
Depois de Contagem, Montes Claros tem a segunda pior situa��o da lista de perda de �gua tratada (36,25%). Belo Horizonte aparece em quarto lugar (34,33%), enquanto Uberl�ndia tem situa��o pouco melhor (26,35%), embora ainda acima dos 20% considerados razo�veis. Os dados foram apresentados ontem, em S�o Paulo, durante o semin�rio Avan�os em Saneamento B�sico – exemplos mostram que a universaliza��o � poss�vel. O evento foi promovido pelo Trata Brasil e pela Funda��o Getulio Vargas (FGV).
Apesar de admitir que n�o existe perda zero quando o assunto � perda de �gua, o presidente-executivo do Instituto Trata Brasil, �dison Carlos, afirma que os n�meros brasileiros, e tamb�m de Minas, s�o muito altos. “Perder 37% da �gua que se trata � uma situa��o muito preocupante e que at� a ocorr�ncia da crise h�drica era um indicador para o qual pouco se dava aten��o. Mas, al�m de ser um problema de caixa para a empresa, as perdas geram estresse na bacia hidrogr�fica e aumentam a chance de desabastecimento”, afirma.
Com experi�ncia de trabalho � frente da Sabesp, o ex-presidente da companhia, o economista e coordenador do Grupo de Economia da Infraestrutura e Solu��es Ambientais da FGV, Gesner Oliveira, diz que Minas deve ligar o alerta vermelho. “O estado, historicamente marcado pela abund�ncia de �gua, come�ou a viver um per�odo de escassez e isso � preocupante”, disse. Na edi��o de ontem, o Estado de Minas mostrou uma equa��o nada positiva para a Grande BH. Os reservat�rios do Sistema Paraopeba, que abastecem a regi�o, est�o com 26,5% da capacidade. A economia no consumo de �gua por parte da popula��o, que chegou a n�veis de 16%. Enquanto isso, o estado vem de um 2014 com chuvas 65% abaixo da m�dia e sem perspectiva de abund�ncia pluviom�trica para 2015.
FATORES Representante da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) no evento, o diretor de Planejamento e Gest�o de Empreendimento da empresa, Ronaldo Matias de Souza, reconhece o problema das perdas. “As perdas s�o altas e pode ser explicada por alguns fatores. No caso de Belo Horizonte, h� um desn�vel geom�trico de mais de 700 metros de altitude, ou seja, do ponto mais alto ao ponto mais baixo em que se distribui �gua h� esse desn�vel. Isso significa que as redes trabalham muito pressurizadas, o que investimentos vultosos em implanta��o de v�lvulas redutoras de press�o, substitui��o de redes e setoriza��o, para que isso seja minimizado”, afirma. Assim como na capital, ele explica que Contagem tem muitas �reas ainda n�o urbanizadas e com grande n�mero de liga��es clandestinas.