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Estado de Minas

Lama de barragem derruba economia e causa preju�zos

Pequenos produtores e ind�strias de porte estimam que perdas causadas por onda de rejeitos e interrup��o de abastecimento j� superem os R$ 100 mi


postado em 18/11/2015 06:00

Trabalhador a serviço da Cenibra retira água no Rio Doce para avaliação: gigante da fabricação de celulose calcula que prejuízo por interrupção da produção chegue a R$ 88 milhões(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Trabalhador a servi�o da Cenibra retira �gua no Rio Doce para avalia��o: gigante da fabrica��o de celulose calcula que preju�zo por interrup��o da produ��o chegue a R$ 88 milh�es (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
A avalanche de lama que destruiu fam�lias em Mariana, dizimou rebanhos, peixes e o Rio Doce, na maior trag�dia ambiental do pa�s, deixa uma mancha que avan�a sobre a economia. O desastre provocado pelo rompimento da barragem da mineradora Samarco arrasou pequenos produtores do estado e parou a grande ind�stria, acumulando em duas semanas perdas que ultrapassam com folga a casa dos R$ 100 milh�es na atividade econ�mica.

A trag�dia, que contabiliza 11 mortos e 12 desaparecidos, atingiu de pequenos pecuaristas, que, ilhados, n�o entregaram a produ��o para a ind�stria, a latic�nios, frigor�ficos, setor de servi�os, alcan�ando at� a ind�stria de grande porte.

A Cenibra, gigante na fabrica��o de celulose, acumula preju�zos que chegam aos R$ 88 milh�es. H� 11 dias a f�brica no Vale do A�o, que faz sua capta��o de �gua no Rio Doce, interrompeu a atividade nas duas linhas de produ��o. Os c�lculos n�o contabilizam multas pelos dias de navio parado no porto ou custos da suspens�o da atividade sem planejamento, apenas levam em conta a celulose que deixou de ser produzida e j� est� vendida para o mercado internacional, como informa o diretor-presidente da companhia, Paulo Eduardo Brant. “Estamos analisando diariamente a �gua do rio, mas ainda n�o h� condi��es ou perspectivas para a retomada da atividade”, comentou o executivo.

Os detritos que amea�am a vida do rio atropelaram grandes e pequenos. O Sindicato Rural de Mariana estima que o rebanho alcan�ado pela tsunami de lama, em sua maioria gado leiteiro, chegue pr�ximo a 1 mil animais, incluindo equinos. Na extens�o do munic�pio, que foi tomado pelos detritos, est�o concentradas cerca de 250 propriedades rurais, a maioria de pequeno porte. O rebanho representa cifra de pelo menos de R$ 3,5 milh�es. “Estamos ainda trabalhando no levantamento de quantos animais foram perdidos com o desastre da Samarco”, explica Gilson Gomes, diretor do sindicato.

Somente na regi�o da comunidade de �guas Claras, cerca de 50% da produ��o de leite ficou por mais de uma semana sem ser entregue aos latic�nios, o que representa perda di�ria de R$ 7,5 mil aos pequenos pecuaristas.

Ind�stria Em Governador Valadares, munic�pio onde o abastecimento humano de �gua pot�vel foi comprometido e s� come�ou ontem se normalizar, a avalanche de detritos deteriorou a �gua, inviabilizando a utiliza��o tamb�m para a atividade industrial.

Diante da crise no abastecimento, a Cooperativa Agropecu�ria do Vale do Rio Doce cedeu parte de sua �gua para o abastecimento de creches, hospitais e escolas em Governador Valadares. Com isso, a f�brica foi for�ada a paralisar sua linha de produ��o de achocolatado e creme de leite. Um preju�zo estimado pelo presidente Guilherme Olinto Rezende, em R$ 150 mil ao dia, ou R$ 1,2 milh�o em oito dias. A expectativa do latic�nio � que as atividades da linha possam ser retomadas esta semana.

Desde que a lama chegou a Governador Valadares, um dos maiores frigor�ficos da regi�o, o Mafrial, suspendeu o abate de 500 cabe�as ao dia. Sem citar valores, o presidente do frigor�fico, Juscelino Lopes, diz que precisou parar de usar a �gua do Rio Doce, j� que para a atividade � preciso ter garantia da qualidade.

O latic�nio Piracanjuba, que faz capta��o no Rio Doce, tamb�m teria suspendido parte de sua produ��o. A reportagem entrou em contato com o Piracanjuba, que est� entre os maiores da regi�o, mas no latic�nio nenhum porta-voz foi encontrado para comentar os impactos do desastre do Rio Doce na produ��o.

Leandro Tancredo, presidente do Distrito Industrial de Governador Valadares, diz que 53 empresas do complexo est�o compartilhando a �gua de po�o artesiano, mas houve um freio na atividade. Dono de um restaurante industrial, Leandro entrega diariamente 800 refei��es e diz que est� impossibilitado de assinar novos contratos, ou aceitar propostas para confraterniza��es de fim de ano, j� que est� comprando �gua para cumprir contratos em curso. Ele calcula que sua queda no faturamento v� somar R$ 25 mil. “Este ano, j� tivemos que arcar com a alta da energia (50%), o aumento dos combust�veis, a crise na economia e agora esse desastre no Rio Doce”, lamentou.

INDENIZA��ES Das ind�strias de maior porte aos pequenos produtores e at� as prefeituras, a afirma��o � de que o ressarcimento dos preju�zos ser� buscado junto � Samarco. Nas prefeituras de Mariana, Ouro Preto e Governador Valadares, o impacto econ�mico j� ultrapassa R$ 120 milh�es. Ranger Belis�rio, secret�rio de Governo de Governador Valadares, afirma que as perdas no munic�pio ainda s�o incalcul�veis, j� que todas as atividades, dos servi�os de hotelaria a ind�stria foram freadas. Levantamento da Prefeitura de Mariana calcula que o custo para as obras de infraestrutura, como estradas, pontes e escolas destru�das, ser� de R$ 100 milh�es. A prefeitura tamb�m prev� queda na arrecada��o de tributos como a Compensa��o Financeira pela Explora��o Mineral (CFEM) e Imposto Sobre Servi�os (ISS), que representam cerca de R$ 5,5 milh�es ao m�s. Em Ouro Preto, a estimativa � que, com a paralisa��o das atividades da Samarco, a queda na arrecada��o mensal seja de pelo menos R$ 500 mil.


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