
Peda�os dos ve�culos envolvidos no acidente de quarta-feira permaneciam ontem no Anel Rodovi�rio, mas n�o eram o bastante para intimidar motoristas de carretas e caminh�es que continuam trafegando pela via em alta velocidade, entre um radar e outro. “Eles t�m GPS que apita quando tem radar � frente. �s vezes, freiam em cima da hora. Isso quando conseguem frear. Por isso ocorrem os acidentes”, observa o coronel reformado do Ex�rcito Ary Vieira Costa, de 70 anos, que mora no Buritis, na Regi�o Oeste, e passa pela rodovia todos os dias a caminho de casa. “�s vezes, estou dirigindo a 80km/h e a sensa��o � de que estou parado quando as carretas passam por mim, tamanha a velocidade que desenvolvem”, compara o militar.
Ontem, o Estado de Minas flagrou v�rios motoristas acelerando caminh�es e carretas assim que passavam por uma das lombadas eletr�nicas. Em alguns momentos, at� cinco caminh�es de min�rio passavam um atr�s do outro, todos em alta velocidade, alguns na faixa do meio, quando deveriam trafegar pela direita.
No trecho onde houve o acidente quarta-feira n�o h� �rea de escape e nem sequer acostamento. Caminhar �s margens das pistas � assustador: o deslocamento de ar provocado pelos ve�culos em alta velocidade � capaz de derrubar uma pessoa mais fr�gil. H� tantos ve�culos pesados transitando que muitos motoristas de carros pequenos se sentem amea�ados o tempo todo. “Se correr, o bicho pega. Se parar, o bicho come”, disse um deles. “Os caminh�es andam na faixa que n�o � deles, em alta velocidade, e a gente tem que acelerar. Se n�o fizer isso, eles passam por cima”, reclamou.
VISTORIA Peritos do Instituto de Criminalista vistoriaram ontem o semi-reboque do caminh�o que provocou o acidente. A parte traseira permanecia no Anel Rodovi�rio e foi devolvida ao dono no fim da tarde, assim que acabou a per�cia complementar. O semi-reboque passou por testes de frenagem. Para isso, foi acoplado a outra carreta, j� que a frente do ve�culo acidentado ficou destru�da e foi rebocada para per�cia no p�tio da Pol�cia Civil.
De acordo com o delegado respons�vel pelo inqu�rito, Diego Fabiano Alves, da Delegacia Especializada em Acidentes de Ve�culos, aparentemente o semi-reboque n�o tem nenhum problema de freio. “Vamos depender da conclus�o de todos os laudos para saber o que realmente provocou o acidente. Mas tudo indica que foi imprud�ncia do motorista do caminh�o, que estava em velocidade incompat�vel com a via”, disse o delegado. Segundo ele, o caminh�o estava carregado com min�rio e mesmo em baixa velocidade j� era perigoso, devido ao seu peso e tamb�m pela grande quantidade de ve�culos trafegando no local.
O motorista do caminh�o, Daniel Fabr�cio Faleiro, de 34, foi submetido ao teste do baf�metro, que deu negativo. Exame cl�nico no Instituto M�dico-Legal (IML) n�o constatou altera��o da capacidade psicomotora. Mesmo assim, ele teve o sangue coletado para exame toxicol�gico. Para os policiais que estavam de plant�o, ele afirmou que a batida foi causada por falha mec�nica e que estava trafegando a 50km/h ou 60km/h, dentro do limite permitido.
O advogado do caminhoneiro, Lucas Laire, disse que a empresa respons�vel pelo ve�culo vai apoiar as investiga��es. “O Daniel n�o ingeriu bebida alco�lica, n�o fez uso de qualquer subst�ncia entorpecente. A gente vai aguardar resultados da per�cia. Qualquer antecipa��o de julgamento � precipitada e n�o responde � quest�o da justi�a, que � o que todos n�s procurarmos esclarecer neste epis�dio”.