
Com poucos passageiros e contando com agentes de tr�nsito para liberar seu caminho por cruzamentos nos corredores exclusivos, os �nibus articulados do BRT/Move circularam com boa velocidade e efici�ncia, nessa segunda-feira, em seu primeiro dia �til de funcionamento, mas ainda n�o ajudaram a melhorar o tr�fego de Belo Horizonte. Em compara��o feita pela equipe do Estado de Minas, ve�culos do novo transporte de massa da capital se deslocaram at� 37% mais r�pido do que os �nibus regulares de trajeto semelhante. Apesar do contraste entre o tr�fego livre na pista central e um congestionamento brutal nas pistas comuns das avenidas Cristiano Machado – no que foi considerado pela BHTrans o “primeiro dia �til do ano” –, a opera��o dos 18 ve�culos pertencentes a tr�s linhas n�o transcorreu sem transtornos. Ainda ocorreram problemas na atracagem – quando o �nibus se emparelha com a plataforma –, falta de informa��o nas esta��es, longas dist�ncias nas baldea��es, al�m de engarrafamentos nos cruzamentos e em �reas como a Regi�o Central e viadutos do Complexo da Lagoinha, onde o Move chegou a ficar retido por 68% do seu tempo total de deslocamento.
De acordo com as empresas de monitoramento de cargas e valores parceiras do site de mapas e rotas Maplink, o tr�nsito de ontem em BH chegou a ser 38% mais intenso das 5h �s 7h. O pico foi �s 6h, quando as filas de carros atingiram 48 quil�metros, contra o normal de 17, ou seja, uma lentid�o 182% maior. A m�dia da segunda-feira � de 26 quil�metros de tr�fego ruim durante essas duas horas, mas ontem o indicador atingiu 36 quil�metros. A BHTrans garante que o Move n�o teve impacto direto no congestionamento e o credita ao “retorno do carnaval e de recessos do in�cio do ano”. Informa ainda que os engarrafamentos fora dos corredores exclusivos tende a se reduzir quando hover extin��o de linhas convencionais e que a maioria delas deve deixar de circular quando o sistema estiver totalmente implantado, em maio.
Enquanto isso n�o ocorre, das janelas dos �nibus comuns do sistema BHBus e dos metropolitanos, passageiros imobilizados pelos engarrafamentos de ontem observavam com admira��o enquanto os ve�culos articulados desenvolviam velocidade de cruzeiro nas faixas exclusivas. A assessora de eventos Ana Carolina Marques Andrade, de 31 anos, pegou o �nibus da linha metropolitana 5884 em Lagoa Santa, na Grande BH, e planejava descer na rodovi�ria da capital. Por�m, quando o ve�culo se aproximava da Avenida Cristiano Machado, nas imedia��es da Esta��o S�o Gabriel, o congestionamento a fez desembarcar e ir a p� at� a plataforma do Move para pegar o BRT e descer na Avenida Paran�, no Centro. “O tr�nsito estava parado, eu iria me atrasar para um compromisso. Agora, acho que vou chegar na hora”, explicou.
Balan�o parcial da BHTrans mostrou que o tempo de viagem do BRT aumentou em compara��o com o primeiro dia de opera��o. A linha 82, que no s�bado fez ida e volta o trajeto Esta��o S�o Gabriel/Savassi em uma hora e 11 minutos, ontem gastou em m�dia oito minutos a mais. Inicialmente, a empresa n�o estabeleceu meta para essa linha. J� os outros dois trechos n�o atingiram o esperado de 15 minutos para a linha direta e 30 minutos na paradora.

PISTA FECHADA Os grandes obst�culos do Move se encontram ainda nas falhas de sequ�ncia dos corredores exclusivos. Nos cruzamentos ao longo da pista central da Avenida Cristiano Machado, os ve�culos articulados chegaram a ser bloqueados por carros atravessados nas conflu�ncias. Por volta das 7h20, um dos coletivos da Linha 83 (S�o Gabriel/Centro) precisou manobrar para fora da pista exclusiva para desviar de uma fila de ve�culos no cruzamento com a Rua Jacu�, na Floresta, Regi�o Leste.
Em tr�s viagens feitas pela equipe do EM, o tempo gasto pelo Move quando ingressava no tr�fego normal chegou a representar mais do que a metade do total. Na linha 83, dos 25 minutos gastos nos oito quil�metros entre a esta��o da Regi�o Nordeste e o Centro, 17 minutos (68%) foram necess�rios para vencer 1,2 quil�metro entre os viadutos do Complexo da Lagoinha e as esta��es da �rea central.
Por duas vezes motoristas do Move precisaram buzinar e desviar de ve�culos que invadiram o corredor exclusivo da Cristiano Machado para tentar escapar dos engarrafamentos. Um deles, de um Gol, obrigou o articulado a reduzir sua velocidade at� encontrar espa�o para ultrapassagem. O momento mais perigoso foi quando o motorista da Linha 82 (S�o Gabriel/Savassi via Hospitais) precisou fazer um desvio brusco para n�o bater em uma Kombi com passageiros, que transitava indevidamente pelo trecho reservado ao BRT. Muitos pedestres tamb�m correram perigo ao atravessar o corredor exclusivo fora da faixa ou com o sem�foro fechado, principalmente porque os novos ve�culos desenvolvem velocidades superiores �s dos outros coletivos. Dentro das esta��es, a aproxima��o dos ve�culos sanfonados das plataformas ainda tem sido irregular. Em vez dos v�os seguros, com no m�ximo 15 cent�metros, a dist�ncia chegou a at� o dobro.
O QUE DEU CERTO
Conforto, representado principalmente pelo ar-condicionado
Agilidade, com pouco tempo de espera nas esta��es
Rapidez para quem mora perto da Avenida Cristiano Machado
Seguran�a nas esta��es
Boa circula��o dos �nibus articulados na �rea hospitalar
O QUE FALHOU
Falta de informa��es para embarcar
Falta de sinaliza��o nos pontos de �nibus alterados no entorno dos corredores
Portas para acesso de cadeirantes que n�o se abriram completamente
Pagamento dobrado de tarifas
Engarrafamento depois do t�nel da Lagoinha at� a regi�o hospitalar
Dificuldade de fazer a convers�o na esquina da Avenida Get�lio Vargas com Rua Professor Moraes