Paula Takahashi
“O Brasil n�o merecia esse fim”. Assim reagiu o alem�o Sebastian Altenharp, de 25 anos, que assistia ao jogo entre as sele��es brasileira e da Alemanha no Bar Caf� do Carmo, no Bairro Anchieta, Regi�o Centro-Sul da capital. O torcedor se mostrava incr�dulo com a goleada hist�rica. “Minha aposta era 1 a 0. Claro que a gente queria ganhar do Brasil, mas esperava que fosse de outra forma, n�o desse jeito”, afirmou.
Sem conseguir ingresso para a partida no Mineir�o, vendido a R$ 2 mil no mercado paralelo, Sebastian decidiu ir para o bar com amigos. At� o terceiro gol, os seis torcedores vibravam – eram os �nicos alem�es no meio da multid�o de camisas verde-amarelas. Eles levantavam a bandeira e gritavam: “Finale, finale.” Depois do quarto gol, Sebastian deixou de comemorar em considera��o aos brasileiros.
Hino Durante o jogo, praticamente n�o havia alem�es torcendo nos bares e restaurantes da capital. N�o faltou apoio ao time vencedor por parte de brasileiros de origem germ�nica e simpatizantes da Sele��o Alem�. Num reduto da col�nia germ�nica, o restaurante Neckartal, no Bairro Santo Ant�nio, os descendentes comemoraram cada gol como se fosse o primeiro. Cantaram o Hino da Alemanha e zombavam sempre que brasileiros se aproximavam do gol de Neuer. Quando o Brasil marcou, ningu�m se manifestou.
“Meu bisav� era alem�o. A �ltima vez que torci para o Brasil foi em 1994”, afirmou o analista de sistemas Thiago Canuto, de 33. Para ele, a vit�ria da Alemanha foi uma resposta � final da Copa do Mundo de 2002, quando o Brasil derrotou os germ�nicos com dois gols de Ronaldo e se tornou pentacampe�o. “Hoje, o Klose passou o Ronaldo em n�mero de gols”, comemorou Thiago.
No Restaurante Haus M�nchen, Fabiana Villani, Vitor Isidoro e M�rcio Godoi se passavam por leg�timos germ�nicos. “Desde 2002 tor�o para a Alemanha”, contou Vitor, que conseguiu “converter” os amigos. “Cheguei a ir para a porta do hotel da Sele��o Alem� e tentar uma reserva para me hospedar l�, mas n�o consegui”, lamentou.
Embaixada
Dos 10 pa�ses que disputaram a Copa do Mundo em BH, apenas a Alemanha montou embaixada m�vel em plena Savassi. Contando com uma van, um carro e int�rpretes bil�ngues, o servi�o atraiu, ontem, centenas de alem�es. Representantes do consulado entregavam a eles uma esp�cie de “kit-turista” com dicas sobre a capital. O material inclu�a bal�es brancos, pin da bandeira germ�nica e adesivo. Os jovens estudantes de economia Justus Bunk, de 23 anos, e Dominik Haury, de 24, logo se interessaram nas revistas com dicas tur�sticas. Por�m, n�o tiveram tempo de checar as informa��es sobre Ouro Preto, Tiradentes e Inhotim.