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Estado de Minas SEGURAN�A PRIVADA EM A��O

Uber banca servi�o 0800 e agentes particulares para proteger seus parceiros de ataques

Enquanto isso, taxistas mais radicais se unem em grupos e compartilham placas de rivais


postado em 19/07/2015 07:00 / atualizado em 19/07/2015 09:10

Rafael Pacheco critica concentração de placas e diz que concorrentes ilegais serviram de alerta para melhorar serviço(foto: Alexandre Guzanshe / EM / D.A Press)
Rafael Pacheco critica concentra��o de placas e diz que concorrentes ilegais serviram de alerta para melhorar servi�o (foto: Alexandre Guzanshe / EM / D.A Press)

De um lado, prote��o privada, com vigilantes rodando pelas pra�as mais movimentadas de Belo Horizonte, como a Savassi e o Bairro de Lourdes, na Regi�o Centro-Sul, para dar seguran�a aos motoristas parceiros do aplicativo Uber. De outro, taxistas com pelo menos tr�s redes de contato por grupos de redes sociais, compartilhando em seus smartphones as placas dos rivais e conclamando os permission�rios do sistema de transporte gerenciado pela BHTrans a intimidar quem lhes tira passageiros. Os embates entre os dois sistemas de transporte que hoje disputam passageiros em BH, o t�xi e o Uber, dividiram a capital mineira em zonas de confrontos e outras onde a circula��o pode terminar em depreda��o, amea�as e agress�es. Em contato com motoristas dos dois lados, a reportagem do Estado de Minas mapeou as �reas onde a necessidade de deslocamento pode se tornar perigosa, como na Conex�o Aeroporto e o Mercado Central, onde taxistas n�o admitem a concorr�ncia do aplicativo  (veja mapa). A Pol�cia Militar admite que a tens�o entre os grupos tem aumentado e diz estar atenta para inibir crimes e vandalismo.


Depois de pelo menos sete ataques aos carros pretos de luxo do Uber desde o in�cio deste m�s, os parceiros do aplicativo passaram a contar com um sistema de seguran�as particulares, acionado por um n�mero 0800. “S�o vigilantes de uma empresa privada que ficam circulando. Quando algu�m � perseguido por um t�xi, aciona o servi�o e eles v�m para controlar a situa��o at� a chegada da pol�cia”, conta um parceiro de BH, que n�o pode falar pelo Uber. “Mas um colega j� precisou da seguran�a, ligou e disse que demoraram demais. Disse que s� faltou pedirem o chassi do carro antes de atender. Os taxistas tinham cercado ele no (Bairro) Cai�ara e ele n�o estava nem trabalhando. Preferiu chamar a pol�cia. Esse sistema deve melhorar de agora para frente”, conta outro condutor a servi�o da plataforma na capital mineira.

Pelo menos dois grupos de taxistas mais exaltados foram identificados pela equipe do Estado de Minas. S�o permission�rios que rodam � noite e que costumam se reunir na Regi�o Hospitalar (Centro-Sul da capital) e no Bairro Estoril (Regi�o Oeste). Em arquivos de �udio partilhados por eles por meio de aplicativos, pelo menos 100 placas atribu�das a ve�culos parceiros da plataforma on-line foram repassadas ao grupo. Em suas mensagens, os condutores conclamam os colegas a reagirem, inclusive fazendo apologia clara a agress�es e depreda��es. “Chamar a pol�cia n�o adianta, porque liberam eles (sic)”, diz uma das mensagens compartilhadas. Em outro recado, essa turma explicita os pedidos de apoio aos motoristas auxiliares, que n�o det�m a permiss�o e s� trabalham para os taxistas. “A gente tem de conscientizar os permission�rios. Eles est�o de bra�os cruzados. Tem de estar todo mundo junto, porque quando o neg�cio come�ar a quebrar, temos de estar juntos”, diz outra mensagem.

APREENS�O O assessor de imprensa do Batalh�o de Tr�nsito (BPTran), tenente Nagib Magela, considera que essa distribui��o de placas dos ve�culos a servi�o do Uber entre taxistas � preocupante. “Isso pode desencadear uma escalada de viol�ncia, por isso, temos pedido ao sindicato que continue a denunciar ao Minist�rio P�blico (MP) essa situa��o, para que se consiga fechar o aplicativo (Uber)”, disse. Ainda de acordo com o policial, o batalh�o fiscaliza todo tipo de transporte clandestino, “t�xis-pirata, condutores do Uber, escolares e coletivos”, mas para multar � preciso que se caracterize o crime. “Hoje, a nossa �nica forma de autuar � entrevistando passageiro e motorista separadamente. Se o passageiro confirmar que h� pagamento pela viagem, multamos o condutor em R$ 85,13 e a puni��o � de quatro pontos na carteira por transporte irregular”, disse.

