(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Alerta por telefone n�o funciona e exp�e falha de comunica��o em Mariana


postado em 24/11/2015 06:00 / atualizado em 24/11/2015 14:58

No hotel onde foi alojada, Sandra prepara iguarias: recomeço(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
No hotel onde foi alojada, Sandra prepara iguarias: recome�o (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Mariana – "Recebi o rapaz da Comunica��o da Samarco, Rafael, que me disse assim: 'Sandra, tentei te ligar no XXXX-3556! �, Rafael, tem um ano que n�o tenho mais esse telefone l� em casa...". A revela��o de Sandra Domertides Quint�o, de 43 anos, � apenas mais um dos ind�cios que confirmam como o aspecto de seguran�a vinha sendo relegado em Mariana. Com jeito carism�tico e, ao mesmo tempo, firme e direto, ela havia tornado o Bar da Sandra a principal refer�ncia de Bento Rodrigues de 2000 at� 5 de novembro, quando a comunidade foi soterrada pela lama da Samarco/Vale/BHP Billinton. Chorando e fazendo coxinhas, sem parar um minuto, Sandra conta que tinha cortado a linha do fixo havia mais de um ano. “Eles estavam desatualizados. N�o fiquei sabendo, n�o tive comunica��o nenhuma. Sen�o, sairia buzinando por Bento com meu carro, porque em Bento todo mundo � unido. Ningu�m l� quer o mal um do outro”.

Sandra conversou com a reportagem do Estado de Minas enquanto preparava unidades em s�rie da sua coxinha de frango com catupiry, entremeada de tabuleiros de p�s de moleque, na cozinha emprestada a ela pela ger�ncia do Hotel Provid�ncia, no centro hist�rico de Mariana. J� os clientes da cocada v�o ter de esperar mais tempo. A m�quina de fatiar o doce perdeu-se na lama. � o que a ajuda a se distrair das lembran�as da trag�dia, dia do rompimento da barragem do Fund�o: “Meu bar era o centro das aten��es. O pessoal procurava o Bar da Sandra, que ficava ao lado da igreja, das duas mangueiras”.

Depois de interromper as atividades culin�rias por minutos, para abra�ar a filha, Ana Am�lia, de 2 anos, Sandra volta ao fog�o e conta em detalhes como o povoado foi avisado do rompimento da barragem gra�as a uma faxineira, indicada por ela pr�pria para trabalhar na empresa terceirizada que cuidava do viveiro de mudas da Samarco: “Ela escutou que a barragem tinha estourado na r�dio da caminhonete e saiu correndo para avisar. Eles ainda tentaram convenc�-la a n�o ir, porque ela teria de atravessar a ponte do Rio de Santar�m. Mas ela saiu na moto dela buzinando. Gra�as a Deus, eu estava na porta da minha casa, vi e acreditei no que ela disse”.

SEM ACREDITAR J� a irm� de Sandra, Terezinha, respons�vel pelo tempero do frango ao molho pardo, confirma que, inicialmente, desconfiou da veracidade da informa��o. “Minha irm� n�o acreditou, achou que era poeira. Sempre havia muita poeira l�, mas daquele jeito n�o era normal. Eu me preocupei em pegar a chave do carro, tirar da garagem e colocar dentro minha filha e uma senhora que tinha operado o f�mur, com dificuldade para andar. Estava passando um menino que sabia dirigir e falei com ele: ‘Some com esse carro e vai para o alto do morro. Salva essa gente!’” Chorando nesta parte do depoimento, Sandra emendou que correu atr�s da irm� e do irm�o, foi a p� em dire��o � mata e, quando a lama chegava perto, pulou dentro da caminhonete de um amigo, a tempo de ver a pr�pria casa, centen�ria, do tempo dos tropeiros, boiando na lama: “Foi quest�o de 10 minutos”.

Assista ao v�deo com depoimento de moradora de Bento Rodrigues


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)