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Estado de Minas

Solu��o para desafogar sistema prisional, tornozeleiras eletr�nicas s�o subutilizadas

Apenas 75% das tornozeleiras eletr�nicas, dispositivo essencial para desafogar o sistema prisional e humanizar cumprimento de pena, s�o usadas em Minas. Solu��o � expandir para o interior


postado em 18/03/2014 06:00 / atualizado em 18/03/2014 07:14

Central de Monitoração de Tornozeleira Eletrônica da Secretaria de Estado de Defesa Social acompanha detentos e detecta qualquer irregularidade, como rompimento do dispositivo(foto: SEDS/DIVULGAÇÃO)
Central de Monitora��o de Tornozeleira Eletr�nica da Secretaria de Estado de Defesa Social acompanha detentos e detecta qualquer irregularidade, como rompimento do dispositivo (foto: SEDS/DIVULGA��O)

O sistema prisional est� superlotado. Al�m de vagas, faltam pessoal e infraestrutura, mas um quarto das tornozeleiras eletr�nicas para monitoramento de detentos n�o est� sendo usado. Adotados h� pouco mais de um ano em Minas Gerais, os equipamentos t�m alcance limitado e funcionam 25% abaixo de sua capacidade. Embora existam tornozeleiras para vigiar 1.815 detentos, a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) segue os passos de apenas 1.358 pessoas (entre presos do regime aberto e domiciliar) dos que cumprem medidas cautelares e agressores enquadrados na Lei Maria da Penha, que co�be viol�ncia contra mulheres.

Apesar dos 58 mil presos no estado, a tecnologia, que poderia ser usada por mais 457 presos, est� restrita � Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Outro entrave, segundo ju�zes que determinam o uso, � porque a aplica��o do mecanismo se restringe apenas a casos espec�ficos. Para tentar ampliar o emprego da tecnologia, a Seds estuda levar tornozeleiras para o interior ainda neste primeiro semestre.

Quem usa o aparelho fica sob vigil�ncia 24 horas por dia pela Central de Monitora��o da Seds. Se o preso descumpre hor�rios de ficar em casa e no trabalho, deixa de carregar ou viola o equipamento, um sinal � emitido para a central, ele se torna imediatamente foragido da Justi�a e perde o benef�cio da liberdade. Desde dezembro de 2012, 2.306 pessoas foram indicadas pelo Judici�rio para usar o equipamento, sendo 275 por causa da Lei Maria da Penha, que h� um ano foi contemplada com as tornozeleiras. Nesses casos, se o agressor desrespeita a dist�ncia m�nima da v�tima, que disp�e de um aparelho semelhante a um celular, a tornozeleira  emite sinal e funcion�rios da central ligam para a mulher e alertam a Pol�cia Militar.

A ju�za respons�vel pela Central de Flagrantes, Maria Luiza de Andrade Rangel`Pires, apoia, mas questiona a efic�cia da tornozeleira: “Elas s�o muito �teis para pris�o domiciliar e a Lei Maria da Penha, mas, no caso das medidas cautelares, t�m efici�ncia relativa”.

A monitora��o eletr�nica � uma das medidas cautelares previstas pelo C�digo de Processo Penal. Substitui a pris�o preventiva e � aplicada a r�us prim�rios cujos crimes somam pena de at� quatro anos, dando ao acusado o direito de responder o processo em liberdade provis�ria.

Al�m de usar o equipamento, o r�u � obrigado a ficar em casa � noite e nos dias de folga, se tiver resid�ncia e trabalho fixos. “Ele acaba monitorado apenas � noite. Para funcionar 100%, a lei deveria autorizar o juiz a determinar como ser� a pris�o domiciliar ”, diz a magistrada. “A tornozeleira n�o previne a pr�tica de crimes, tem mais efeito psicol�gico. Ao mesmo tempo, como registra por onde a pessoa passa, serve de prova pr�tica caso o acusado tenha estado no local de um crime”, afirma.

Depois de um ano em uso, o aparelho mostra alcance restrito, apesar de apresentado inicialmente como instrumento para humanizar as penas e liberar espa�o nas pris�es. “Na Central de Flagrantes, falta p�blico para a tornozeleira, pois ocorrem mais crimes graves (sem o benef�cio da medida cautelar)”, informa Maria Luiza. “Acredito que na Copa do Mundo colocaremos mais equipamentos, pois, geralmente, onde tem mais gente, ocorrem mais crimes”, afirma.

"Na Central de Flagrantes falta p�blico para a tornozeleira, pois ocorrem mais crimes graves (sem o benef�cio da medida cautelar)" Maria Luiza de Andrade Rangel Pires Ju�za respons�vel pela Central de Flagrantes (foto: MARCOS MARCOS MICHELIN/EM/D.A Press)

MINORIA

No sistema penitenci�rio, � tamb�m uma minoria que pode usar o dispositivo, restrito a presos do regime aberto e pris�o domiciliar. “A tornozeleira j� est� incorporada ao cotidiano, mas s�o poucas as pessoas do regime aberto”, refor�a o juiz da Vara de Execu��es Penais de BH Guilherme de Azeredo Passos, que aprova a ado��o do equipamento. “Os presos est�o fiscalizados e com uma inclus�o social maior. Com o monitoramento, tenho certeza de que ele dorme em casa, sai para trabalhar, cumpre determinado per�metro e passa o fim de semana recolhido”, afirma.

Ele ressalta o desafogamento do sistema penitenci�rio com o emprego das tornozeleiras. “Presos t�m passado menos tempo na casa do albergado (estabelecimento de seguran�a m�nima para cumprimento do regime aberto)“, conta Passos, que defende a amplia��o da tecnologia para o interior de Minas. A expans�o da tecnologia no estado est� em estudo na Seds, segundo o subsecret�rio de Administra��o Prisional, Murilo Andrade de Oliveira. “Estamos buscando novo contrato para o interior ainda no primeiro semestre”, adianta.

No in�cio do ano, a Seds assinou aditivo no contrato de presta��o do servi�o para o fornecimento de 600 aparelhos. Com esse incremento, a meta � alcan�ar a marca de 4.582 presos monitorados simultaneamente at� 2016. O contrato atual cobre apenas a regi�o metropolitana, ao custo de R$ 28,5 milh�es por cinco anos, contados a partir de 2012. Segundo o subsecret�rio, o uso do aparelho gera economia para os cofres p�blicos. “A tornozeleira tem custo mensal de R$ 185, enquanto o detento na unidade prisional custa R$ 1.800”, completa Oliveira.

 

(foto: ARTE EM)
(foto: ARTE EM)
 


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