
Depois do aval da Prefeitura de BH para que as pessoas possam circular nos parques municipais com suas bicicletas, quem tem animais de estima��o quer que a entrada dos bichos seja autorizada em todas as �reas verdes da capital. Atualmente, apenas 24 dos 75 parques municipais da cidade permitem a presen�a de animais dom�sticos e os defensores da libera��o total reivindicam que o munic�pio, al�m de atender � sua reivindica��o, fa�a campanhas para divulgar a iniciativa, para que o maior n�mero poss�vel de pessoas possa levar seus pets a esses espa�os p�blicos. Por enquanto, a administra��o municipal n�o tem planos de autorizar a presen�a dos animais em mais parques. E nas �reas onde a pr�tica j� � permitida, as pessoas devem ficar atentas, pois quem passeia nos parques com os bichos soltos, sem coleira e sem guia de condu��o, est� descumprindo uma determina��o da administra��o municipal.
Apesar da exist�ncia da portaria, a realidade � totalmente diferente. N�o h� fiscaliza��o e as pessoas n�o s�o orientadas. Andando ao lado de seis c�es da ra�a shih tzu no Parque Juscelino Kubitschek, no Sion, Regi�o Centro-Sul de BH, a administradora de empresas Simone Pereira Coelho, de 51 anos, disse nunca ter sido orientada por funcion�rios do lugar. “Tamb�m nunca vi placas que informassem sobre isso. Se o animal n�o pode andar solto, deveriam informar”, afirmou a mulher, que tamb�m deseja a amplia��o do n�mero de parques onde a presen�a dos pets seja permitida. “A popula��o de c�es � cada vez maior e os locais para os levarmos ainda s�o restritos. O que vemos � que muitos ficam confinados em apartamentos”, afirma.
Medo de brigas
Passeando com Ully, da ra�a malt�s, a advogada Fernanda Queiroz, de 32, teme soltar a cadela por receio de que ela brigue com outros animais. Mas confessa que, �s vezes, deixa a cadelinha solta. “Somente quando n�o tem outros c�es por perto”, contou, ressaltando tamb�m desconhecer a norma. Para ela e o namorado, F�bio Dupin, de 29, tamb�m advogado, � v�lida a solicita��o para aumento do acesso de c�es a parques de BH. “� o que a gente, que tem animal, mais quer”, disse F�bio.
Mesmo sem saber da regra que exige o uso de coleira e guia, a massoterapeuta Patr�cia Moreira, de 46, n�o se arrisca a soltar o bulldog franc�s J�nior, com o qual passeia nos fins de semana no Parque JK. “Ele corre muito e tenho medo de n�o conseguir alcan��-lo. Tamb�m acho que o animal solto pode incomodar quem n�o gosta de c�es. Por isso o mantenho sempre com a coleira e a guia. “
O aposentado Edson Ribeiro, de 69, morador do Bairro Santo Agostinho, tamb�m se preocupa com as pessoas que est�o nos parques e procura manter seu c�o Guga, da ra�a boston terrier, preso � coleira quando passeia no Parque Rosinha Cadar, no Santo Agostinho, e na Pra�a dos Ca�adores, na Serra. Mas confessa desconhecer a regra que exige o uso de coleira e guia e diz que, de vez em quando, deixa Guga solto. “Sempre olho ao redor para ver se tem crian�as que podem ter medo e se assustar com a presen�a dele. Mas o Guga � bem medroso e n�o ataca ningu�m”, afirmou. Edson tamb�m apoia a mobiliza��o para que todos os parques autorizem a entrada de animais de estima��o. “Eles precisam de espa�o para correr e brincar e essas �reas s�o excelentes”, ressalta.
Amea�a � sa�de dos animais
Embora a mobiliza��o dos donos de animais dom�sticos pela amplia��o do n�mero de parques nos quais o acesso de c�es e outros bichos de estima��o esteja crescendo, a PBH alega restri��es ambientais para n�o atender a solicita��o. O problema � que, de acordo com a chefe do Departamento Centro da Funda��o de Parques Municipais, Tatiane Cordeiro, a proximidade entre animais de estima��o e a fauna silvestre pode representar um risco para ambos. “Os bichos dom�sticos, como c�es, podem transmitir doen�as por meio de fezes, carrapatos, pulgas ou pela urina, como � caso da leptospirose. Podem tamb�m ser v�timas de ataques de animais silvestres ou mesmo atacar um desses”, explica Tatiane. Segundo ela, ampla discuss�o j� foi feita no sentido de definir quais �reas s�o vedadas a animais dom�sticos, levando em considera��o a necessidade de preserva��o ambiental do parque.
Sobre a exig�ncia do uso de coleiras e guias, o diretor de Parques da �rea Norte da Funda��o de Parques e Jardins, Robson Ferreira, reconhece a defici�ncia na orienta��o de usu�rios dos parques a respeito da norma. Adiantou, no entanto, que a prefeitura est� providenciando placas, que ser�o instaladas no prazo de 15 dias, com essa regra e outras que tratam do uso de bicicletas, soltura de pipas, entre v�rias regras. “Parte das placas atuais � de pequeno porte ou est� escondida. Em alguns parques elas n�o existem. Sabemos disso e estamos refazendo esse trabalho de sinaliza��o”, disse.
O diretor afirmou ainda que os funcion�rios dos parques ser�o capacitados para melhor orientar os visitantes das �reas verdes. E disse que campanhas de conscientiza��o s�o feitas em parques, especialmente naqueles em que h� maior concentra��o de c�es, a exemplo dos parques JK e Rosinha Cadar, para explicar a regra que exige coleira e guia nos animais.