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Estado de Minas

"Meu filho foi morto de forma covarde", diz m�e de adolescente baleado por PMs

Ainda sob efeito de calmantes para suportar a dor, Gleiciele disse ontem, durante o vel�rio que buscava uma resposta para o fim tr�gico do filho


postado em 17/09/2015 06:00 / atualizado em 17/09/2015 07:44

Corpo de Hugo foi sepultado no Cemitério da Saudade: parentes cobram respostas sobre o crime(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Corpo de Hugo foi sepultado no Cemit�rio da Saudade: parentes cobram respostas sobre o crime (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)

O rel�gio marcava 0h15, quando a diarista Gleiciele Aparecida Braz da Silva foi informada que o filho Hugo Vin�cius Braz da Silva, de 14 anos, havia tomado um tiro nas costas, disparado por policiais militares, e que ele havia sido socorrido para o Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII (HPS). Menos de 20 minutos depois, quando a m�e e alguns parentes chegaram � unidade m�dica, receberam a not�cia de que o adolescente estava morto. Ainda sob efeito de calmantes para suportar a dor, Gleiciele disse ontem, durante o vel�rio no Cemit�rio da Saudade, na Regi�o Leste de BH, que buscava uma resposta para o fim tr�gico do filho. O corpo de Hugo foi sepultado no final da tarde.

A m�e lembra que Hugo Vin�cius era um garoto traquina, como a maioria dos meninos da sua idade. Ele, entretanto, havia abandonado a escola h� tr�s meses, gostava de andar de bicicleta, patins e pegar carona na traseira dos �nibus. Tinha o costume de se encontrar com a turma de amigos na esquina perto de casa e ficava at� tarde da noite conversando. “Pelo que eu sei, ele n�o estava envolvido com drogas nem outras coisas erradas. N�o sei o que aconteceu, mas meu filho foi morto de uma forma covarde, baleado pelas costas”, disse Gleiciele.

O adolescente V., a testemunha que estava com Hugo Vin�cius antes dele ser perseguido pelo sargento e o cabo da PM, afirmou que o amigo correu todo o tempo com arma na cintura e nenhum momento a apontou em dire��o aos policiais militares. “Ele tinha acabado de pegar essa arma de pl�stico quando vimos a viatura se aproximar. Decidimos sair da esquina, mas os policiais vieram atr�s da gente e como o Hugo correu, eles o perseguiram”, contou o menor.

LUTA A diarista e parentes afirmaram que v�o acompanhar as investiga��es e cobrar resposta. Disseram ainda que v�o lutar para que se fa�a justi�a e para que os dois policiais militares acusados pela morte de Hugo Vin�cius sejam condenados pelo crime.

Um dos parentes, que pediu para n�o ter o nome divulgado, contou que estava em bar pr�ximo da Rua Juramento no momento em que Hugo Vin�cius foi baleado e chegou a ouvir os disparos. “Um motociclista reconheceu o Hugo e me avisou que era ele quem havia tomado tiro da PM. Corri para a Rua Veredinha e o Hugo estava ca�do na esquina, aproximei dos policiais e me identifiquei. Ele disseram que o Hugo ainda respirava e que iriam socorr�-lo para o Jo�o XXIII”, contou. Por�m, segundo familiares, ao chegar ao HPS, eles foram informados pelo plant�o da Pol�cia Civil no local que o adolescente deu entrada sem vida ao hospital.

Saiba como foi o caso(foto: Arte EM)
Saiba como foi o caso (foto: Arte EM)
O parente disse ainda que no ch�o perto do lugar que o adolescente caiu baleado, ele viu a arma preta com o cabo marrom. Ao questionar aos militares sobre a arma, foi informado que era uma pistola de pl�stico e que ela estava com o adolescente. “Ningu�m sabe a origem dessa r�plica. O Hugo gostava de brincar com os amigos de persegui��o, pol�cia e ladr�o. Acreditamos que ele tenha ficado com medo, porque estava com essa arma de pl�stico quando a viatura se aproximou e por isso correu, mas isso n�o justifica a a��o dos militares”, disse. 

"Ficaram me pressionando"


Embora com medo de sofrer retalia��o da PM, a testemunha V., de 17 anos, resolveu retomar sua rotina ontem, depois de ter passado mais de 12 horas no Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional de Belo Horizonte (Cia-BH) para ser ouvido 


O que voc� e o Hugo faziam na rua aquela hora da noite?

A gente sempre se encontrava � noite para conversar. Somos amigos de inf�ncia. A gente estava com mais dois colegas. Eles mostraram a arma de brinquedo e me chamaram para ir at� o Mangabeiras. Disseram que queriam arrumar uns celulares. O Hugo disse que precisava arrumar um dinheiro e que iria.

Voc� n�o aceitou o convite?

N�o. Fiquei com medo e disse que iria para casa. Os dois meninos atravessaram a rua e nesse momento vimos a viatura da PM se aproximando. Eu e o Hugo come�amos a andar em dire��o � Rua Iara. A viatura veio atr�s de n�s, e ele correu.

O que ocorreu em seguida?

Eu parei, e o Hugo virou � esquerda, correndo na Rua Veredinha. Nesse momento, a PM atirou. Ouvi seis disparos. Corri para casa, e poucos minutos depois apareceram os policiais dizendo que iriam me levar como testemunha.

Para onde eles te levaram?

Para o 22º BPM. Eles ficaram me pressionando para eu dizer que tinha ouvido apenas um disparo e que o Hugo correu com arma na m�o. Mas n�o foi assim. O Hugo correu com a arma de brinquedo na cintura e em nenhum momento ele apontou a arma para os policiais. E mesmo assim, eles atiraram v�rias vezes.


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