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Estado de Minas

Zika v�rus causa necrose cerebral

Sociedade Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil alerta: tomografias indicam que malforma��o ligada ao novo v�rus n�o s� afeta tamanho do cr�nio de beb�s, como provoca necrose em �reas do c�rebro, o que pode deixar s�rias sequelas


postado em 28/12/2015 06:00 / atualizado em 28/12/2015 07:23

Novo risco trazido por vírus transmitido pelo Aedes aegypti reforça necessidade de combater possíveis focos, como poças d'água em lajes de prédios(foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)
Novo risco trazido por v�rus transmitido pelo Aedes aegypti refor�a necessidade de combater poss�veis focos, como po�as d'�gua em lajes de pr�dios (foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)

A microcefalia, doen�a que fez subir o n�vel de alerta em todo o pa�s para as amea�as transportadas pelo Aedes aegypti, traz consigo um risco ainda mais preocupante, sobretudo para mulheres gr�vidas ou que pretendam engravidar. O dist�rbio que provoca malforma��o cranioencef�lica em beb�s � ainda mais grave e causa danos mais severos ao rec�m-nascido quando desencadeado pelo zika v�rus, um dos micro-organismos transmitidos pelo mosquito. A informa��o � da Sociedade Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil, se��o Minas Gerais, e tem como base an�lise de tomografias de c�rebros de pacientes apresentadas durante congresso sobre o tema neste ano, em S�o Paulo. Nos casos em que a microcefalia est� associada � infec��o por zika, as imagens mostram que, al�m de o per�metro encef�lico dos rec�m-nascidos ser menor que 32 cent�metros – limite que indica a enfermidade –, o c�rebro apresenta pontos de necrose e calcifica��es. As altera��es podem afetar �reas neurol�gicas importantes e provocar na crian�a sequelas motoras, visuais e cognitivas, entre outras.

Presidente da se��o mineira da Sociedade de Neurologia e Psiquiatria Infantil, o neuropediatra Rodrigo Carneiro de Campos detalha as diferen�as. Segundo ele, quando causada por outras raz�es – como rub�ola, toxoplasmose, complica��es na gravidez ou no parto e doen�as gen�ticas –, a microcefalia resulta na diminui��o do tamanho do cr�nio, mas o c�rebro se mant�m �ntegro. “As imagens de rec�m-nascidos de Recife, apresentadas no congresso, mostram os dois tipos da doen�a. � poss�vel ver que os casos provocados pelo zika v�rus s�o mais severos, com �reas necrosadas, que resultam em calcifica��es. A depender da regi�o acometida pela necrose, todas as fun��es vitais podem ser afetadas”, destaca o m�dico, que refor�a o alerta para combate ao mosquito transmissor do v�rus.

A gravidade dos casos � mais um fator a chamar a aten��o para a necessidade urgente de medidas de preven��o contra a transmiss�o do micro-organismo. Diante da falta de vacinas para prevenir a febre zika e de medica��es que evitem o desenvolvimento da microcefalia, a grande aposta das autoridades de sa�de � no combate a criadouros do Aedes aegypti. “Essa � uma doen�a grave, que resulta em muitos preju�zos para a sa�de do beb�. Por isso, a �nica medida eficaz � cada um fazer sua parte para evitar novos casos”, afirma Rodrigo Carneiro de Campos.

Por se tratar de algo novo, n�o descrito anteriormente na literatura m�dica, ainda n�o se sabe exatamente como funciona a rela��o entre as doen�as. Um grupo de 80 pesquisadores brasileiros coordenado pelo Minist�rio da Sa�de, por meio da Funda��o Oswaldo Crus (Fiocruz), est� trabalhando em pesquisas para aprofundar o conhecimento em rela��o � microcefalia e ao zika v�rus. O minist�rio confirmou recentemente a rela��o entre o micro-organismo e o surto de casos de malforma��o cranioencef�lica no Nordeste do pa�s neste ano.

Em todo o Brasil, a rela��o entre a microcefalia e o zika � investigada em 2.782 beb�s com a malforma��o, segundo o �ltimo boletim dispon�vel, e em pelo menos 135 deles a associa��o entre as doen�as foi comprovada. Em Minas s�o 52 diagn�sticos sob apura��o, 13 deles em Belo Horizonte. Procurada, a Secretaria Municipal de Sa�de ressaltou a import�ncia do estudo e investiga��es sobre a rela��o entre a altera��o em beb�s e o novo v�rus, para esclarecer quest�es como a atua��o do agente infeccioso no organismo humano. Informou ainda que em Belo Horizonte – que decretou estado de emerg�ncia para o combate ao mosquito transmissor – est� mantida vigil�ncia intensificada e investiga��o dos casos suspeitos. Ainda n�o h� diagn�sticos confirmados de microcefalia na capital, destacou a secretaria. J� a secretaria estadual informou que segue e executa as recomenda��es oficiais do Minist�rio da Sa�de.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)

PREVEN��O Como o ciclo de reprodu��o do mosquito, do ovo � forma adulta, � curto (pode levar de cinco a 10 dias), o Minist�rio da Sa�de refor�ou recomenda��es � popula��o com a chegada do per�odo de f�rias. Por isso, mesmo em uma viagem curta � preciso estar atento. Um balde esquecido no quintal ou um pratinho de planta na varanda do apartamento, ap�s uma chuva, podem facilmente se tornar focos do Aedes aegypti e afetar toda a vizinhan�a. � importante verificar se a caixa-d’�gua est� vedada, as calhas totalmente limpas, pneus sem �gua e em lugares cobertos, al�m de garrafas e baldes vazios e com as bocas viradas para baixo, entre outros pequenos cuidados que podem evitar o nascimento do mosquito e as amea�as que ele transporta.

Apesar de o principal foco de alerta estar concentrado nas mulheres gr�vidas ou que pretendem engravidar, devido ao risco para os beb�s, o zika v�rus pode deflagrar pelo menos mais uma doen�a severa: a s�ndrome de Guillain-Barr�. Trata-se de uma rea��o a agentes infecciosos, na qual o sistema imunol�gico do paciente passa a atacar a chamada bainha de mielina, que recobre e protege nervos perif�ricos, garantindo a condu��o dos est�mulos de movimento. Entre os sintomas est�o a paralisia ascendente, que come�a nas pernas e pode subir para membros superiores e pesco�o. A gravidade varia de acordo com cada organismo, mas pode deixar sequelas e at� ser fatal, se afetar m�sculos da respira��o e card�aco.


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