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Estado de Minas

Popula��o sofre com falta d'�gua at� � beira do Rio S�o Francisco


postado em 29/09/2015 06:00 / atualizado em 29/09/2015 07:52

José Dimas Xavier e o tambor vazio: água, só a cada 15 dias(foto: Luiz Ribeiro/EM/DA Press)
Jos� Dimas Xavier e o tambor vazio: �gua, s� a cada 15 dias (foto: Luiz Ribeiro/EM/DA Press)

Moradores sofrendo com escassez de �gua � beira do maior rio que corre inteiramente em territ�rio nacional. Essa � a situa��o enfrentada por habitantes de S�o Francisco, no Norte de Minas, onde centenas de pessoas da zona rural vivem �s margens do rio de mesmo nome, mas sofrem os efeitos da estiagem prolongada e precisam ser abastecidas por caminh�es-pipa. “A situa��o do nosso munic�pio diante dos preju�zos da seca � calamitosa”, diz o prefeito Luiz Rocha Neto (PMDB). “O maior problema � que a �gua do Rio S�o Francisco, se n�o receber tratamento, n�o serve para o consumo humano, pois � muito polu�da. Quem bebe dela sofre diarreia, problemas de pele e outras doen�as”, explica.

Luiz Rocha Neto disse que atualmente os caminh�es da Opera��o-Pipa, do Ex�rcito Brasileiro, levam �gua at� a casa de cada morador da zona rural. Por�m, afirma, o governo federal anunciou uma mudan�a no programa: a �gua ser� levada at� determinado ponto, onde ser� instalado um reservat�rio, e os moradores pr�ximos ficar�o respons�veis por se abastecer no local, da forma que puderem. “O governo quer que as prefeituras comprem e instalem os reservat�rios. Mas, no pico da seca, os munic�pios est�o sem dinheiro e n�o podem bancar essa despesa”, reclama.

Atualmente, rodam no munic�pio 15 caminh�es-pipa, com a tarefa de abastecer mais de 10 mil pessoas. Segundo o prefeito, v�rias comunidades vizinhas �s barrancas do Velho Chico se abasteciam com �gua de c�rregos e pequenos rios da bacia, mas eles secaram. A situa��o se repete em outras cidades da regi�o, como Francisco S�, uma das mais castigadas pela estiagem.

L�, na comunidade de Angicos, o agricultor Jos� Dimas Xavier, de 60 anos, conta que o Rio S�o Domingos, que passava pr�ximo de sua propriedade, desapareceu completamente. Ele disse que s� n�o passa necessidade maior porque recebe �gua do caminh�o-pipa, por�m apenas a cada 15 dias.

N�o � o suficiente para escapar dos preju�zos da estiagem prolongada. “Eu tinha umas 260 reses. Por causa da seca, agora s� restam 60”, diz o agricultor, explicando que foi obrigado a se desfazer da maior parte do rebanho,  para n�o deixar os animais morrerem de fome e sede. De acordo com o t�cnico Jo�o Luiz Silveira, do escrit�rio da Empresa de Assist�ncia T�cnica e Extens�o Rural (Emater-MG), por causa da falta de chuvas, 95% das lavouras de milho do munic�pio foram perdidas na safra 2014/2015, enquanto as perdas nas pastagens foram de 50% a 70%.

MIGRA��O Em Mato Verde, como a Barragem Viam�o, onde � feita a capta��o, secou completamente, a Copasa tamb�m usa caminh�es-pipa para se abastecer em reservat�rios em munic�pios vizinhos. Depois de transportada, a �gua � depositada na esta��o de tratamento da cidade. Com isso, moradores esperam at� cinco dias para receber �gua.

Em Monte Azul, embora a Barragem do Tremedal, que abastecia a cidade, tenha secado, a popula��o da �rea urbana n�o enfrentou falta d’�gua, porque foi feita a adutora para a capta��o na Barragem de Canabrava, constru�da com recursos da Companhia do Desenvolvimento dos Vales do Rio S�o Francisco e Parna�ba (Codevasf). No entanto, a zona rural � fortemente afetada pela estiagem prolongada, com cerca de 11 mil pessoas de 54 comunidades abastecidas por caminh�es, de acordo com a prefeitura.

O t�cnico Ant�nio Dias Ara�jo, do escrit�rio da Emater-MG em Monte Azul, salienta que a seca tem acarretado preju�zos, desemprego e abandono do campo. “Muitas pessoas t�m fugido da seca em dire��o a S�o Paulo e ao Sul de Minas, em busca de trabalho para manter aqueles que ficaram para tr�s”, conta Ara�jo.


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