
Nove manifestantes chegaram ao im�vel, que fica no Bairro de Lourdes, Regi�o Centro-Sul da capital, pouco antes das 9h. Eles afixaram na porta do pr�dio uma faixa com os dizeres "R$ 3,40 nem tenta!". Uma das integrantes do movimento chamou o presidente da BHTrans pelo interfone, mas n�o houve resposta. Aos gritos, integrantes chamaram pelo presidente da BHTrans. "Ei, Ramon, vem falar com a gente".
No envelope que o Tarifa Zero pretendia entregar a Ramon Victor Cesar h� uma notifica��o dos movimentos sociais reivindicando a legitimidade para contestar o aumento e a decis�o da Justi�a que suspende o reajuste. O movimento entregou ainda uma carta convidando a BHTrans para participar de “aul�o” do Tarifa Zerro.
Depois da chegada da Pol�cia Militar, os manifestantes retiraram a faixa da entrada do pr�dio e afixaram-na em uma �rvore na cal�ada do edif�cio. �s 10h, sem serem recebidos pelo presidente da autarquia, eles jogaram o envelope na guarita do pr�dio e deixaram o local.
O tenente Ab�lio Moura, do 1º Batalh�o, explicou a pol�cia orientou o movimento a retirar a faixa da portaria porque poderia oferecer riscos para os outros moradores do pr�dio “Se uma pessoa passa aqui e arremessa uma pedra contra um ve�culo e no pr�dio, as lideran�as ser�o responsabilidade”, alertou.
Juliana Galv�o, do Tarifa Zero, explicou que o movimento est� se mobilizando e ela n�o descarta novos protestos na capital. “Mesmo com limiares da Justi�a, em algum momento a passagem acaba aumentando. Se for preciso, a gente vai para a rua mobilizar a popula��o”, frisou.
Desempregado h� cerca de dois meses, o pedreiro Rog�rio de Ara�jo precisa tomar tr�s �nibus todos os dias para chegar � regi�o central. Ele mora no Bairro Jardim Vit�ria, Regi�o Nordeste da capital, e acordava todos os dias �s 5h para chegar no trabalho �s 7h. Ele disse n�o concordar com aumento. "� um absurdo, ainda mais nessa crise que o pa�s est�", protestou.
Rog�rio contou que gasta, em m�dia, R$ 12 com transporte, o que sacrifica a renda da fam�lia. Rog�rio � casado e pais dois filhos, um de 3 e outro de 14 anos. O pedreiro reclamou tamb�m da qualidade do transporte p�blico na cidade. "Antes, eu pegava um �nibus e agora s�o tr�s. O tempo de espera no ponto aumentou muito".

LIMINAR A Justi�a mineira notificou na segunda-feira a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) sobre a liminar que impede o munic�pio de aumentar o pre�o cobrado pelas passagens de �nibus na capital. A decis�o determina que o munic�pio e a BHTrans fiquem impedidos de autorizar qualquer revis�o contratual, inclu�da qualquer altera��o tarif�ria por um prazo de 180 dias. Em nota, a PBH informou que suspendeu o reajuste, que entraria em vigor hoje.
O comunicado informa que a administra��o municipal acionou a Procuradoria-Geral do Munic�pio, que, “no momento, estuda os fundamentos da decis�o judicial para tomar as medidas jur�dicas adequadas.” Ainda no texto, a PBH diz que os concession�rios e permission�rios foram devidamente orientados a manter em vigor as atuais tarifas.
A liminar foi concedida pelo juiz Rinaldo Kennedy Silva na �ltima sexta-feira. O magistrado, que anteriormente havia indeferido um pedido da defensoria sob o argumento de que n�o tinha ind�cios de que haveria aumento e que a prefeitura j� havia alegado n�o ter inten��o de aprovar os reajustes antes do prazo contratual, voltou atr�s na decis�o.
De acordo com o juiz, a nota t�cnica da BHTrans, anexada ao processo, sugere a realiza��o de reuni�es t�cnicas entre consultores das concession�rias e os t�cnicos do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) e da empresa que administra o tr�nsito na capital.
Para o juiz, “demonstra que est�o sendo tomadas medidas pelos r�us que poder�o culminar com o aumento das passagens, ao contr�rio do informado pelo munic�pio, que com sua manifesta��o, informou que n�o passava de mera especula��o a possibilidade de revis�o contratual das concess�es de servi�o de transporte p�blico”.
(Com informa��es de Rodrigo Melo e Jo�o Henrique do Vale)