A onda de viol�ncia na Savassi, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, parece n�o ter fim. Uma loja de roupas foi arrombada na madrugada desta ter�a-feira na Avenida do Contorno. Dois homens quebraram a vidra�a e a porta do com�rcio. Em seguida, entraram no local, mesmo com o alarme disparado. Foram levadas mercadorias e um monitor. A dupla fugiu antes da chegada da Pol�cia Militar (PM) e de agentes da empresa de seguran�a. O com�rcio fica a poucos quarteir�es da loja do estilista mineiro Ronaldo Fraga, que foi alvo dos criminosos na �ltima semana.
O crime aconteceu por volta das 2h. Dois homens, um deles usando uma touca, chegaram ao local e quebraram um vidro que fica ao lado de uma porta de ferro. Em seguida, entraram por um espa�o pequeno e subiram escadas na entrada. Depois, destru�ram uma outra passagem de vidro. “Quando invadiram o local, o alarme disparou e acionou a dona da loja. Ela chamou a PM e foi at� a loja. Quando chegou, a pol�cia e os agentes da empresa de seguran�a j� estavam l� para tentar encontrar os criminosos”, conta Lidiane Cristina, de 37 anos, gerente administrativa financeira do com�rcio.
Os funcion�rios reclamam do abandono de um im�vel vizinho que est� servindo de esconderijo para usu�rios de drogas. “Estamos com um problema aqui. Uma casa que est� para ser alugada est� sendo ponto de tr�fico e uso de drogas. Muitos mendigos est�o vindo para dormir aqui. O clima de inseguran�a est� imenso. Sabemos que outras lojas j� s�o alvos constantes de assaltos. Inclusive, a loja do Ronaldo Fraga fica bem pr�ximo daqui e foi arrombada”, explica Lidiane Cristina.
Assista o momento em que a loja � invadida pelos arrombadores
A a��o dos criminosos assustou os comerciantes. “Estamos h� 41 anos na Savassi e nunca sofremos com uma situa��o desta. O que assusta � que temos sistema de seguran�a, com adesivos na porta informando, e nem isso inibiu a a��o. Eles n�o se intimidaram em nenhum momento. A sensa��o que fica � de uma certeza absoluta da impunidade. Nosso preju�zo � mais moral do que financeiro”, desabafa Mara Borges, gerente de comunica��o da loja.
Por meio de nota, a empres�ria Maria Cec�lia Borges, dona do com�rcio, fez um desabafo. “Faltam palavras para falar da indigna��o com tudo o que tem acontecido na Savassi. Os sentimentos s�o de impot�ncia e inseguran�a! Nem o sistema de seguran�a da loja impediu que ela fosse depredada! Para mim isso mostra a falta de limites e a certeza da impunidade! Sei que n�o � um caso isolado. V�rias lojas t�m sofrido assaltos! H� poucos dias Ronaldo Fraga, que tamb�m teve sua loja assaltada, deu um depoimento que mostrou bem nossa realidade!” disse.
“Estamos vendo a Savassi passar de centro cultural para pontos de crack. Muitas lojas que fecharam est�o servindo de abrigo para estes pontos. Onde est� a pol�tica social de amparo a este grave problema? Tenho 41 anos de loja na Savassi e nunca vivenciei nada parecido! Pagamos altos impostos para n�o vermos nenhum retorno de benef�cio, em especial, das �reas de sa�de, educa��o e seguran�a. E ainda temos de arcar com a nossa prote��o, j� que a inefici�ncia do poder p�blico � not�ria. Onde vamos parar? O imposto que a gente paga � para isso que temos vivenciado e
presenciado? Enquanto cidad�, � ele que me abala por ver tanto descaso acontecendo! Quero de volta a minha Belo Horizonte!”, completou Maria Borges.
De acordo com a PM, em setembro foram registrados tr�s arrombamentos de carros na Rua Fernandes Tourinho e nenhum arrombamento. Em outubro, na mesma via, foram tr�s arrombamentos de ve�culos e de uma loja, a do estilista mineiro Ronaldo Fraga.
Como o Estado de Minas vem mostrando, a viol�ncia aumentou na Savassi. Comerciantes cobram mais vigil�ncia da PM por causa do aumento no n�mero de arrombamentos. Mesmo tendo intensa movimenta��o de pessoas e forte atividade financeira, a Savassi conta com a vigil�ncia de apenas sete das 86 c�meras instaladas no interior do per�metro da Avenida do Contorno. Outras nove est�o no entorno do Bairro Barro Preto. Pelo mapa da PM, a �rea de implanta��o dos equipamentos privilegia o Hipercentro, �rea que compreende o entorno da Rodovi�ria, pra�as Sete e Raul Soares, onde est�o 70 olhos eletr�nicos.
Apesar de a pr�pria PM admitir que o n�mero de aparelhos na Savassi � irris�rio para a regi�o e de comerciantes e entidades civis cobrarem aumento da rede de monitoramento, a expans�o ainda � algo distante.