
Para grande parte dos usu�rios do Uber o encanto com o aplicativo ficou no ano passado, mais precisamente na noite do r�veillon, quando o descompasso entre demanda dos usu�rios e oferta de carros multiplicou a tarifa em at� cinco vezes em Belo Horizonte, levando a uma enxurrada de reclama��es. “Queria ir da minha casa, no Bairro Padre Eust�quio, at� o Bairro Planalto, mas, quando pedi, eles avisaram que a tarifa era din�mica e o valor seria multiplicado por cinco vezes”, detalha a estudante de turismo Isabela Peixoto, de 22 anos.
Quando percebeu o aumento, Isabela desistiu e optou pelo t�xi, pois calculou que a corrida custaria mais de R$ 150. “Paguei R$ 50 na bandeira dois do t�xi. Se o Uber estivesse na tarifa normal, ficaria em R$ 30”, compara a estudante, que chegou a reclamar na p�gina da empresa no Fecebook e recebeu a seguinte resposta da Uber: “Esta � a forma que encontramos para garantir que voc� tenha um carro dispon�vel naquele momento se assim precisar. Ficamos felizes em saber que voc� conseguiu encontrar uma alternativa”.
Por�m, nem todos conseguiram compreender a l�gica do da empresa e aceitaram – alegando desconhecimento – pagar mais caro pelo servi�o. Os lamentos vieram de v�rias capitais do pa�s. Uma arquiteta em Bras�lia imaginou que pagaria R$ 37 em uma corrida do Setor de Clubes Sul at� �guas Claras, mas pagou R$ 556.
Na p�gina da Uber no Facebook, os consumidores listaram uma s�rie de reclama��es. Um relata que aceitou a viagem com a tarifa din�mica de 1,2 vezes, mas recebeu a cobran�a equivalente a 3,3 vezes. “Uma viagem que era pra ter dado R$ 82, me cobraram R$ 268. Uso Uber muito e pisaram na bola assim comigo”, escreveu. Outro foi ir�nico e agradeceu a empresa por o que ele considerou a viagem mais cara da vida dele: R$ 325 para percorrer 20 quil�metros.
Procon
O coordenador do Procon da Assembleia Legislativa, Marcelo Barbosa, entende que os �rg�os de defesa do consumidor n�o podem fazer nada: “O Uber n�o � regularizado e, por isso, n�o � uma rela��o de consumo. Est� na informalidade”. Para Barbosa, reclamar do Uber � o mesmo que chegar ao Procon se queixando de um produto sem nota fiscal. De acordo com o C�digo de Defesa do Consumidor (CDC), � considerado pr�tica abusiva o aumento de pre�os de servi�os sem justa causa. Por�m, Barbosa ressalta que como o Uber n�o � regularizado n�o pode ser considerado um fornecedor. “� como um cambista que oferece um servi�o paralelo e coloca o pre�o que quer”, exemplifica.