O apelo para redu��o de 30% no consumo para evitar colapso no abastecimento de �gua teve ades�o de apenas 20,37% da popula��o da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, segundo dados de fevereiro divulgados ontem pela Copasa. Em Minas, o percentual foi ainda menor: s� 17,43% economizaram o suficiente para atingir a meta definida pela companhia de saneamento. Os n�meros n�o s�o animadores, j� que, como o Estado de Minas antecipou no come�o da semana, 26,73% dos im�veis na Grande BH aumentaram o consumo m�dio. Um contingente de 26,94% dos clientes manteve a despesa no n�vel do ano passado, mostrando que a campanha n�o atingiu mais da metade dos donos de im�veis.
Para o professor Carlos Barreira Martinez, do Departamento de Engenharia Hidr�ulica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a desconfian�a dos cidad�os em rela��o � administra��o p�blica resulta na falta de empenho para reduzir o consumo. “As pessoas t�m um sentimento de que n�o vai faltar �gua”, disse, avaliando n�o ter havido contrapartida suficiente da Copasa para redu��o das perdas de �gua no sistema. Apesar disso, o especialista defende a necessidade de repensar o consumo. “Em especial na �poca da seca, n�o se deve gastar de forma abusiva.”
Ontem, o n�vel do Sistema Paraopeba, que abastece a Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, estava em 38,3%. “A situa��o � preocupante, visto que o volume est� muito baixo. No mesmo per�odo em 2014, a capacidade do Sistema Paraopeba estava em 70%. Em 2013, era 92%. Esta � justamente a �poca em que os reservat�rios deveriam estar cheios, para garantir o abastecimento at� o pr�ximo per�odo chuvoso. Agora, estamos iniciando os meses de estiagem e � imperativo que todos fa�am a sua parte, no sentido de economizar �gua”, disse a presidente da estatal, Sinara Meireles.
Controle sobre os subterr�neos
Al�m de determinar a medi��o semanal de reservat�rios e recursos h�dricos superficiais em Minas, para controlar a crise da �gua mil�metro a mil�metro, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad) vai fiscalizar o uso de recursos h�dricos subterr�neos. Em no m�ximo 180 dias, uma delibera��o normativa ser� publicada para definir crit�rios para decreta��o de situa��o de aten��o, alerta ou restri��o para uso de �gua reservada no subsolo.
Na Delibera��o Normativa 49/2015, publicada ontem no Di�rio Oficial do Estado, ficam definidos os tr�s n�veis para os mananciais de superf�cie. As varia��es de volume ser�o monitoradas diariamente para estabelecimento de m�dia semanal. N�veis entre 30% e 10% disparam o alerta. Quando o �ndice cai a menos de 10%, entra-se imediatamente em regime de restri��o de uso. Considerados dados de quarta-feira, na Grande BH o Sistema Serra Azul, em Juatuba, j� estaria em alerta, com m�dia volum�trica de 12,5% nos �ltimos sete dias e bem perto do quadro de restri��o.
As novas medi��es de mananciais e rios orientam a redu��o de outorgas e at� racionamento de �gua. Se as regras e limites atuais, que vigoram automaticamente assim que detectado o n�vel cr�tico, j� estivessem valendo entre novembro do ano passado e o �ltimo dia 10, o reservat�rio de Serra Azul teria entrado em restri��o de uso, com n�vel abaixo de 10%.
Se esse patamar se repetir, principalmente com a chegada da temporada de estiagem, por for�a da Delibera��o Normativa do CERH todos os usu�rios da bacia, inclusive a Copasa, ter�o de reduzir sua capta��o em 20% para consumo humano e animal. Os �ndices s�o de 25% a menos para minera��o e 30% para a �rea industrial.