
Motoristas de t�xi e condutores ligados ao Uber come�aram a se estranhar no in�cio deste m�s. Foram registrados pelo menos quatro conflitos, mas a pol�cia n�o prendeu ningu�m, apesar dos protestos dos taxistas e das queixas dos filiados ao aplicativo. Os taxistas resolveram fazer manifesta��es e acionar o Minist�rio P�blico e a C�mara Municipal. O Uber reagiu, dando corridas gratuitas. A campanha lan�ada ontem, a despeito da viol�ncia que o assunto tem despertado, foi chamada #uberloveday e ofertou at� tr�s corridas por usu�rio, sem cobrar, durante sete horas. A empresa informou que os motoristas que usam o aplicativo puderam optar por participar da campanha, ou seja, n�o cobrar as corridas, ou continuar o trabalho normalmente. Por�m, n�o informou o n�mero de condutores que aderiram.
O resultado foi que, das 11h �s 18h, hor�rio da "promo��o", o sistema operacional ficou congestionado, n�o apenas na op��o corrida gr�tis, mas tamb�m nas viagens comuns. Apenas a mensagem de ve�culo n�o dispon�vel aparecia no visor. De acordo com a assessoria de imprensa do Uber, a situa��o ocorreu por causa do grande n�mero de pessoas que procuraram o servi�o, o que fez aumentar o tempo de espera. Sobre as viagens comuns, disse que tamb�m tiveram demanda acima da m�dia.
O presidente do Sindicato Intermunicipal dos Condutores Aut�nomos de Ve�culos Rodovi�rios (Sincavir), Ricardo Luiz Faedda, criticou a “promo��o” do Uber. Segundo ele, a campanha configura concorr�ncia desleal, e o poder p�blico deve agir para coibir o servi�o na cidade e a oferta de transporte gr�tis. “J� protocolei of�cio hoje pedindo uma reuni�o com o prefeito e estou intermediando um novo encontro com o governador Fernando Pimentel (PT)”, comentou.
Em rela��o � amplia��o das investiga��es do Minist�rio P�blico de Minas Gerais, que agora tamb�m vai averiguar a situa��o dos t�xis da capital mineira, o Sincavir se mostrou favor�vel. “Como presidente do sindicato, me coloco � disposi��o do MP para qualquer esclarecimento sobre os taxistas. Vou ser um colaborador”, afirmou Faedda, acrescentando confiar no MP para solucionar o impasse.
O �ltimo embate entre transportadores formais e informais em Belo Horizonte ocorreu no dia 4, na Avenida Alfredo Balena, no Bairro Santa Efig�nia, Regi�o Leste de Belo Horizonte, depois que estudantes acionaram condutores do aplicativo para uma viagem. Motoristas de t�xi que esperavam em frente � Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) ficaram revoltados e partiram para cima do concorrente. O carro de luxo foi amassado com chutes e teve a lataria arranhada.
Dois dias antes, os dois lados se envolveram em uma confus�o no Bairro Funcion�rios. De acordo com um taxista que esteve no local, a discuss�o come�ou quando um colega foi atender uma corrida e passou pela �rea, onde alguns motoristas do Uber se re�nem. Geraldo Carvalho, de 39, disse que o taxista pediu apoio de outros pelo r�dio. Depois da confus�o, condutores de t�xi fizeram uma manifesta��o para pedir provid�ncias contra o aplicativo.
Enquanto isso...M�xico regulamenta, SP libera, EUA multam
A Cidade do M�xico, uma das mais populosas do mundo, anunciou ter se tornado a primeira a regulamentar o funcionamento do Uber na Am�rica Latina. A capital mexicana vai taxar cada viagem em 1,5% do custo e estabeleceu cobran�a de cerca de US$ 100 de cada condutor, para expedir uma autoriza��o anual. Enquanto obteve vit�ria no exterior, a startup sediada na Calif�rnia sofreu um pesado rev�s em casa. Um juiz do estado norte-americano multou o Uber em US$ 7,3 milh�es (cerca de R$ 23 milh�es), por deixar de entregar ao �rg�o regulador local informa��es sobre suas pr�ticas de neg�cios. Entre as acusa��es est�o falta de clareza sobre crit�rios usados para a recusa de corridas por motoristas associados ao sistema e sobre a acessibilidade para passageiros com defici�ncia. A empresa anunciou que vai recorrer. J� em S�o Paulo, o Tribunal de Justi�a negou pedido liminar e manteve autoriza��o de funcionamento do aplicativo. Para a desembargadora Silvia Rocha, n�o � poss�vel identificar, com clareza, riscos de dano irrepar�vel ou de dif�cil repara��o provocado pela utiliza��o da plataforma.