No final da tarde de s�bado, uma dupla de cantores faz um medley de Daft Punk (Get Lucky) com Zeca Baleiro (Telegrama). Depois cantam Palco, de Gilberto Gil. As gar�onetes do Restaurante Del�rio est�o animadas – batem palmas e ensaiam uma dancinha, do lado de dentro, longe da vista dos fregueses espalhados em dezenas de mesas no gramado. No fim de semana, dependendo do local onde o turista est� sentado ele pode escutar dois cantores diferentes simultaneamente, dada a popularidade do estilo voz e viol�o nos bares localizados no gramado pr�ximo ao cruzeiro de Lavras Novas.
Ao p� de um dos cruzeiros, na Rua do Campo, o consultor t�cnico Ricardo Oliveira, a mulher dele, a economista Samantha Oliveira, e o beb� do casal, Esther Guerra, de 10 meses, faziam um churrasco no fim da tarde de s�bado e fugiam do agito no gramado “O bom daqui � a tranquilidade, o clima ameno e as pessoas”, entende Ricardo. O casal, que � de Congonhas, mas vive em Belo Horizonte, frequenta Lavras Novas desde os tempos de namorados, quando viajavam em turma. Desta vez, a viagem mais intimista se justificou por ser a estreia da filha no distrito.
Se sobra atra��o para os turistas, alguns jovens reclamam da falta de op��o. “Aqui � muito sossegado. Podia ter mais programa��o para o pessoal, mais festas”, pondera Gustavo Azevedo Ribeiro, de 16 anos. Um dos netos de dona L�dia, ele est� no primeiro ano do segundo grau e precisa ir todos os dias para Ouro Preto, pois a escola do distrito oferece aula apenas at� o nono ano. Gustavo tem a vida mais tranquila que a av�, que na idade dele caminhava por horas at� a planta��o de ch�. A prefeitura oferece �nibus gratuito, por�m ele precisa acordar cedo, j� que o coletivo parte �s 5h45. Gustavo, entretanto, n�o reclama da falta de trabalho. Consegue pegar “bicos” constantes. No final de semana do feriado trabalhou como gar�om em um bar.