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Estado de Minas

Ca�ada a vira-latas apaixonado evidencia o desafio dos animais de rua


postado em 01/06/2015 06:00 / atualizado em 01/06/2015 09:13

Valentina agora tem um lar: o casal Luis Henrique e Bruna viu na pata estendida da cadelinha um pedido (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press.)
Valentina agora tem um lar: o casal Luis Henrique e Bruna viu na pata estendida da cadelinha um pedido (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press.)

A paix�o por Ol�via Palito deu fama a Xerife e, ao mesmo tempo, dividiu opini�es sobre seu destino. Mas, por enquanto, n�o se sabe qual ser� o futuro do c�o de rua que h� mais de tr�s meses montou guarda na porta da casa onde mora a cadela amada, no Bairro Prado, na Regi�o Oeste de Belo Horizonte. O cachorro est� desaparecido desde o s�bado, quando fugiu a caminho de uma cl�nica onde seria castrado, e uma ca�ada teve in�cio na tentativa de localiz�-lo. Por enquanto, n�o h� pistas de onde possa estar Xerife. Mas, preocupadas com o paradeiro do c�o, a funcion�ria p�blica Tatiana Azeredo Coutinho Ferreira, dona de Ol�via, e a protetora de animais que providenciaria a ado��o do fuj�o percorrem ruas do Bairro Cidade Nova, onde ele foi visto pela �ltima vez.

A saga de Xerife, que ganhou as redes sociais e mobiliza defensores da causa animal, chama a aten��o para a situa��o de muitos outros c�es que vivem nas ruas ou precisam de lares adotivos em Belo Horizonte. Estima-se que sejam cerca de 30 mil os que vagam pela cidade, constituindo tamb�m um desafio de sa�de p�blica, j� que, sem cuidados, esses animais podem se transformar em vetores de doen�as. O desafio ainda est� em vencer a resist�ncia em rela��o aos vira-latas. Na tentativa de aumentar o n�mero de ado��es, a ONG Associa��o Cultural Teia de Textos organiza feiras todas as semanas. “Ainda h� uma restri��o ao animal sem ra�a definida. Al�m disso, o apelo emocional pelo filhote � grande, mas temos insistido nos adultos”, destaca o veterin�rio Leonardo Andrade Veloso. No caso dos animais mais velhos dispon�veis para ado��o, � certo que eles j� passaram por exame de leishmaniose, foram castrados, vermifugados e vacinados e est�o com microchip de identifica��o debaixo da pele. Al�m disso, d� para saber qual � a personalidade do c�o e n�o h� o risco de ele crescer mais que o esperado. Os animais que n�o s�o adotados v�o para o albergue da ONG, com capacidade para 140 “abrigados”.

A equipe � bastante rigorosa para avaliar candidatos a adotar os animais. Eles precisam assinar um termo antes de levar o mais novo morador da casa. Depois, a ONG faz visitas espor�dicas, para ver a situa��o em que vive o adotado. Em 70% dos casos eles est�o bem; cerca de 20% apresentam algum tipo de problema, como vacinas que n�o est�o em dia, ou vivem em local inadequado. “Apenas 5% dos casos s�o extremos e temos que recolher o animal, por causa de maus-tratos”, diz o veterin�rio. Em quatro anos, foram 1.650 ado��es em BH.

Novos encontros
em feira de ado��o


Nesse fim de semana, em mais uma feira de ado��o, a expectativa era alta para encontrar pessoas dispostas a acolher os animais sem dono. Valentina foi um dos que ganharam um novo lar. Sem nenhum comando, a cadela de pelo preto estendeu a patinha para uma das candidatas � ado��o. A estudante Bruna Ribeiro Guimar�es, de 22 anos, n�o teve d�vida de que ela seria sua mais nova companheira. Afinal, queria achar uma f�mea, de porte m�dio. “Acho desnecess�rio comprar um cachorro. Existem tantos sem lar que n�o vejo sentido em pagar”, opina. Bem quieta no colo da dona, Valentina nem parecia ser a mesma que n�o parava de tremer no canil. Agora ela tem carinho e aten��o garantidos em uma casa bem espa�osa, em Esmeraldas, na Grande BH, ao lado da fam�lia do namorado de Bruna, o estudante Luis Henrique Macedo, de 22. “� muito triste saber que na rua ela corria muitos perigos, como ser atropelada, sofrer maus-tratos e passar fome”, ele comenta.

Sensibilizado com a situa��o dos c�es de rua, o enfermeiro Augusto C�sar da Silva, de 34, costuma visitar feiras de ado��o para tentar conseguir, entre seus amigos, um lar para os animais. Na casa dos pais, em Paraopeba, j� vivem quatro cachorros adotados. “Gosto muito de animal e fico sensibilizado ao ver um c�o sofrendo na rua, sem lar. Meu sonho � ter um canil para cuidar deles.” Recentemente, Augusto arrecadou dinheiro para pagar o tratamento de um vira-latas, abandonado em Ribeir�o das Neves, que estava com uma das patas dilacerada. Amanh�, quando tiver alta, o bicho, batizado de Valente, seguir� para a casa de uma colega de trabalho do enfermeiro.


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