Moradores do Bairro Tancredo Neves, na periferia de Ribeir�o das Neves, os filhos dela fazem fisioterapia na Associa��o Mineira de Reabilita��o (AMR), no Bairro Mangabeiras, Regi�o Centro-Sul da capital. O trajeto requer dois �nibus e uma caminhada de quatro quarteir�es entre o ponto do segundo �nibus e a AMR.
Ela aproveitava a viagem para vender biscoitos e roscas, mas, h� cinco meses, o forno usado no preparo das iguarias parou de funcionar. Sem o dinheiro que conseguia com o alimento, deixou as contas de �gua e luz vencerem. Tamb�m ficou sem recurso para comprar as fraldas de Paulo, de 1, o �nico filho que n�o tem a mobilidade comprometida.
A hist�ria da fam�lia emocionou muita gente. E a solidariedade sorriu para a quitandeira. Uma empres�ria de BH, que prefere o anonimato, vai presente�-la com um novo forno. As duas agendaram um encontro para a pr�xima semana. “Fiquei comovida com a hist�ria dela. Guerreira”, resumiu a empres�ria.
Um advogado, que tamb�m prefere o sigilo da identidade, vai ajud�-la com as contas em atraso. A solidariedade veio de v�rias partes de Minas. Do Alto Parana�ba, um aposentado pretende fazer uma doa��o em dinheiro. Maria Jos� poder� comprar as fraldas de Paulo. “Eu chorei. Fiquei emocionado. Se eu tivesse condi��es, pagaria um transporte particular para ela levar os filhos � fisioterapia”, disse o aposentado.
Maria Jos�, acostumada com a vida dura, se rendeu � emo��o. “N�o sei nem o que dizer. Obrigado a todos”, agradece a mulher, que enfrenta uma longa jornada de sua casa � AMR. Um dia, o motorista de um coletivo arrancou com um dos filhos dela a bordo. O outro ficou para tr�s. Dona Maria Jos�, auxiliada pela Defensoria P�blica de Minas Gerais, ajuizou uma a��o por dano moral. Houve a audi�ncia de instru��o e julgamento, mas a senten�a ainda n�o foi proferida.
Apesar disso, o magistrado orientou a BHTrans a alterar o itiner�rio do segundo coletivo, de forma que o ponto seja transferido para a cal�ada em frente � AMR. A mudan�a deve ocorrer na segunda quinzena de outubro. At� l�, dona Maria Jos� continuar� empurrando a cadeira de rodas de Caio e levando V�tor no “canguru”. Mas a prov�vel mudan�a � tida como uma vit�ria da quitandeira.
V�rios leitores, sensibilizados com o cotidiano de Maria Jos� e filhos, comentaram o drama da fam�lia nas redes sociais. Alex, por exemplo, destacou: “Quero fazer o que � obriga��o do governo”. Carlos comparou a dificuldade de locomo��o da fam�lia com os novos ve�culos do Judici�rio: “Ainda troca a frota de carros para atender aos desembargadores”. Filipe elogiou o empenho da m�e: “Fico feliz em saber que ainda existem mulheres como dona Maria Jos�, que honra a maternidade. Parab�ns!”.