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Estado de Minas

Desrespeito �s leis de tr�nsito domina c�mpus da UFMG e aumenta riscos de acidentes

Com quase 40 mil carros/dia e apenas 6 mil vagas de estacionamento, unidade enfrenta problemas de tr�nsito de uma grande cidade


postado em 20/08/2014 06:00 / atualizado em 20/08/2014 07:08

Regras que valem no restante da capital são ignoradas nos domínios da universidade, prejudicando usuários de ônibus, pedestres e a própria circulação de veículos. Seguranças não têm poder de punir infratores(foto: Fotos: Paulo Filgueiras/EM/D.a Press )
Regras que valem no restante da capital s�o ignoradas nos dom�nios da universidade, prejudicando usu�rios de �nibus, pedestres e a pr�pria circula��o de ve�culos. Seguran�as n�o t�m poder de punir infratores (foto: Fotos: Paulo Filgueiras/EM/D.a Press )

Estacionamento em local proibido, desrespeito � faixa de pedestres, conflito entre motoristas e ciclistas, congestionamentos. Esses problemas, comuns nas ruas e avenidas de Belo Horizonte, ganham a cada dia mais espa�o dentro do c�mpus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde quase 40 mil carros circulam diariamente. Depois que uma estudante do Instituto de Ci�ncias Biol�gicas (ICB) foi atropelada em frente ao pr�dio destinado ao curso de farm�cia, h� duas semanas, o risco de acidentes e as dificuldades de transitar e estacionar na �rea da maior universidade do estado continuam a atormentar quem estuda e trabalha na institui��o. A reitoria chegou a planejar um conv�nio com a Guarda Municipal para coibir infra��es, mas a medida n�o foi concretizada. A abertura de mais vagas para carros � descartada pela administra��o, que n�o quer estimular o uso do transporte individual.

A estudante do ICB foi atropelada na tarde do dia 8. Segundo o Corpo de Bombeiros, a jovem havia acabado de sair de um �nibus quando atravessou a rua e foi surpreendida por um carro. A universit�ria, cujo nome n�o foi divulgado, foi socorrida com suspeita de traumatismo craniano e encaminhada a um hospital. No s�bado, outro incidente chamou a aten��o para os problemas de tr�nsito em ambientes universit�rios. Segundo a Pol�cia Militar paulista, um carro perdeu o controle e atingiu quatro pessoas no c�mpus Butant� da Universidade de S�o Paulo (USP), na capital do estado. Uma das v�timas n�o resistiu aos ferimentos.

Pelo c�mpus Pampulha circulam diariamente 38 mil ve�culos, segundo a UFMG. O n�mero � mais de seis vezes maior que o de vagas de estacionamento: 4,5 mil junto aos pr�dios da institui��o e 1,5 mil ao longo das vias. O aumento constante no total de alunos vem contribuindo para agravar o d�ficit de vagas: apenas entre agosto de 2013 e junho deste ano, a institui��o passou de 46.557 matriculados para 47.672, aumento de 1.115 pessoas, al�m de ter hoje 4.430 funcion�rios t�cnico-administrativos e 2.841 professores. Os problemas de tr�nsito se agravam com motoristas que usam o c�mpus como passagem entre as avenidas Ant�nio Carlos e Carlos Luz.


A estudante de farm�cia Ana Let�cia von Kruger, de 19 anos, que vai � UFMG de van, reclama que poucos motoristas param diante da faixa de pedestres. “� preciso ficar atento para evitar acidentes”, conta. Cl�udio Nodalin, de 53, fot�grafo da Escola de Belas Artes da institui��o, vai ao servi�o de carro, mas h� dois meses usa uma bicicleta para deslocamentos dentro do c�mpus. “� mais f�cil do que pegar o carro e ficar rodando para encontrar vaga. Pedalo mais na cal�ada do que na rua. N�o confio em dividir espa�o com carros. �s vezes passam muito perto, � perigoso”, acrescenta.


Diplomados em transtorno
O tr�nsito � t�o intenso que causa engarrafamentos nos hor�rios de pico. Tamb�m � comum encontrar carros estacionados de forma irregular, muitos, inclusive, nas proximidades de pontos das linhas 5102 (UFMG/Santo Ant�nio) e Suplementar 50. Por volta do meio-dia de ontem, esse era o caso de quatro ve�culos em uma rua em frente ao pr�dio da reitoria.

�s 13h, quase em frente � Pra�a de Servi�os, a estudante de farm�cia Bruna Fernandes, de 20 anos, parou o carro e ligou o pisca-alerta entre duas vagas para estacionamento a 45 graus, infra��o que se repete em outros locais do c�mpus. “N�o achei vaga livre. Estamos esperando uma amiga”, contou ela, acompanhada de duas colegas. Poucos minutos depois de o trio estacionar, dois carros pararam em fila dupla logo atr�s. “Sempre venho de carro e, quando chego depois das 9h30, � dif�cil encontrar vaga. Come�a a encher �s 8h”, afirmou Bruna.

A universidade deveria abrir mais vagas para carros, na opini�o da estudante de educa��o f�sica Ana Carolina Alves de Oliveira, de 25 anos. “H� terrenos inutilizados que poderiam servir para isso, mas � algo que demanda tempo. A curto prazo, acho que pode ser feito um credenciamento de alunos e funcion�rios, para que eles tenham prioridade para ocupar as vagas”, sugeriu. Na tarde de ontem, ela deu duas voltas em um quarteir�o at� conseguir uma vaga.

Um vigilante da universidade disse que ele e colegas at� alertam motoristas que est�o parando em local proibido, mas muitos ignoram. “Depende de a pessoa ter bom senso, j� que n�o podemos multar”, contou o funcion�rio. A mestranda Ana Carolina Paes Martins, de 31, reclama da falta de puni��o aos infratores: “Parece que aqui n�o existe lei”.

"Parece que aqui n�o existe lei" - Ana Carolina Paes Martins, mestranda, referindo-se ao fato de as infra��es de tr�nsito n�o serem punidas na UFMG

Guarda

Em junho de 2012, o ent�o pr�-reitor de Administra��o, M�rcio Baptista, anunciou que a UFMG procuraria a Guarda Municipal para firmar um conv�nio para monitoramento e gest�o do tr�nsito, com puni��o para infra��es. “A ideia est� estagnada. Essa quest�o depende da aprova��o do Conselho Universit�rio, mas esse assunto jamais foi levado como proposta formal a ser votada”, afirma o pr�-reitor adjunto de Planejamento e Desenvolvimento, Maur�cio Campomori.

Na mesma �poca, Baptista divulgou que a universidade contrataria uma empresa para fazer estudos e propor medidas para disciplinar o tr�nsito. “Eles foram conclu�dos em 2013, mas, naquele momento, a gest�o do antigo reitor se encaminhava para o fim e as altera��es n�o foram consideradas convenientes. Al�m desses estudos, temos outros, feitos continuamente”, afirmou Campomori.

O atual reitor, Jaime Arturo Ram�rez, que tomou posse neste ano, instalou uma comiss�o para propor solu��es para problemas de tr�nsito e outros pontos. “A comiss�o prop�s a cria��o de um comit� de governan�a do c�mpus, que cuidaria das quest�es de tr�nsito e mobilidade, seguran�a, oferta de servi�os e acessibilidade. A sugest�o est� sendo avaliada”, explicou Campomori.

 

 

 


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