
O torcedor ingl�s Todd Wilde, de 23 anos, planejou sua viagem ao Brasil h� quatro meses e uma grande festa em BH para celebrar a classifica��o da Inglaterra � pr�xima fase da Copa do Mundo. J� o costa-riquenho Alejandro Kuhn, de 32, tinha expectativa humilde para a competi��o e programou sua vinda � capital mineira para uma despedida honrosa do Mundial, no chamado “grupo da morte”, que inclui ainda It�lia e Uruguai. O futebol, no entanto, driblou os planos dos dois torcedores que chegaram s�bado � cidade e se divertiram na Savassi, a poucos metros um do outro. Enquanto o brit�nico ir� ao Mineir�o amanh� apenas para ver sua sele��o cumprir tabela, o costa-riquenho viver� mais um cap�tulo do que definiu como “sonho brasileiro”. Na verdade, um sonho real, embora, ironicamente, a realeza seja brit�nica, inclusive, o pr�ncipe Harry desembarca amanh� em BH para assistir � partida Inglaterra x Costa Rica, no Mineir�o.
Para os s�ditos da rainha Elizabeth II, o encerramento do Mundial em BH ter� um gosto amargo. Mas a anima��o dos torcedores mineiros contagiou Todd e Danny, fan�ticos pelo Leeds United, time da segunda divis�o do futebol ingl�s. J� enturmados com um grupo de brasileiros, eles preferem esquecer o desempenho ruim do time. “O plano inicial era fechar uma �tima primeira fase aqui. De todo jeito, vamos em peso (ao Mineir�o) e terminar de forma honrada”, afirmou Todd.
Outros ingleses pensam assim tamb�m. Mesmo com a elimina��o precoce na competi��o, os ingleses come�aram a marcar presen�a na festa desde s�bado. “J� que n�o vamos bem em campo, vamos aproveitar para curtir a celebra��o dos brasileiros”, brincou o brit�nico Ben Whitmore, que ficar� na capital at� quarta-feira. Ele veio com o amigo Luke Wheatley da cidade de Leicester e ambos aprovaram tamb�m a organiza��o do evento em BH. “Foi muito f�cil chegar ao hotel e conhecer alguns pontos da cidade, sem nenhum problema. Talvez o que falta por aqui sejam mais pessoas que falem outras l�nguas”, comentou Ben.
RICHA HIST�RICA
Ao saber que os torcedores argentinos haviam invadido a pra�a da Savassi, o ingl�s Michael Rowan, de 40 anos, ficou apavorado e pediu para que o taxista desse meia volta. As torcidas dos dois pa�ses costumam se estranhar mundo afora numa rivalidade que se sucedeu � Guerra das Malvinas, em 1982. “H� muita apreens�o sobre a hostilidade dos argentinos. Como meu hotel fica justamente na Savassi, n�o tive como evitar o encontro com eles”, conta Michael. Mas, em vez de viol�ncia, o ingl�s se surpreendeu ao ver que os argentinos eram amig�veis e acabou festejando com os rivais. “Acho que a Copa � sobre amizade, n�o sobre rivalidade. Todos que v�m para o Brasil ,querem ver um bom futebol e confraternizar, conhecer as cidades e a cultura”, definiu.
Michael est� na capital mineira h� dois dias e ontem foi a Confins buscar tr�s amigos que vieram de Londres. Em comum, nutriam d�vida sobre a hostilidade dos argentinos. “Soubemos pela internet que os torcedores da Argentina promoveram muita bagun�a. Vimos imagens deles atirando garrafas na Savassi, onde vamos nos hospedar. � preocupante,”, disse um deles, o empres�rio Will Doans, de 56, ao lado de, Joel Holmes, de 26, o mais novo do grupo.