
Segundo Ant�nio, os ladr�es agem a qualquer hora do dia ou da noite, chegam de caminh�o, arrancam as pe�as e carregam o que podem sem qualquer problema. “� assalto, abuso, uma situa��o sem lei nem controle. A popula��o mal se recupera de toda a trag�dia e ainda tem que passar por isso. Estamos sem o posto policial de Bento Rodrigues, ent�o esse pessoal deita e rola”, afirma o pedreiro, com indigna��o.
Ant�nio pede provid�ncias �s autoridades para evitar que os ladr�es levem tudo. “Eu morava na parte atingida pela lama e perdi tudo. Da minha casa, n�o sobrou nada, e hoje estou num im�vel alugado pela empresa. Mas tem gente que est� sofrendo com essa nova situa��o”, acrescentou o pedreiro. Ele disse que quem passa pelo local v� apenas os buracos nas paredes, sem os alisares e demais pe�as de madeira e metal.
DESCASO Uma moradora ouvida ontem pelo Estado de Minas, e que preferiu n�o se identificar, disse que a sua fam�lia tem vivido momentos de preocupa��o. Ela morava na Rua Carlos Pinto, na parte n�o soterrada pela avalanche de rejeitos de min�rio, e foi obrigada a deixar o im�vel, por quest�o de seguran�a, assim como os vizinhos e demais residentes no subdistrito fundado no s�culo 18 pelo bandeirante Bento Rodrigues.
De acordo com informa��es da Pol�cia Militar de Mariana, a institui��o n�o foi acionada sobre os novos furtos em Bento Rodrigues, n�o sendo tamb�m formalizada ocorr�ncia. Os militares afirmam que est�o mantendo a vigil�ncia no subdistrito e que um destacamento permanece no distrito de Santa Rita Dur�o, que fica perto do vilarejo.
PERTENCES Em 2 de dezembro, o EM mostrou a perplexidade e indigna��o dos moradores de Bento Rodrigues, que menos de um m�s depois do desastre socioambiental, considerado o maior da hist�ria do pa�s envolvendo rejeitos da minera��o, sofria com os assaltos nas casas destru�das. Numa situa��o que se repete agora, embora em condi��es distintas, o presidente da Associa��o Comunit�ria de Bento Rodrigues, Jos� do Nascimento de Jesus, mais conhecido como Zezinho do Bento, afirmou: “Nem vendo nossa dor e tristeza, depois de perder tudo, est�o tendo piedade da gente”.
Tamb�m revoltado, Zezinho contou que “levaram as rodas de um carro, caixa de ferramentas, geladeira, bolsas, fia��o el�trica, televis�o, botij�es de g�s, enfim, tudo o que n�o foi destru�do e est� aparente. � preciso apertar o cerco cada vez mais, pois isso � um absurdo. Que usem at� helic�ptero para proteger a �rea. Est�o aproveitando do nosso sofrimento para furtar. Pedimos que a PM bloqueie todos os acessos de forma a impedir a entrada de estranhos no Bento”, disse o ex-morador que, como os demais habitantes da regi�o, se refere a Bento Rodrigues usando a apenas o prenome do lugar.
O presidente da associa��o lembrou que, na hora de fugir do tsunami de rejeitos de min�rio, na tarde de 5 de novembro, os moradores sa�ram apenas com a roupa do corpo para salvar a vida. “Comerciantes deixaram o dinheiro para tr�s, at� eu mesmo tinha um dinheirinho guardado em casa”, queixou-se Zezinho. Ele afirmou que os ladr�es “entram pelo ma
Os acessos come�am a melhorar entre Mariana e os distritos e subdistritos atingidos pela lama vazada da Barragem do Fund�o, da mineradora Samarco. Segundo o secret�rio de governo Edvaldo Barbosa, da Prefeitura de Mariana, m�quinas da prefeitura e da Samarco est�o trabalhando para restabelecer os caminhos. Ele explicou que est�o sendo constru�das oito pontes dentro do munic�pio, sendo uma dela para fazer a liga��o com o distrito de Gesteira, em Barra Longa, na Zona da Mata. J� est� conclu�da a que liga Paracatu a �guas Claras. Para Bento Rodrigues, o acesso de 35 quil�metros continua pelo distrito de Santa Rita Dur�o.