Triciclos abrem nova concorr�ncia por transporte em BH

Depois do aplicativo Uber, taxistas de Belo Horizonte reclamam de uma nova concorr�ncia na pra�a: os tuk tuks, que correspondem a uma moto adaptada com carroceria para transportar passageiros. Segundo os taxistas, principalmente os que ficam parados em frente aos hot�is, os turistas est�o dando prefer�ncia pela novidade, que � o transporte mais popular da �ndia. O movimento, segundo reclamam, caiu consideravelmente. “Perdemos a clientela, principalmente quando h� crian�a entre o grupo”, diz Jos� Carlos Costa, de 46 anos. O preju�zo � maior nos fins de semana, de acordo com ele, quando a taxa de ocupa��o dos hot�is � maior.

Costa conta que domingo passado estava � espera de passageiros em frente a um hotel da Avenida �lvares Cabral, no Bairro de Lourdes, Regi�o Centro-Sul, mas os dois casais, um com uma crian�a e outro com um adolescente, deram prefer�ncia por dois tuk tuks para conhecer os pontos tur�sticos da cidade. “Antes, a gente pegava passageiros na ma�aneta. Eles sa�am do hotel, abriam a porta do carro e entravam. Agora, os pr�prios hot�is oferecem os tuk tuks para os h�spedes”, reclama o taxista.

Na ter�a-feira, dois turistas de S�o Luiz, capital do Maranh�o, hospedados em um hotel da Rua C�cero Ferreira, no Bairro Serra, Regi�o Centro-Sul, circulavam de tuk tuk pela Avenida Afonso Pena e conheceram a Serra do Curral, no Alto dos Mangabeiras, tamb�m na Centro-Sul. “Muito divertido. Achei uma novidade”, disse a auditora fiscal Nayde Carvalho Fonseca, de 53, que acompanhava o filho que presta concurso p�blico. Ela conta que viu a propaganda do tuk tuk e se interessou. Nayde pagou R$ 180 para rodar por 3 horas com o filho. O valor por pessoa � de R$ 30 e o ve�culo tem capacidade para dois adultos e uma crian�a.

Mas n�o s�o apenas os turistas que usam os triciclos como meio de transporte. O estudante de engenharia ambiental Leandro Nahuel Aguas Coelho, de 25, conta que pagou R$ 2 para se deslocar de tuk tuk da Pra�a do Papa, no Bairro Mangabeiras, at� a Pra�a Sete, no Centro. “� confort�vel. Concorre com o t�xi-lota��o e faz o mesmo trajeto”, conta o estudante. “Quem n�o est� gostando muito s�o os taxistas. Eles chamam os tuk tuks de cumbuquinhas”, comentou Leandro, lembrando que pagou a passagem em dinheiro e o condutor pediu seus dados pessoais para registro.

O empres�rio N�lson Gustavo Vilasa da Silveira, que oferece franquia de tuk tuk em BH e dono de seis ve�culos que circulam pela capital, negou fazer concorr�ncia com os taxistas, ressaltando que n�o tem espa�o para bagagem e afirmou, inclusive, que oferece t�xi para os turistas. “S� fazemos roteiros tur�sticos e n�o temos como fazer o servi�o de t�xi porque n�o ultrapassamos 40km por hora.” Ela disse ainda que os ve�culos n�o podem transitar por rodovias estaduais e federais e negou cobrar R$ 2 para transportar passageiros pela Avenida Afonso Pena, o que seria uma concorr�ncia com o t�xi-lota��o. Ele ressaltou ainda que sua empresa � legalizada, cadastrada no Minist�rio do Turismo e parceira da Belotur.

O portugu�s Caetano Souza, de 41, � piloto de uma empresa que tem seis tuk tuks em BH. “Atendemos v�rios hot�is. Basta telefonar ou agendar o passeio pelo e-mail”, disse ele, lembrando que tamb�m transportam moradores de BH, mas apenas para fazer roteiros tur�sticos, garante. “A gente pega o passageiro e volta com ele para o mesmo lugar ou perto de onde estava, para n�o considerar concorr�ncia com os taxistas”, explicou Caetano.

ATRATIVO De acordo com o condutor, o grande atrativo dos triciclos, principalmente para turistas estrangeiros, � que os pilotos falam no m�nimo duas l�nguas, al�m do portugu�s. “Isso � crit�rio para ser contratado. Eu, por exemplo, falo ingl�s e franc�s. Meu amigo, que tamb�m � piloto, fala ingl�s e italiano”, disse. A professora de ingl�s Consuelo Guerra, de 64, moradora de BH, ficou encantada ao passar por um tuk tuk ontem � tarde, no Bairro Serra. “Lindo, maravilhoso”, disse ela, que chamou a amiga Luciana Cl�udia Papa, de 31, para conhecer de perto o triciclo. A curiosidade foi tanta que elas pediram ao piloto para entrar no ve�culo.

O presidente do Sindicato dos Taxistas, Ricardo Luiz Faeda, disse que n�o recebeu nenhuma reclama��o formal da categoria em rela��o aos tuk tuks, mas que vai procurar se informar junto �s empresas que oferecerem o servi�o, e tamb�m com hot�is, sobre a legalidade do servi�o. “N�o podemos deixar que mais um transporte ilegal tome conta da cidade”, disse.