
Ontem, no sobrevoo realizado por t�cnicos do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), foi identificado que o tsunami de lama deslocou-se 5 quil�metros ao sul, 20 quil�metros ao leste e 30 quil�metros ao norte da foz do Rio Doce. Segundo especialistas, o deslocamento desta lama recebe influencia do comportamento das ondas e da dire��o do vento.
A lama da barragem da Samarco tamb�m fez com que o munic�pio de Linhares interditasse duas praias da regi�o da foz do Rio Doce: Reg�ncia e Povoa��o. De acordo com o secret�rio municipal de Meio Ambiente, Rodrigo Paneto, a medida foi adotada de forma preventiva.
A praia de Reg�ncia, considerada para�so para surfistas, teve um dia at�pico. Acostumada a ser palco de esportistas vindos de diversas cidades, ontem, quase nenhum se arriscava a entrar no mar. Nas redes sociais, muitos deles lamentaram a chegada da lama � praia. “Dif�cil ver essa cena. Essa lama t�xica de Mariana invadindo Reg�ncia, um para�so que tive o prazer de conhecer”, escreveu Pedro Scooby. J� Robson Barros da Rocha, presidente da associa��o de surfistas do vilarejo, lamentou: “Estou t�o triste com essa lama que nem consigo entrar no mar”.
INDENIZA��O DE PESCADORES A Federa��o das Col�nias e Associa��es dos Pescadores e Aquicultores do Esp�rito Santo (Fecopes) entrou na 2ª Vara C�vel de Linhares, no litoral norte do estado, com uma a��o coletiva de indeniza��o na qual representa cerca de 3 mil trabalhadores. Eles foram atingidos pelo derramamento de lama do Rio Doce ap�s o rompimento da barragem em Mariana.
O advogado Leonardo Amarante, que defende a federa��o, disse que aguarda a decis�o da Justi�a sobre a concess�o de uma liminar em que foi pedido o pagamento de pelo menos um sal�rio-m�nimo para garantir a sobreviv�ncia dos profissionais que est�o impedidos de exercer o trabalho. A Samarco informou, por meio de nota, que ainda n�o foi notificada sobre a a��o, mas assegura que mant�m entendimentos para atender �s fam�lias atingidas pelo rompimento da barragem. “A empresa refor�a que est� em constante negocia��o com autoridades p�blicas competentes para tratar da melhor solu��o em rela��o �s fam�lias atingidas que vivem �s margens do Rio Doce”, informou.
Ontem, tamb�m foi acatado o pedido de busca e apreens�o contra o Servi�o Colatinense de Meio Ambiente e Saneamento Ambiental (Sanear) com o objetivo de obter os laudos relativos aos exames sobre a qualidade da �gua em Colatina, uma das cidades capixabas banhadas pelo Rio Doce e afetadas pela trag�dia de Mariana. A a��o foi ajuizada pelo promotor do Meio Ambiente de Colatina (ES), Marcelo Ferraz Volpato.
O Minist�rio P�blico do Esp�rito Santo (MPES) explica que o pedido foi feito porque o Sanear n�o passou os laudos ao �rg�o como combinado. Na segunda-feira, resultado divulgado pela prefeitura apontou n�veis de mangan�s na �gua, tidos como dentro do aceit�vel pela legisla��o. Ontem, a capta��o de �gua do Rio Doce foi novamente interrompida, segundo a Prefeitura de Colatina, em raz�o da turbidez da �gua.
O Minist�rio P�blico do Trabalho no Esp�rito Santo tamb�m determinou que a mineradora Samarco apresente, at� 2 de dezembro, um plano para evitar demiss�es em massa na cidade de Anchieta, no litoral capixaba. Em rela��o aos trabalhadores de Minas Gerais, a companhia tem que apresentar, no dia 27, plano de garantia de emprego para trabalhadores diretos e indiretos durante audi�ncia na sede do Minist�rio P�blico do Trabalho, em BH.
SEGUROS Ontem � noite o juiz Menandro Taufner Gomes, da 1ª Vara da Fazenda P�blica Estadual, Registros P�blicos e Meio Ambiente de Colatina (ES), determinou que no prazo de 72 horas a Samarco apresente todas as ap�lices de seguros e resseguros que cobrem os danos causados pelo rompimento da barragem em Mariana. Em caso de descumprimento da decis�o, a mineradora ser� multada em R$ 1 milh�o por dia. O juiz acatou pedido de liminar do Minist�rio P�blico Estadual, que alegou, nos autos, que, “consoante fato p�blico e not�rio, noticiado em todo o territ�rio nacional e at� nas m�dias internacionais, houve despejo de toneladas de rejeitos de min�rio de ferro na Bacia do Rio Doce, formando uma ‘lama’ que destruiu, e ainda destr�i, este ecossistema, sujeitando a danos difusos, coletivos e individuais homog�neos incalcul�veis, todas as localidades cortadas pelo rio e seus afluentes”. (Com ag�ncias)