Barragens s�o maior desafio no estado, diz especialista

Eduardo Nery, especialista em desenvolvimento sustent�vel e diretor da Energy Choice, empresa de consultoria e de desenvolvimento de neg�cios, afirma que as condi��es de seguran�a de maneira geral da minera��o brasileira deram um salto grande. Entretanto, h� pontos de fragilidade e vulnerabilidade. “As barragens s�o exatamente um desses pontos fr�geis. Elas s�o semelhantes a um fus�vel, que a qualquer momento pode se queimar ou romper”, compara. Nery ressalta que as barragens de energia no Brasil s�o monitoradas em tempo real e algumas at� chegam a ter sism�grafos, o que n�o acontece com grande parte das barragens da minera��o. “J� imaginou se uma Itaipu se romper? Seria uma cat�strofe sem tamanho. Da mesma forma, as barragens mereciam uma aten��o especial das mineradoras. H� toda uma instrumenta��o que mede a parte de vibra��o, da intensidade, que � capaz de revelar se ela ter� condi��es de risco”, informa.

O consultor destaca que o Brasil, assim como os demais pa�ses em desenvolvimento, deveria investir em uma �rea que est� cada vez mais em foco: a resili�ncia, que � a capacidade de recuperar o estado natural, principalmente ap�s alguma situa��o cr�tica. “Pa�ses como Jap�o, Chile, Estados Unidos t�m seus programas nacionais de resili�ncia, porque est�o sujeitos a desastres como terremotos, furac�es. Dessa forma, t�m previs�o de como devem se portar para retornar ao sistema inicial e minimizar o impacto nas �reas atingidas, caso ocorra uma situa��o catastr�fica”, frisa.

Eduardo Nery cita o exemplo do Furac�o Sandy, que atingiu, em 2009, a Costa Leste norte-americana, incluindo, Nova York. Na �poca, o prefeito da cidade adquiriu um programa de monitoramento que podia antecipar a ocorr�ncia de furac�es. “Quando a tempestade foi identificada, a prefeitura conseguiu em oito horas evacuar cerca de 2,5 milh�es de pessoas. Claro que houve destrui��o, mas praticamente n�o houve mortos. Isso � apenas um exemplo do que um plano de resili�ncia pode fazer”, acrescenta. O especialista lamenta que uma atividade que responde por quase 38% da economia nacional n�o tenha sequer uma ag�ncia reguladora, o que acaba dificultando a fiscaliza��o. “Temos ag�ncia de tudo. �gua, petr�leo, energia, vigil�ncia sanit�ria e na minera��o h� apenas um Departamento que � o Departamento Nacional de Produ��o Mineral. Isso me assusta e deveria ser revisto”, critica.