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Estado de Minas

Ibama indica que 15 km� foram devastados pela lama da barragem, mas traz dados conflitantes

Estudo do �rg�o baliza a a��o civil p�blica de R$ 20 bilh�es movida contra a Samarco ap�s o desastre em Mariana


postado em 02/12/2015 06:00 / atualizado em 02/12/2015 12:14

O desastre provocado pelo rompimento de barragem da mineradora Samarco em Mariana, classificado como a maior trag�dia ambiental do pa�s, atingiu 15 quil�metros quadrados de terras, incluindo �reas de preserva��o permanente, e afetou diretamente pelo menos 663 quil�metros de rios, segundo laudo preliminar do Ibama. O estudo baliza a a��o civil p�blica  de R$ 20 bilh�es que o governo federal e os estados de Minas e do Esp�rito Santo movem contra a empresa.


O relat�rio, por�m, traz n�meros discrepantes em rela��o a dados que v�m sendo divulgados desde o desastre de 5 de novembro. O que mais chama aten��o diz respeito ao volume de rejeitos que teria sido liberado pelo acidente. Segundo o documento do Ibama, o volume de lama que vazou foi de 34 milh�es de metros c�bicos, de um total de 50 milh�es que estavam na barragem. Por�m, a pr�pria Samarco afirmou que vazaram 55 milh�es de metros c�bicos da represa. E at� esse dado � questionado por especialistas, como o professor de oceanografia da Universidade Federal do Esp�rito Santo Agnaldo Martins. “Como essa informa��o � controlada pela empresa, eu diria que nada seria muito confi�vel neste momento.”

O colapso da barragem deu origem a uma onda de lama que percorreu 55 quil�metros do Rio Gualaxo do Norte at� atingir o Rio do Carmo, onde escorreu por mais 22 quil�metros at� o Rio Doce, no qual viajou outras centenas de quil�metros at� atingir o mar, 16 dias depois, no Esp�rito Santo. “� indiscut�vel que o rompimento da barragem trouxe consequ�ncias ambientais e sociais graves e onerosas, em escala regional”, diz o laudo.

O estudo n�o menciona os impactos sobre o ambiente marinho. O foco da an�lise se concentra nos rios e seus ecossistemas marginais, considerados �reas de preserva��o permanente (APPs). Em rela��o aos 1.469 hectares diretamente atingidos pela lama, cerca de 15 quil�metros quadrados, o documento n�o estima quanto era de vegeta��o nativa. Ainda assim, por se tratarem de APPs, esses locais dever�o ser obrigatoriamente recuperados. “Considerando o porcentual de reserva legal de 20%, h� um passivo de cobertura florestal (na Bacia do Rio Doce) da ordem de 760 mil hectares”, informa o relat�rio.

Com rela��o � diversidade de peixes, os t�cnicos do Ibama estimam haver mais de 80 esp�cies nativas, das quais 11 s�o classificadas como amea�adas de extin��o e 12 s�o end�micas do Rio Doce – ou seja, n�o existem em nenhum outro lugar do mundo. “Muito mais do que os organismos em si, os processos ecol�gicos respons�veis por produzir e sustentar a riqueza e a diversidade do Rio Doce foram afetados”, diz o laudo.

Conforme mostrou o Estado de Minas em sua edi��o de domingo, a cat�strofe ocorreu em pleno per�odo da piracema, quando os peixes sobem os cursos d’�gua para desovar. Assim, n�o s� a vida j� existente foi dizimada, mas o repovoamento do rio tamb�m foi comprometido. “O fato de estarmos na piracema n�o aumentou o n�mero de peixes mortos, mas vai afetar o recrutamento das popula��es, j� que as esp�cies estavam prontas para a reprodu��o”, afirmou o bi�logo da UFMG Ricardo Motta Pinto Coelho.

“Cabe ressaltar que os impactos ambientais n�o se limitam aos danos diretos, devendo ser considerado que o meio ambiente � um sistema complexo, no qual diversas vari�veis se inter-relacionam”, diz o relat�rio do Ibama. “As medidas de repara��o dos danos, tang�veis e intang�veis, quando vi�veis, ter�o execu��o a m�dio e longo prazo, compreendendo pelo menos 10 anos”, segundo o estudo.


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