frei Evaldo.

Segundo frei Evaldo, todos os padres foram convidados, inclusive frei Cl�udio, de 81, e h� mais de quatro d�cadas na Igreja do Carmo, como � mais conhecida. “Ele n�o apareceu. Est�vamos na sacristia nos preparando para a celebra��o quando ouvimos a gritaria. Era um protesto organizado pedindo a presen�a de frei Cl�udio, como se ele tivesse sido exclu�do. Nada disso aconteceu”, disse o p�roco, explicando que foi adiada para mar�o a posse do padre Wilson como novo p�roco. “Eu teria que seguir definitivamente para o Rio de Janeiro (RJ) a fim de assumir o posto de prior provincial, mas vou ter que conciliar por um tempo as duas atividades. Nunca vi nada assim na vida”, explicou o padre Evaldo, que trabalhou 10 anos na It�lia e abriu, em 8 de dezembro, as comemora��es do cinquenten�rio da Igreja do Carmo.

A confus�o dentro da igreja durou cerca de uma hora e continuou na porta, numa discuss�o entre os “claudianos”, como est�o sendo chamados os defensores de frei Cl�udio, e os cat�licos, que defendem a atual a��o pastoral. “Uma mo�a que faz os coment�rios antes do in�cio da missa subiu ao altar e n�o conseguiu continuar a leitura. Depois n�s, padres, entramos e fomos vaiados. Estavam conosco o padre Wilson, o padre Tinus van Balen, irm�o de frei Cl�udio, o padre Luiz Henrique e o di�cono frei Ant�nio Bento”, relata frei Evaldo, que, diante do tumulto, rezou o ter�o de joelhos e depois seguiu para o sal�o paroquial, onde celebrou a missa para 80 pessoas. “Tive que segurar a porta da sacristia para n�o haver mais problemas”, contou o di�cono.

Os problemas teriam come�ado a partir de um e-mail que circulou na v�spera da missa. Frei Tinus van Balen, de 75, ficou abalado com o tumulto, “j� que a igreja � um lugar de paz em Jesus e uni�o”, e contou que n�o conseguiu falar com o irm�o deste ent�o. O EM n�o conseguiu contato com frei Cl�udio e foi informado de que ele poder� falar hoje com a imprensa. No domingo, haver� missa em outros hor�rios, embora sem a presen�a de frei Cl�udio. Na nota, a Arquidiocese de BH e a Prov�ncia Carmelita de Santa Elias disseram ainda que “os incidentes ocorridos no domingo prejudicaram gravemente a celebra��o da santa missa, configurando desacato � igreja de Belo Horizonte e ao novo provincial carmelita”.
O professor de ingl�s Guilherme Ferreira gravou quatro v�deos e diz que teve a impress�o de que o movimento foi orquestrado para prejudicar a celebra��o. “Vi quatro senhoras se levantando e conclamando as pessoas a se levantar.”
 
REVOLTA

Para a maioria dos “claudianos”, o incidente de domingo � resultado da “persegui��o” sofrida nos �ltimos anos pelo frade carmelita, considerado um l�der carism�tico, de grande humildade e sempre pr�ximo dos fi�is. A enfermeira Maria Rossana Crist�faro Isa�a, de 52, esteve ontem no Carmo para conversar com o frade e n�o se conformou com a suspens�o da missa dominical das 11h. “Estava aqui e n�o vi nada de violento. As pessoas apenas bateram palmas. Frei Cl�udio � uma pessoa sensacional, uma pessoa que nos aconselha e conforta. Certamente houve falha da par�quia na comunica��o sobre a missa”, afirmou Maria Rossana. Ao tomar conhecimento da suspens�o da celebra��o eucar�stica, o engenheiro H�lio M�rcio Barbosa, morador do bairro, destacou a participa��o de frei Cl�udio em mais de 40 anos e considerou a decis�o “uma intromiss�o grande da Arquidiocese de BH nos problemas da prov�ncia”.

Em�rito

N�o � de hoje a queda de bra�o na Par�quia de Nossa Senhora do Carmo para manter a presen�a de frei Cl�udio van Balen. Os problemas se acirraram em 2010 sendo feito, na sequ�ncia, um abaixo-assinado pedindo a perman�ncia do religioso holand�s, que, h� seis anos, quando fez 75 anos, se tornou “em�rito”, que significa-se aposentar pelas leis da Igreja. De acordo com a Chancelaria da Mitra Arquidiocesana, o padre, nessa condi��o, encerra o seu minist�rio paroquial, podendo continuar com todas as suas atividades pastorais (celebra��o de missas, atendimento a confiss�es), mas n�o pode interferir na administra��o paroquial. Assim, ele passa a ser um auxiliar na dimens�o espiritual e n�o mais administrativa.


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