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Estado de Minas

Em meio a impasse, moradores atingidos por lama da Samarco sonham retomar rotina

Enquanto a tentativa de acordo entre MP e Samarco virou nova batalha judicial, v�timas sonham retomar suas vidas e n�mero de afetados aumenta no Rio Doce


postado em 11/12/2015 06:00 / atualizado em 11/12/2015 07:36

Com a mortandade de toneladas de peixes e águas contaminadas pela lama de rejeitos, muitos pescadores perderam seu sustento e relatam que algumas cidades ainda não foram nem sequer visitadas pela Samarco(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Com a mortandade de toneladas de peixes e �guas contaminadas pela lama de rejeitos, muitos pescadores perderam seu sustento e relatam que algumas cidades ainda n�o foram nem sequer visitadas pela Samarco (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Apesar de anunciar publicamente "fazer o que deve ser feito", a mineradora Samarco – respons�vel pela Barragem do Fund�o, que rompeu h� 37 dias – trava uma queda de bra�o com o Minist�rio P�blico, relutando em atender demandas para contemplar os atingidos. Enquanto o que era uma tentativa de acordo com o MP em Mariana se transformou ontem em batalha judicial, envolvendo tamb�m as controladoras da companhia, Vale e BHP Billiton, moradores de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo que seguem vivendo em hot�is esperam que a Justi�a acelere de retomada de suas vidas a uma realidade pelo menos pr�xima de antes da trag�dia. Marlucia Silveira Silva, de 20 anos, aguarda, com o marido e o filho de 6 meses, a mudan�a para uma casa alugada, que, segundo ela, j� est� escolhida. “O ideal � a gente se mudar antes do Natal, porque estamos acostumados a ficar na nossa pr�pria casa, sem a necessidade de hor�rio para tudo. Esperamos ajuda o mais r�pido poss�vel, porque a obriga��o da empresa era nos avisar antes que a lama chegasse para destruir tudo”, afirma.

Em uma reuni�o com moradores, no in�cio deste m�s, funcion�rios da Samarco informaram que a transfer�ncia completa para as casas s� ser� conclu�da em 27 de fevereiro. Apesar de estar muito ansioso para voltar para um lugar s� dele, o caseiro Welidas Monteiro, de 30, ainda vivendo em um hotel, gostaria que a a��o proposta pelo MP significasse tamb�m um novo emprego, j� que o s�tio de que ele tomava conta foi arrasado pela lama. "Se eu tivesse servi�o e sal�rio, j� tinha dado jeito na minha casa. � claro que a casa � muito importante; se eu pudesse, tamb�m tinha voltado at� mesmo para o Bento. Mas, com servi�o, a gente corre atr�s", afirma.

Quem tamb�m lamenta ter perdido o ganha-p�o � o conselheiro fiscal da Associa��o de Pescadores de Conselheiro Pena, no Vale do Rio Doce, Felisberto de Almeida Nunes Leite. Ontem, durante audi�ncia p�blica da Comiss�o Extraordin�ria das Barragens da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Leite reclamou de n�o ter mais trabalho, pois os peixes morreram com a lama da barragem de rejeitos. Segundo o pescador, at� o momento, a Samarco n�o foi ao munic�pio, onde cerca de 130 pescadores est�o sem trabalho. Felisberto ressaltou que a �nica ajuda recebida foram 25 cestas b�sicas entregues pela Defesa Civil, que n�o atenderam nem a um ter�o dos atingidos.

Para o dirigente do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) Joceli Jaison Jos� Andrioli, � preciso inserir os afetados no processo que define a repara��o das v�timas que, segundo ele, estaria nas m�os das empresas causadoras do desastre. “N�o � a empresa sozinha que deve definir como se dar� essa repara��o. � essencial a participa��o dos principais interessados, os pr�prios atingidos”, avaliou.

O promotor de Justi�a Mauro Ellovitch, do N�cleo de Resolu��o de Conflitos Ambientais (Nucam) do Minist�rio P�blico de Minas Gerais, destacou que a demora pode trazer mais riscos para a popula��o da regi�o. “Esse atraso coloca em risco potencial v�rias vidas humanas e pode acarretar dificuldades desnecess�rias para resgates e minimiza��o dos danos”, afirmou. A Samarco comunica, em seu site, que 176 fam�lias foram levadas para casas alugadas. Faltam 87 fam�lias das 263 cadastradas.

Enquanto isso... Samarco deve pagar ribeirinhos

A Samarco deve arcar com a renda dos trabalhadores que exerciam atividades vinculadas ao Rio Doce, seus afluentes, lagos e �guas marinhas atingidos pelo rompimento da barragem da mineradora, segundo acordo assinado com o Minist�rio P�blico do Trabalho, MP Federal e MP do Esp�rito Santo. A estimativa � de que milhares de pescadores, pequenos produtores rurais, lavadeiras, extratores de areia e pedra, barqueiros, carroceiros, al�m de outros profissionais, sejam contemplados com um sal�rio-m�nimo, mais 20% por dependente e valor de uma cesta b�sica mensal, depositado em dinheiro. Os pagamentos dependem de cadastramento, mas os primeiros benefici�rios devem come�ar a receber hoje, com cr�dito retroativo a 5 de novembro, dia do desastre.


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