
O ambientalista Eduardo Gomes, diretor-executivo do Instituto Grande Sert�o, afirma que o desmatamento acelerado agravar� a falta de �gua no Norte de Minas, regi�o historicamente castigada pela seca. “Sem a cobertura vegetal, aceleram-se os processos de eros�o, com perda de solos org�nicos, carreamento e assoreamento de nascentes, v�rzeas, c�rregos e rios. Isso gera um efeito cascata catastr�fico: a �gua deixa de ser absorvida mais lentamente, n�o repondo os len��is fre�ticos que, consequentemente deixam de abastecer nascentes e cursos d �gua”, alerta.
“Sendo inevit�vel o corte de mata nativa, deveria haver crit�rios mais rigorosos de an�lise, al�m de limitar extens�es cont�nuas, mantendo corredores ecol�gicos em maior quantidade e interligados �s �reas de prote��o permanente (APPs) ou reservas legais”, diz o ambientalista. Ele ressalta que com essas limita��es, o desmatamento da vegeta��o natural seria gradualmente desestimulado.
Os efeitos devastadores do desmatamento nos cursos d’�gua s�o sentidos no Rio Gorutuba, um dos mais importantes do Norte de Minas. Ele j� est� completamente seco perto da sua nascente, no distrito de Catuni, em Francisco S�. “O principal impacto do desmatamento � o assoreamento. Como n�o existe cobertura vegetal, todos os sedimentos s�o carreados para o leito do rio”, descreve Aroldo Cangussu, presidente do Comit� de Bacia do Gorutuba. Ele afirma que o manancial foi muito atingido pela derrubada da vegeta��o nativa para dar lugar � monocultura de eucalipto em topos de morro (�reas de recarga) pr�ximo da nascente, al�m de sofrer agress�es com a derrubada da mata ciliar. “Mais de 60% da mata ciliar do Gorutuba foi suprimida”, declara Cangussu.