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Estado de Minas

Ex-secret�rio de Obras aponta falhas da Consol em queda de viaduto

Terror critica empresa e diz que ex-diretora da Sudecap n�o fez alerta sobre problemas


postado em 13/06/2015 06:00 / atualizado em 13/06/2015 09:09

José Lauro Terror foi indiciado pelo desabamento do Viaduto Batalha dos Guararapes, em julho de 2014(foto: JUAREZ RODRIGUES/EM/D.A PRESS)
Jos� Lauro Terror foi indiciado pelo desabamento do Viaduto Batalha dos Guararapes, em julho de 2014 (foto: JUAREZ RODRIGUES/EM/D.A PRESS)

A Consol Engenheiros Consultores foi responsabilizada novamente pelo ex-secret�rio de Obras da Prefeitura de Belo Horizonte Jos� Lauro Nogueira Terror pela queda da al�a sul do Viaduto Batalha dos Guararapes, durante entrevista concedida ontem � tarde. Entre as irregularidades, Terror, que tamb�m era superintendente da Sudecap na �poca do desabamento, em 3 de julho de 2014, afirmou que em uma das revis�es do projeto, a empresa chegou a detectar um erro de 40,4% nos c�lculos do quadro de armadura, que tinha previs�o inicial de 3.907 quilos para o pilar 3, que, com a corre��o, passou para 5.488 quilos.


Entre outras cr�ticas, o ex-secret�rio apontou que houve demora na entrega dos projetos pela Consol e que, mesmo depois de v�rias revis�es de c�lculos, a per�cia do Instituto de Criminal�stica (IC) constatou que erros do projeto teriam resultado na queda do pilar 3. Terror ainda lembrou que relat�rio da Controladoria-Geral da Uni�o (CGU) indicou que o cons�rcio Consol/Enecon, contratado pelo ent�o secret�rio municipal de Obras, Murilo Valadares, como consultoria da Sudecap para gerenciar as obras de reestrutura��o da Avenida Pedro I, em 2009, falhou na verifica��o e prepara��o de servi�os executados.

A queda da al�a sul do viaduto sobre a Avenida Pedro I causou a morte de duas pessoas e deixou 23 feridas. A Pol�cia Civil indiciou 19 pessoas por homic�dio com dolo eventual, incluindo Jos� Lauro Terror, servidores da Sudecap, propriet�rios, engenheiros e funcion�rios da empresa Consol, projetista, e da Construtora Cowan, executora da obra. O Minist�rio P�blico pediu a desclassifica��o da acusa��o de homic�dio, com o que a Justi�a concordou. Assim, os acusados responder�o por crime de desabamento.

Na esfera c�vel, o promotor Eduardo Nepomuceno j� tomou o depoimento de v�rios envolvidos e, nos pr�ximos dias, vai convidar Murilo Valadares, atual secret�rio de Estado de Obras P�blicas, para depor. A assessoria de Valadares disse que ele ainda n�o foi comunicado, mas j� adiantou que atender� ao convite.

ALERTA Terror minimizou os efeitos do e-mail que a arquiteta Maria Cristina Novais Ara�jo enviou em fevereiro de 2013, quatro meses antes do in�cio das obras do viaduto, quando ela era diretora de Projetos da Sudecap. Na mensagem, ela questionava problemas em projetos gerenciados pela superintend�ncia e cogitava inclusive pedir exonera��o. “N�o foi um alerta. Foi um pedido de ajuda em que ela exagerou”, justificou Jos� Lauro Terror, que afirmou que a diretora n�o apontou problemas estruturais espec�ficos com rela��o ao projeto da Pedro I.

Jos� Lauro Terror falou tamb�m sobre a contrata��o do cons�rcio Consol/Enecon, para presta��o de servi�os de elabora��o de estudos t�cnicos, entre outros, em que a pr�pria empresa projetista fiscalizava seus projetos. Ele explicou que foi uma exce��o na Sudecap, e n�o terceiriza��o da fun��o que, pelas normas t�cnicas, seria de responsabilidade da contratante da obra p�blica.

Por meio de nota, a Consol reafirmou que o projeto apresentado por ela n�o foi executado seguindo a proposta original. Na Cowan, n�o foram encontrados representantes para falar sobre o caso. J� a assessoria de Murilo Valadares explicou, por meio de nota, que “todas as licita��es sob responsabilidade dele se deram em conformidade com a Lei 8.666/93, que trata das licita��es p�blicas no Brasil”.

Quanto ao modelo adotado, a assessoria de Valadares sustenta que, exatamente por confiar na experi�ncia do corpo t�cnico da Sudecap, a contrata��o de consultorias para gerenciamento n�o era mesmo usual na prefeitura at� o fim de 2008. “Cabe esclarecer, contudo, que empresas de gerenciamento de obras n�o substituem o poder p�blico. Essa era a pr�tica nos empreendimentos a cargo da Secretaria de Obras at� 10 de julho de 2012, quando Valadares deixou o cargo”, informou a assessoria.

Para o promotor Eduardo Nepomuceno, a Consol n�o pode ser apontada como �nica respons�vel pela queda. “Foi um conjunto de erros das empresas – projetista e executora – e por parte da pr�pria Sudecap, que n�o gerenciou, n�o verificou a execu��o dos trabalhos e nem fez revis�o de projetos, como est� previsto nas normas t�cnicas”.

 

A INVESTIGA��O 

 

Sucess�o de falhas


Segundo a pol�cia civil, Problemas e omiss�es em s�rie levaram � queda do viaduto

 

Na fase de projeto e obras

A empresa Consol Engenheiros Ltda. erra nos c�lculos durante a elabora��o do projeto do Pilar 3 do Viaduto Batalha dos Guararapes.

A Sudecap recebe o projeto e certifica o estudo sem revis�-lo, encaminhando-o para a Cowan, vencedora da licita��o para executar a obra.

A Cowan envia o projeto para campo sem a devida revis�o e inicia a constru��o com os erros do projeto.

Desde 2012, funcion�rios da Sudecap e at� mesmo o secret�rio de Obras e Infraestrutura, assim como o superintendente da Sudecap, Jos� Lauro Terror, j� haviam sido informados de que os projetos estruturais estavam passando por revis�o; ao mesmo tempo, o calculista da Cowan se recusou a executar os projetos da Consol, tendo em vista que ele continha erros graves

Em mar�o de 2013, em reuni�o com representantes da Cowan e da Sudecap, a empresa projetista (Consol) afirma que os projetos n�o tinha erros graves que exigissem a revis�o dos c�lculos.

Em abril de 2013 o projeto foi certificado e assinado pelos engenheiros da Sudecap.

No campo

Em vez de um engenheiro civil, um engenheiro agr�nomo � contratado para acompanhar a obra e a retirada das escoras.

O profissional n�o fez men��o no di�rio de obras a qualquer tipo de problema relacionado � retirada das escoras.

Mesmo com o tr�fego intenso no local, o agr�nomo n�o solicitou o fechamento do tr�nsito para remover o escoramento.

O engenheiro � avisado por oper�rios que removiam as escoras de que eram ouvidos estalos nas colunas. Mesmo assim, n�o mandou paralisar o trabalho.

Durante a remo��o do escoramento, a carga sobre as vigas que davam apoio deveria ficar mais leve. Ao contr�rio, as estruturas receberam sobrecarga de peso, sendo necess�rio um caminh�o munck para finalizar o servi�o, o que contraria o processo. Ainda assim, o engenheiro agr�nomo mandou “tocar o trabalho”, o que resultou na queda do viaduto.

 

 


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