At� o momento, o presidente do Sindicato Intermunicipal dos Condutores Aut�nomos de Ve�culos Rodovi�rios, Taxistas e Transportadores Rodovi�rios Aut�nomos de Bens de Minas Gerais (Sincavir), Ricardo Faedda, considera que as autoridades n�o reagiram ao Uber, que ele quer banido da cidade. “S� o Minist�rio P�blico (MP) � que est� nos ouvindo e investigando a a��o clandestina desse aplicativo. O poder p�blico, a pol�cia e a BHTrans, est�o omissos. Em S�o Paulo, por exemplo, j� se apreende”, disse.

O Uber informou que considera sua opera��o no Brasil completamente legal. “Estamos em constante conversa com o poder p�blico para esclarecer os benef�cios da economia colaborativa. Acreditamos que � necess�ria uma ampla conversa com a sociedade e o Legislativo, para chegar a um  formato de regulamenta��o que favore�a a inova��o. Nossa principal preocupa��o � a satisfa��o, tanto dos usu�rios quanto dos motoristas. Atualmente, estamos atingindo todas as nossas expectativas e metas em rela��o ao mercado brasileiro.” Sobre os embates com taxistas, a empresa afirma ter respondido por meio da campanha #Uberloveday, que permitiu sete horas de corridas gratuitas em BH. “Criamos um n�mero de telefone 0800 para os parceiros ligarem em caso de emerg�ncia. Esse n�mero � de uma central de seguran�a, que aciona imediatamente a pol�cia. Mais do que isso, conseguimos usar os dados dessas ocorr�ncias para fazer um mapa, facilitando o trabalho da pol�cia. Ningu�m, al�m da pol�cia, tem autoriza��o para usar de viol�ncia dentro de um Estado de direito.”

Divis�o at� entre taxistas

Nas esquinas da cidade, em restaurantes e pra�as, a batalha taxistas x Uber divide opini�es e prefer�ncias. “J� usei o Uber uma vez. N�o sei se � ilegal, mas gostei muito do servi�o. Os motoristas s�o educados e oferecem �gua. Os carros s�o mais confort�veis que os t�xis. Achei um servi�o muito seguro, em que voc� avalia o condutor ao final, e isso fica na ficha dele”, disse a advogada Let�cia Gomes, de 26 anos. O amigo dela e tamb�m advogado Jess� Barbosa, de 25, considera o servi�o ilegal, e disse que n�o o utilizou ainda. “Se n�o t�m licen�a, n�o podem operar na cidade. Mas toda essa discuss�o acabou por promover o servi�o deles, que antes era pouco conhecido aqui, em compara��o com os t�xis, que s�o muito usados”, afirma.

(foto: Arte: EM / D.A Press)
(foto: Arte: EM / D.A Press)
  Entre os pr�prios taxistas a situa��o j� est� dividindo as opini�es. “A entrada desses concorrentes ilegais serviu de aviso para que melhoremos nossos servi�os, com carros melhores e melhor atendimento. H� muitas m�fias hoje que t�m 50 placas de t�xi, prestam um servi�o ruim, com carros velhos, caindo aos peda�os. Assim n�o tem como competir. Tinha de liberar mais placas e acabar com as m�fias, para os taxistas investirem”, disse o taxista Rafael Pacheco, de 27. Um dos que seguem essa opini�o � o taxista Charles Alc�ntara de Souza, de 35, que at� vestiu terno para trabalhar, como forma de melhor atender e de protestar contra o Uber, na sexta-feira. “A popula��o est� do nosso lado e contra esse aplicativo ilegal”, acredita.

H� 15 anos na pra�a, o taxista Eust�quio Alves, de 61, diz que o impacto da concorr�ncia com o Uber j� est� sendo sentido. “Participamos de um processo, fazemos cursos, somos todos registrados e conhecidos pelos �rg�os reguladores. A�, aparecem esses clandestinos e tiram da gente 50% at� 60% do faturamento. Isso � injusto, est�o tirando o sustento das nossas fam�lias, o dinheiro de pagar presta��es e sobreviver”, disse.

Entre os quadros de motoristas parceiros do Uber, no entanto, h� quem j� tenha passado pela pra�a de BH como taxista. Um deles, que pediu para n�o ser identificado por temer repres�lias dos ex-colegas, acredita que o aplicativo � o futuro. “Hoje tenho uma empresa de transporte particular e presto servi�os para o Uber nas horas vagas. Quando era taxista, era explorado pelos donos da placa. Com o Uber a gente atende com melhores condi��es, quando pode, e o servi�o � mais bem avaliado que o da BHTrans. Se voc� tiver nota menor do que 4,7 dos passageiros na semana, em 5 pontos, � advertido. Se continuar pode at� ser expulso para sempre”, afirma.

 

 


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