Em uma reuni�o com moradores, no in�cio deste m�s, funcion�rios da Samarco informaram que a transfer�ncia completa para as casas s� ser� conclu�da em 27 de fevereiro. Apesar de estar muito ansioso para voltar para um lugar s� dele, o caseiro Welidas Monteiro, de 30, ainda vivendo em um hotel, gostaria que a a��o proposta pelo MP significasse tamb�m um novo emprego, j� que o s�tio de que ele tomava conta foi arrasado pela lama. "Se eu tivesse servi�o e sal�rio, j� tinha dado jeito na minha casa. � claro que a casa � muito importante; se eu pudesse, tamb�m tinha voltado at� mesmo para o Bento. Mas, com servi�o, a gente corre atr�s", afirma.
Quem tamb�m lamenta ter perdido o ganha-p�o � o conselheiro fiscal da Associa��o de Pescadores de Conselheiro Pena, no Vale do Rio Doce, Felisberto de Almeida Nunes Leite. Ontem, durante audi�ncia p�blica da Comiss�o Extraordin�ria das Barragens da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Leite reclamou de n�o ter mais trabalho, pois os peixes morreram com a lama da barragem de rejeitos. Segundo o pescador, at� o momento, a Samarco n�o foi ao munic�pio, onde cerca de 130 pescadores est�o sem trabalho. Felisberto ressaltou que a �nica ajuda recebida foram 25 cestas b�sicas entregues pela Defesa Civil, que n�o atenderam nem a um ter�o dos atingidos.
Para o dirigente do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) Joceli Jaison Jos� Andrioli, � preciso inserir os afetados no processo que define a repara��o das v�timas que, segundo ele, estaria nas m�os das empresas causadoras do desastre. “N�o � a empresa sozinha que deve definir como se dar� essa repara��o. � essencial a participa��o dos principais interessados, os pr�prios atingidos”, avaliou.
O promotor de Justi�a Mauro Ellovitch, do N�cleo de Resolu��o de Conflitos Ambientais (Nucam) do Minist�rio P�blico de Minas Gerais, destacou que a demora pode trazer mais riscos para a popula��o da regi�o. “Esse atraso coloca em risco potencial v�rias vidas humanas e pode acarretar dificuldades desnecess�rias para resgates e minimiza��o dos danos”, afirmou. A Samarco comunica, em seu site, que 176 fam�lias foram levadas para casas alugadas. Faltam 87 fam�lias das 263 cadastradas.
Enquanto isso... Samarco deve pagar ribeirinhos
A Samarco deve arcar com a renda dos trabalhadores que exerciam atividades vinculadas ao Rio Doce, seus afluentes, lagos e �guas marinhas atingidos pelo rompimento da barragem da mineradora, segundo acordo assinado com o Minist�rio P�blico do Trabalho, MP Federal e MP do Esp�rito Santo. A estimativa � de que milhares de pescadores, pequenos produtores rurais, lavadeiras, extratores de areia e pedra, barqueiros, carroceiros, al�m de outros profissionais, sejam contemplados com um sal�rio-m�nimo, mais 20% por dependente e valor de uma cesta b�sica mensal, depositado em dinheiro. Os pagamentos dependem de cadastramento, mas os primeiros benefici�rios devem come�ar a receber hoje, com cr�dito retroativo a 5 de novembro, dia do desastre.