
Uma sucess�o de erros semelhantes aos da al�a sul do Viaduto Batalha dos Guararapes, na Avenida Pedro I, que desabou em 3 de julho do ano passado e matou duas pessoas. Essa � a situa��o do Viaduto Gil Nogueira, que tem desn�vel de 2,5 cent�metros na estrutura e tamb�m fica sobre a Pedro I, ligando dois extremos da Avenida Portugal, entre os bairros Itapo� e Santa Branca, na Regi�o da Pampulha. Houve um erro no projeto de engenharia feito pela Consol Engenheiros Consultores, uma falha n�o percebida durante a execu��o da obra nem pela Construtora Cowan nem pela Prefeitura de Belo Horizonte durante a aprova��o do projeto, conforme admitiu ontem o prefeito Marcio Lacerda. Apesar dos transtornos, n�o h� risco de queda, segundo o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil de Belo Horizonte. � o terceiro viaduto com problemas dos sete do BRT/Move da Pedro I, de responsabilidade da Consol e da Cowan. Al�m dos dois, o Viaduto Montese precisou ser interditado depois de um deslocamento lateral de 27 cent�metros. Foram nove meses com a estrutura fechada, antes da libera��o.
A per�cia da Pol�cia Civil constatou que o projeto da Consol apontou menos a�o do que realmente deveria ter na arma��o do Batalha dos Guararapes, erro que n�o foi percebido pela Cowan nem pela PBH. No Gil Nogueira, inaugurado em maio de 2014, ocorreu novo erro de projeto. Um desenho equivocado da posi��o de dois aparelhos de apoio, novamente de responsabilidade da Consol, outra falta de percep��o da Cowan e mais uma falha na fiscaliza��o, que n�o viu o erro. O resultado foi um desn�vel de 2,5cm entre a estrutura do viaduto e o solo da Avenida Portugal, dos dois lados da via. Como solu��o para o problema, est� agendada uma obra que vai interditar o elevado entre sexta-feira e domingo. O objetivo ser� colocar tr�s novos aparelhos de apoio em cada um dos lados entre os dois que foram danificados por conta do erro de projeto. S�o essas estruturas que garantem a absor��o do impacto causado pela movimenta��o normal da estrutura.
Segundo a prefeitura, uma vistoria de rotina no viaduto identificou o problema, no fim de 2014. Essa vistoria fez parte de uma s�rie de outras inspe��es determinadas desde que o elevado caiu, em todos os viadutos da Pedro I. Em 12 de fevereiro, t�cnicos e a c�pula da Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) se reuniram com Consol, Cowan e RCK, empresa contratada pela PBH para revisar o projeto do elevado Gil Nogueira, al�m de representantes da Defesa Civil e do Instituto Brasileiro de Avalia��o e Per�cias de Engenharia de Minas Gerais (Ibape/MG). Foi informado o problema e solicitado detalhamento da solu��o prevista � Consol, que ser� colocada em pr�tica pela Cowan a partir de sexta-feira. Segundo a Sudecap, esses reparos custar�o R$ 267 mil. “Esse refor�o ser� pago por quem errou e n�o pela popula��o da cidade. Mas n�o � uma obra complexa”, avaliou o prefeito Marcio Lacerda.
Nessa ter�a-feira, durante sess�o de presta��o de contas na C�mara Municipal, Lacerda admitiu problemas na fiscaliza��o dessa obra e, por causa disso, um contrato de fiscaliza��o foi rompido com a pr�pria Consol, que tamb�m era a projetista. “T�nhamos feito na �poca em que a empresa foi contratada para elaborar o projeto uma contrata��o para que ela acompanhasse as obras. Inclusive multamos a Consol, em mais de R$ 1 milh�o, e rescindimos esse contrato porque a fiscaliza��o n�o estava sendo feita de forma adequada”, afirma o prefeito. Questionado sobre a falta de confer�ncia das informa��es dos projetos entregues por empresas de engenharia por parte da prefeitura, Lacerda disse que agora o problema est� resolvido. “Hoje, posso garantir que temos uma empresa terceirizada acompanhando todo esse processo”, justificou.
O presidente do Ibape/MG, Cl�menceau Chiabi, diz que um erro importante no Brasil � gastar pouco tempo com os projetos e muito com as obras, ao contr�rio do que � feito por pa�ses como Jap�o e Alemanha. “Temos uma car�ncia muito grande de detalhamento de projeto. Gasta-se mais tempo com a obra e as d�vidas atrasam e encarecem o processo”, diz. Para ele, o mais comum � contratar empresas terceirizadas para gerenciar ass obras. “O normal mesmo � que um projeto seja concebido sem falhas, assim como a execu��o da obra respeitando tudo que est� no projeto”, completa.
BOMBEIROS DESCARTAM RISCO DE DESABAMENTO
Devido � preocupa��o com o desn�vel de 2,5cm, o Corpo de Bombeiros fez ontem uma vistoria para atestar que n�o h� risco de desabamento do pontilh�o. “Solicitamos � Defesa Civil um engenheiro de plant�o, mas eles nos disseram que j� tinham feito a vistoria e atestado que n�o havia risco. Fomos ent�o at� o local e confirmamos essa hip�tese junto ao engenheiro da empresa Cowan”, informou a aspirante do 3º Batalh�o, Soraya Fernandes Medina.
O presidente da Consol, Maur�cio de Lana, depois de afirmar que houve falha na execu��o da obra, admitiu de uma forma indireta que o projeto estava equivocado. “Existe uma quest�o absolutamente identific�vel que quem conhece o problema poderia ter identificado”, afirmou ele, que tamb�m lembrou do encerramento do contrato com a PBH para que um projetista da Consol acompanhasse a obra. Questionado sobre a responsabilidade pelo erro, ele n�o quis entrar em detalhes: “� uma quest�o t�cnica em que vou prestar contas ao poder p�blico”.
Em nota, a Cowan informou que a prefeitura solicitou que ela execute a solu��o prevista. “Este servi�o consiste basicamente na implanta��o de tr�s novos aparelhos de apoio com o objetivo de garantir a durabilidade do viaduto.
