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Estado de Minas

Policiais militares denunciam precariedade nas Ceflans de BH

Com falta de vagas para transferir detentos, situa��o nas centrais de flagrantes ainda � complicada. H� presos que est�o l� h� mais de seis dias.


postado em 17/05/2015 06:00 / atualizado em 17/05/2015 07:55

Detentos em cela da Ceflan 2: tanto policiais quanto presos reclamam da situação no local(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
Detentos em cela da Ceflan 2: tanto policiais quanto presos reclamam da situa��o no local (foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
Mesmo depois de o governo estadual criar uma for�a-tarefa para enfrentar a crise carcer�ria em Minas Gerais, a falta de vagas para encaminhar acusados de crime continua afetando os trabalhos das pol�cias Militar e Civil nas centrais de flagrantes da Pol�cia Civil (Ceflan 1 e Ceflan 2), no Bairro Floresta, Regi�o Leste de Belo Horizonte, que n�o contam com carceragem provis�ria para manter criminosos autuados em flagrante. “Tem cara l� h� uma semana. E, n�s, policiais militares, temos que revezar para tomar conta”, afirmou, por telefone, um policial militar, que ontem estava de folga e preferiu n�o ser identificado.

Ele relata ao Estado de Minas j� ter ficado mais de 24 horas no local, sem ter como sair nem mesmo para comer. “Como o banheiro � do lado de fora da cela, temos que acompanhar os presos. O cheiro � ruim e falta alimenta��o para eles e at� para n�s. Quando chega uma viatura com mais policiais, mesmo que de outro batalh�o, a gente pede para comprar alimento”, diz. “E o maior problema � que isso est� tirando os policiais da rua, pois temos que ficar l�. Ou, quando estamos na rua, ficamos at� com medo de pegar as ocorr�ncias porque n�o tem para onde levar os presos”, desabafa.

O EM visitou ontem pela manh� as duas centrais de flagrantes. Na Ceflan 2, para onde vai o maior n�mero de ocorr�ncias, a situa��o est� complicada. Ainda do lado de fora, na pequena cela reservada � Pol�cia Militar para abrigar os presos at� a conclus�o do registro da ocorr�ncia e encaminhamento para a Civil, sete homens deitados no ch�o (quase um por cima do outro) reclamavam de estar sem caf� da manh� (apenas recebendo almo�o) e sem banho h� dias. “Estou aqui desde segunda-feira. E o meu caso � simples. N�o sou mais criminoso, fui preso por um erro da Justi�a e at� agora estou aguardando meu alvar� de soltura”, afirma D. Para a esposa, M., que durante toda a semana ficou por conta de tentar providenciar a liberdade do marido, “aquele lugar n�o existe”. De fato, al�m do min�sculo espa�o, sem nem mesmo cobertor para abrigar do frio, o mau cheiro � outro agravante. De acordo com os detentos, at� a noite anterior eles eram 21, todos em p�, revezando para dormir.

Segundo M., o advogado procurado pelo casal afirmou que o alvar� de D. poderia sair entre sexta-feira e amanh�. “Estou esperando sair a qualquer momento. O advogado at� poderia ir l� levar, mas ia cobrar e nossa situa��o financeira n�o est� boa”, afirma. M. conta que esteve no local, levou alimenta��o para o marido e os demais presos que estavam l�. “Os policiais militares foram legais, deixaram conversar com ele e levar as coisas. Tem gente que chegou l� antes dele, que est� aguardando desde a semana passada. E sabemos que n�o � por vontade do delegado. Eles n�o t�m para onde ir mesmo”, relata.

As Ceflans, que foram criadas exatamente com o objetivo de agilizar o registro dos crimes e liberar os policiais militares para o patrulhamento das ruas, est�o de m�os atadas por n�o ter para onde transferir os presos, por falta de vagas no sistema prisional do estado. Segundo n�meros da Secretaria de Defesa Social (Seds-MG), o d�ficit no complexo penitenci�rio estadual j� chega a 33 mil vagas. Atualmente, a Subsecretaria de Administra��o Prisional (Suapi-MG) abriga 65 mil presos e conta com estrutura para 32 mil internos. S� no in�cio deste m�s, o n�mero de internos aumentou em 3.336.

'VAGA SUADA' Segundo o delegado plantonista da Ceflan 1, Felipe Cordeiro, a unidade tem tomado as provid�ncias para tentar agilizar a condu��o do detento a um pres�dio ou at� a soltura, se for a situa��o. Outra provid�ncia, segundo o delegado, � encaminhar o preso �s cidades do interior, quando ele n�o � de BH. Mas a situa��o n�o � f�cil: “Estamos suando para arrumar vagas”. Na central, ontem pela manh�, havia 10 presos divididos em duas celas.

A Seds informou, por meio de nota, que o atual governo recebeu o sistema prisional do estado com d�ficit de 26 mil vagas. Em 1º de janeiro, a Suapi contava com 55.267 detentos e cerca de 32 mil vagas. O texto diz ainda que a atual gest�o tem realizado a��es, como remanejamentos, no intuito de administrar o problema atual da superlota��o do sistema prisional. A Seds ressaltou que os presos que est�o nas Ceflans da Pol�cia Civil “certamente” ser�o encaminhados para unidades prisionais da Suapi, � medida que vagas forem liberadas.

Entenda o caso


A situa��o ca�tica nas Ceflans � resultado do d�ficit de vagas no sistema prisional do estado, calculado em 33 mil postos, segundo a Secretaria de Defesa Social (Seds-MG).

Atualmente, a Subsecretaria de Administra��o Prisional (Suapi-MG) abriga 65 mil presos e conta com estrutura para 32 mil internos.

Na quinta-feira, o governo estadual criou uma for�a-tarefa para enfrentar o problema carcer�rio em Minas. A medida foi institu�da por decreto publicado no Minas Gerais.

O objetivo do grupo � analisar, diagnosticar e propor altera��es no sistema prisional mineiro.


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