(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Torcedores japoneses e mineiros empenhados em manter limpos os espa�os p�blicos


postado em 23/06/2014 00:12 / atualizado em 23/06/2014 08:05

Duda, de 1 ano, ajuda a família Ananias a guardar o lixo em piquenique no Parque Municipal(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Duda, de 1 ano, ajuda a fam�lia Ananias a guardar o lixo em piquenique no Parque Municipal (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)


O juiz apita o fim da partida, mas os torcedores japoneses, em vez de deixar a arquibancada, levantam-se e come�am a recolher o lixo entre as cadeiras. Detalhe: levaram sacos pl�sticos para o est�dio j� planejando a “opera��o limpeza”. Vistas no Recife (PE) e em Natal (RN), onde a sele��o nip�nica enfrentou, respectivamente, a Costa do Marfim e a Gr�cia, as cenas chamaram a aten��o do Brasil. Assim como os visitantes do Jap�o, muitos mineiros tamb�m fazem quest�o de n�o deixar rastros de sujeira por onde passam – e torcem para que isso se torne um h�bito no Brasil.

No Parque Municipal, no Centro de BH, uma fam�lia comprova que a ecologia tamb�m � parte do passeio. Ontem, 15 pessoas faziam piquenique no gramado. Embrulhos de sandu�che, restos de frutas, embalagens de iogurte, caixas de suco, garrafas de refrigerante e copos descart�veis tinham destino certo: dezenas de sacolas reservadas para guardar lixo.

J� � um h�bito: as sacolinhas ecol�gicas s�o levadas a todos os locais onde os Ananias se divertem – sejam eles parques, pra�as ou cachoeiras. At� a pequena Duda, de apenas 1 ano, j� aprendeu o lugar certo de jogar o copo descart�vel.

A comerciante Ivani Mendes de Faria Ananias afirma que o desrespeito pelo meio ambiente � “comportamento cultural” em nosso pa�s. “As pessoas pensam que, por haver garis para limpar, elas n�o precisam recolher o lixo. Al�m de ser folgado, o brasileiro � porco, acha que n�o precisa colaborar, pois tem algu�m para fazer por ele. Pensa assim: ‘Pago, logo, posso sujar”, critica.

A estudante L�via Parreiras Rezende diz que � comum ver res�duos descartados de maneira incorreta no Parque Municipal, um dos espa�os verdes mais bonitos de Belo Horizonte. “Tem muita gente sem educa��o que vai embora e deixa tudo jogado na grama”, reclama. Para ela, a atitude simples, individual, de recolher o pr�prio lixo faz grande diferen�a. “� a nossa obriga��o, temos que fazer nossa parte”, acrescenta.

Doen�as O bi�logo Gabriel Barbosa Tonelli lembra que recolher lixo � tamb�m uma quest�o sanit�ria. “Fezes de c�es podem disseminar doen�as”, explica ele. Em locais p�blicos, o maior perigo � contaminar as crian�as, al�m do mau cheiro. Tonelli d� exemplo: quando n�o h� cestos de lixo por perto, ele guarda res�duos no bolso para descart�-los em casa. E se revolta ao ver motoristas jogando detritos pela janela do carro. “N�o consigo imaginar como algu�m que tem um autom�vel e, supostamente, cultura pode fazer algo assim”, comenta.

De acordo com Gabriel Tonelli, as a��es individuais est�o muito concentradas em evitar o desperd�cio de �gua. Pelo fato de a capital mineira n�o contar com a coleta seletiva em todos os bairros, as pessoas se sentem desestimuladas em sair de casa e fazer o descarte correto nos locais dispon�veis.

“Infelizmente, ainda estamos longe de cuidar de nosso lixo. Acho triste algu�m de fora ter de nos mostrar como adotar atitudes simples, que ajudam todo mundo”, afirma o bi�logo, referindo-se ao saud�vel h�bito dos torcedores japoneses.

 

Basta um saquinho

Juliana Castro, de 30 anos, costuma passear com os tr�s c�es no Parque JK, no Bairro Sion, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte. Na mochila, al�m dos brinquedos dos fi�is companheiros, a gerente comercial leva um tubinho discreto, onde ficam armazenados sacos pl�sticos usados para embrulhar as fezes dos animais.

Depois de guardar o pacote dentro da bolsa, Juliana costuma descart�-lo em alguma lixeira ou em casa – atitude simples e necess�ria. “Se cada um cuidar ou pelo menos entender que o espa�o p�blico � de todo mundo, a situa��o pode ser bem diferente”, diz a gerente comercial, indignada com a sujeira que se v� nas ruas da cidade.

Infelizmente, a atitude de Juliana n�o � compartilhada por outras pessoas. Ela se revolta com os donos de c�es, principalmente aqueles de grande porte, que insistem em deixar fezes por onde passam. “Muitas m�es se afastam com as crian�as por causa do coc� dos cachorros. Isso impede a integra��o entre os meninos e os animais. Cada um fica num canto da pra�a”, lamenta.

As guimbas de cigarro descartadas na Pra�a do Papa, no Bairro Mangabeiras, afastaram a gerente comercial do local, considerado cart�o-postal de Belo Horizonte. Revoltada com a falta de educa��o e a sujeira, ela se mant�m atenta aos res�duos que produz. Se come uma fruta, guarda cascas no carro at� chegar em casa. “� voc� quem cuida de seu pr�prio espa�o. Um pouco de educa��o n�o mata ningu�m”, conclui.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)