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Estado de Minas

Den�ncias de estudantes incluem atraso de verbas a falta de acompanhamento

Bolsistas do Ci�ncias sem Fronteiras relatam dificuldades de toda sorte para se manterem no exterior


postado em 08/06/2014 06:00 / atualizado em 08/06/2014 07:09

Ex-aluna de col�gio p�blico, com conhecimentos restritos em ingl�s, a estudante do �ltimo per�odo de biomedicina Nath�lia C�sar Giovani, da Universidade Fumec, em Belo Horizonte, sabia que estudar na Austr�lia seria a oportunidade para deslanchar de vez no idioma. Por isso, aceitou continuar no programa Ci�ncia sem Fronteiras mesmo depois de ter cancelada a candidatura para Portugal. S� n�o esperava enfrentar tantas barreiras e ter de voltar para casa exatamente por causa da l�ngua que sonhava dominar. Pelo menos 110 alunos, todos ex-candidatos a estudar em institui��es portuguesas, foram convocados a voltar da Austr�lia e do Canad� porque n�o conseguiram desempenho satisfat�rio no teste de profici�ncia em ingl�s, que mede o dom�nio da l�ngua.


No caso de Nath�lia, a tentativa foi atropelada por uma antecipa��o inesperada da prova, aplicada no fim do ano passado. Na �poca, quem teve nota acima de 5,5 garantiu o ingresso na universidade. Alunos com notas inferiores a 4,5 tiveram o passaporte carimbado para voltar ao Brasil. Quem teve pontua��o entre uma faixa e outra teria o curso de ingl�s estendido por 20 semanas. Segundo Nath�lia, a Universidade de Queensland, na cidade de Brisbane, chegou a repetir a prova do Ielts (International English Language Testing System) em 18 de janeiro e a arcar com o custo de US$ 330 para quem estava na mesma situa��o que ela.


Alunos que tinham chegado havia mais tempo e n�o foram aprovados voltaram para o Brasil. Nath�lia e outras cinco universit�rias, uma delas da Universidade Federal de S�o Jo�o del-Rei, no Campo das Vertentes, brigaram para ficar o mesmo tempo que o grupo que havia chegado tr�s meses antes � cidade. Segundo ela, depois de algum tempo a Coordena��o de Aperfei�oamento de Pessoal de N�vel Superior (Capes), que gerencia o programa, concedeu mais 10 semanas de aulas de ingl�s. “Fizemos outra prova em 12 de abril e, no dia 25 daquele m�s, as aulas acabaram.”


N�o tendo conseguido a pontua��o exigida, as estudantes pediram mais tempo de curso para a Capes. A partir da�, come�ou a via-sacra por informa��es: nem a coordena��o, nem a universidade, nem a institui��o parceira, que faz a intermedia��o entre o Brasil e a Austr�lia, se posicionaram. “Uma coordenadora da Capes me disse, por telefone, n�o saber que ainda havia estudantes com essa pend�ncia e que a decis�o no in�cio do ano foi deixar apenas quem estava com a situa��o resolvida.”
As estudantes alegam que est�o h� mais de cinco semanas sem aulas nem acesso a material did�tico. No �ltimo dia 26, receberam um e-mail informando sobre o �ltimo teste que fizeram. O resultado sair� dia 21 e a ordem da Capes, caso n�o sejam aprovadas, � voltarem dia 24, quando expira o visto. Mas a perspectiva de classifica��o � m�nima. “N�o estamos matriculadas no curso, ficamos sem seguro sa�de e, por todo o estresse, estamos ficando doentes.” As estudantes pediram pelo menos um m�s para a prova e cinco semanas de aulas, mas ainda n�o conseguiram resposta.
Com o fim do contrato de aluguel, a universit�ria agora mora de favor com amigos. A programa��o do retorno tamb�m � problem�tica. Entre a divulga��o do resultado e a data de partida, as estudantes ter�o dois dias para comprar passagem e preparar as malas, se n�o conseguirem a nota exigida. “N�o tenho respostas para muitas quest�es. Por que isso ocorreu com quem se candidatou a ir para Portugal? Por que o curso na Fran�a foi cancelado? Por que nos convocaram para uma prova estando aqui havia apenas nove semanas? J� que est�o pagando para ficarmos aqui, por que n�o pagam ent�o para termos pelo menos um ingl�s direito?”, questiona.


O Estado de Minas entrou em contato com a Capes com uma s�rie de questionamentos como esses, mas a coordena��o se limitou a responder, por meio de nota, que foi informado �s bolsistas sobre a necessidade de come�ar o curso de prepara��o de at� 25 semanas, m�nimo exigido pelo parceiro australiano, em janeiro deste ano, e que foi permitida a elas a perman�ncia por um per�odo adicional, para que pudessem fazer um terceiro teste de ingl�s. Sobre os vistos, a informa��o � de que vencem no dia 24 e que n�o podem ser prorrogados sem “um aceite incondicional de uma universidade australiana, conforme acordado com o parceiro”. A Capes n�o respondeu quantos alunos dependem ainda de ser aprovados em testes de profici�ncia para entrar na universidade.

 

O programa

» Criado em 2011, tem a meta de enviar 101 mil estudantes ao exterior at� 2015

» Minas Gerais � o segundo estado que mais envia alunos, atr�s apenas de S�o Paulo

» Cerca de 50 mil bolsas foram concedidas pelo programa

» Estados Unidos � o pa�s que mais atrai os brasileiros


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