
Sem as tempestades de come�o de ano, os veranistas est�o de bem com o sol. A previs�o da meteorologia � de apenas pancadas r�pidas � tarde ou � noite hoje ou amanh�. E ainda que a falta de chuva prejudique o volume dos mananciais e torne o racionamento obrigat�rio em muitas cidades, o calor e o tempo bom est�o levando viajantes de Minas Gerais, do Brasil e do exterior aos pequenos para�sos ecol�gicos nas proximidades de Belo Horizonte. A Serra do Cip�, em Santana do Riacho, Ouro Preto e seu distrito Lavras Novas s�o sin�nimos de f�rias e descanso neste janeiro seco.
Carole Beyeler, da Su��a, est� de passagem pelo Brasil. Celebrou o Natal e o ano-novo com os parentes mineiros e decidiu conhecer sozinha a Serra do Cip�. Viajada, a administradora de empresas elogia a beleza natural do complexo de rochas arenosas, formado por dep�sitos marinhos h� cerca de 1,7 bilh�o de anos. Carole, no entanto, lamenta a falta de infraestrutura na regi�o.


J� para F�tima Lima de Oliveira, de Campo Grande (MS), o melhor da Serra do Cip� � a “sensa��o de paz”. Ela, o marido e o filho est�o passando parte das f�rias na regi�o. A estudante de arquitetura Luana Jos� Gomes, de 20, tamb�m de passagem por Santana do Riacho, fala em liberdade: “� um lugar acolhedor, aconchegante. Se o tempo continuar assim, vamos ficar at� amanh�”, espera.
Respons�vel pelo Camping V�u da Noiva, Paulo Rodrigues, de 66, admite o movimento menor nos �ltimos dois anos, mas v� um futuro bem melhor: “Este ano, com a ciclovia desde o Rio Cip�, as obras de duplica��o de trechos da MG-010 e a mobiliza��o da comunidade local, a regi�o tem tudo para agradar e crescer ainda mais”, acredita.
Rodrigues destaca o esfor�o dos comerciantes e das autoridades da regi�o para melhorar a qualidade do atendimento e a infraestrutura de Santana do Riacho. Ele critica a falta de consci�ncia ambiental e pede mais cuidado com as belezas do lugar: “� um absurdo o que muita gente faz no alto do V�u da Noiva. O lixo acumulado e o destrato com as �guas que v�m de l� colocam em risco a nossa principal cachoeira”.
LIXO De fato, na parte alta, nas proximidades da Trilha dos Escravos, o lixo pelo caminho � de entristecer: s�o latas, garrafas e sacos pl�sticos em diversos trechos da caminhada. Junto aos po�os naturais, mais sujeira deixada. Irani Martins, de 41, tamb�m se revolta. De sacola com o lixo produzido pela fam�lia nas m�os, a professora ressalta a falta de cultura e o desrespeito. “Um lugar t�o bonito, t�o vivo, n�o merece essa falta de respeito”, lamenta. Irani aproveitou o sol e a folga para curtir a companhia do marido, Marl�cio, e do trio adolescente Ana, Luiz e Jo�o.
Ao longo do caminho das pedras, mais lixo e gente sem no��o. Um casal entrou mato adentro e deixou para tr�s o churrasc�o: peda�os de lingui�a no prato e o carv�o em brasa entre as pedras, perto das folhagens.